Keila Jimenez

‘O sofá da Hebe está pegando fogo, ou melhor, pode ser trocado por uma nova mobília em breve. O clima no programa da apresentadora não anda dos melhores. Os índices de audiência de Hebe vêm caindo e a diretora da atração, Simone Lopes, que assumiu o comando do programa em 2002, deixou o cargo anteontem, após meses de crise. O novo diretor agora é Mário Tadeu, que há anos trabalha na produção da atração.

Hebe, que voltou quinta-feira dos Estados Unidos, não estava em sintonia com Simone. A crise entre as duas começou quando Hebe passou a pedir por mais musicais e também para que fossem convidadas algumas pessoas que ela gostaria de ver no programa. A loira não estava vendo suas encomendas serem atendidas.

O estopim foi em uma das participações do grupo KLB no programa. Hebe se irritou com o fato de a diretora colocar na tela os créditos da atração antes que o grupo acabasse de cantar.

No SBT, comenta-se que o programa deve ser reformulado em breve. Hebe quer mudanças. Quer menos espaço para os famosos e engraçados debates com celebridades em seu sofá, mais musicais e reportagens no programa. Os convidados agora não devem ficar juntos sentados até o final do programa. Cada um deles entra, faz sua participação, e sai de cena.

Uma das preocupações da loira é o ibope. Seu programa, que era segundo lugar garantido em audiência às segundas-feiras à noite, perde há semanas para Tom Cavalcante, da Record, e registrou o menor ibope de sua história na semana passada. Hebe ficou com média de 4 pontos no horário e chegou a perder por 1 hora do Superpop, de Luciana Gimenez.’

‘Quarto programa da série Chico Buarque Especial, Anos Dourados é um dos episódios mais emocionantes do projeto dirigido por Roberto de Oliveira e que estréia na grade do canal 605 da DirecTV a partir de amanhã. Nele, Chico Buarque, alternando momentos de alegrias e saudades, lembra da convivência com um de seus maiores parceiros, Tom Jobim.

As histórias do maestro soberano, Antônio Brasileiro, no testemunho de Chico, ‘costuram’ diversos números musicais, garimpados dos arquivos da Rede Bandeirantes, de Oliveira e do próprio compositor. Aliás, por causa do vasto material, o diretor optou por incluir mais números musicas neste episódio do que nos anteriores. ‘O especial mostra a ligação entre eles, a amizade que tinham’, comenta ele, justificando a escolha do tema. Roberto Oliveira dirigiu grande parte dos programas feitos com Chico Buarque. ‘Chico ficou muito emocionado nesse programa.’

Tendo como cenário o Jardim Botânico, no Rio, recanto preferido de Tom Jobim, Chico recorda-se das parcerias musicais, das boas conversas, do amor do maestro pelas plantas e pelos pássaros, que sabia reconhecer pelo canto.

Assim como fez pelas ruas do Rio, Roma e Paris nos outros episódios, Chico caminha pelo Jardim Botânico. Caminhar, como ele não cansa de dizer, é uma de suas atividades preferidas. E ele pára. E vestindo uma festiva camisa inspirada numa tela de Antonio Peticov, o compositor diverte-se ao contar que o amigo tinha até carteirinha de sócio do Jardim Botânico e que gostava de apreciar as belezas do local de dentro de seu carro, bem tranqüilo, com o ar condicionado devidamente ligado.

Os pequenos prazeres na vida de Tom são intercalados com antigas imagens e entrevistas com ele, ora tecendo elogios ao talento de um encabulado Chico, ora entretido com o parceiro mais jovem em animados encontros musicais. ‘O que eu acho de mais extraordinário aqui do meu amigo e parceiro Chico Buarque é que ele fala português. Isso é um negócio extraordinário. Quando ele faz letra… ah, eu fico louco’, disse o entusiasmado maestro, em um antigo especial, ao lado do parceiro.

Tom também não escondia uma pontinha de ciúmes quando Chico estava às voltas com outras parcerias. ‘Adoro trabalhar com Chico, mas não insisto, porque ele é um sujeito tão ocupado. Tem composto com Edu Lobo. Tenho um ciúmes terrível, mas não é rancoroso, é amoroso’, ainda nas palavras de Tom.

Mas mesmo abastecendo outros compositores com suas letras, Chico não esquecia do mestre. A primeira canção assinada pela dupla foi Retrato em Branco e Preto. Tom já tinha composto a música instrumental e pediu para Chico colocar letra.

Anos Dourados, encomendada para o seriado homônimo da Globo, foi outra das canções nascidas nessas circunstâncias em que Tom Jobim compunha a música e passava para Chico pensar na letra. Na época, conta Chico, ele tinha quebrado o pé. De molho em casa, acompanhava o seriado e até se emocionou em alguns momentos. O seriado entrou no ar, mas ele não conseguia fazer a letra para a música. Tom o avisava: ‘olha, o seriado vai entrar no ar, olha, o seriado já está no meio.’ ‘Quando saiu do ar, consegui fazer a letra’, lembra Chico, divertindo-se mais uma vez com suas lembranças.

Além do charuto sempre à mão, Tom Jobim costuma ser rememorado pela alegria, pelas brincadeiras e gracejos, características marcantes de sua personalidade. ‘Ele brincava o tempo todo, gostava de pegar música de outros autores.’ Sem Compromisso, de Geraldo Pereira e Nelson Trigueiro, foi uma dessas músicas revisitadas em um daqueles entusiasmados encontros musicais de Chico, Tom e cia., que eram exibidos pela TV.

Chico recorda-se ainda da primeira vez que ouviu Insensatez. E entristece ao falar de Tom, assim como entristeceu ao cantar Ligia, num show de tributo ao amigo já morto, no Rio. ‘Grande amigo que eu tinha, podia contar com ele’, diz. ‘É como se ele estivesse vendo, ouvindo quando eu componho.’

O programa Anos Dourados foi gravado em março, nos intervalos das viagens de Chico. Já estão engatilhados os próximos episódios: um deles terá como tema a Mangueira e o outro, o teatro, com locação na França.

(canal 605) Chico Buarque Especial. Anos Dourados. Estréia amanhã. Horários: 12h, 13h30, 15h, 16h30, 18h, 19h30, 21h, 22h30, 0h e 1h30 (com reapresentações de 2 a 15/5). DirecTV’

‘No embalo do 40.º aniversário da Globo, a Controle da Concorrência, empresa que monitora a programação e inserções publicitárias para o mercado, realizou um estudo comparativo da força comercial da maior rede do País.

O levantamento, realizado em março, mostra que passaram pela Globo em um mês cerca de 290 anunciantes diferentes. Nesse período, a rede exibiu 114 merchandisings, 3.197 ações de patrocínio e 7.195 comerciais. O SBT exibiu 262 merchandisings, 879 patrocínios e 7.101 comerciais. A diferença fica no total arrecadado. A Globo fechou março comemorando o faturamento comercial na casa dos R$ 189 milhões e o SBT, com R$ 96 milhões.

Por falar em comemoração, o antigo slogan da emissora: ‘Hoje a festa é sua, hoje a festa é nossa’, não foi levado a sério na festança de 40 anos que ocorreu na terça. Nem metade do elenco de cada uma das produções da casa foi convidada para o evento. Em América, por exemplo, uma lista com o nome de pouco mais que dez convidados do elenco foi fixada em um local de passagem dos atores, junto com os horários das gravações. Parecia lista de aprovados da Fuvest. A convocação causou indignação entre os artistas. A turma dos bastidores foi praticamente ignorada. Câmeras, maquiadores e outros funcionários de produção não tiveram direito a lugar na platéia. Os que compareceram à ocasião, lá estavam para trabalhar.’

‘No ar desde 1998 no SBT, o ‘Programa do Ratinho’, que já deu médias de 25 pontos e hoje não passa de dez, acaba definitivamente na próxima sexta.

A partir do dia 9, Carlos Massa, o Ratinho, passa a apresentar na faixa das 19h às 20h a ‘revista’ ‘Isto É Brasil’ (nome provisório). Será uma nova tentativa do SBT de implantar um jornalismo popular, com notícias e shows.

Ratinho será âncora e comentarista do programa, mantendo seu estilo. Dividirá o cenário com jornalistas como Amália Rocha e Eleonora Paschoal, que, em revezamento, serão ‘noticiaristas’.

O programa terá cinco repórteres em São Paulo e um em Brasília. Haverá ‘links’ ao vivo.

Ontem, foram demitidos os dois diretores do ‘Programa do Ratinho’, Fábio Furiatti e Américo Ribeiro. Ao todo, foram dispensados 19 profissionais.

O programa tinha 36 funcionários. Desses, 15 serão mantidos e outros 11 contratados para o ‘Isto É Brasil’. Carlos Amorim, ex-’Fantástico’ e ‘Domingo Espetacular’, dirigirá o novo programa.

É a terceira vez que Silvio Santos muda o formato do programa de Ratinho neste ano. Duas pesquisas norteiam as mudanças. Elas mostram que o público identifica Ratinho como ‘povo’, mas não gosta dele fazendo baixaria, violência e armação. A meta é aumentar a audiência de Ratinho em 30% e reduzir a diferença para a Record, vice-líder no horário.

OUTRO CANAL

Vendaval As mudanças no SBT também atingiram a produção de Hebe Camargo. A diretora Simone Lopes caiu. Será substituída pelo redator Mário Tadeu. Hebe, que pediu a troca, quer um programa mais popular. Segunda, ela deu só quatro pontos no Ibope.

Sopro Diretor da bem-sucedida novela ‘A Escrava Isaura’ _que vinha batendo o ‘Programa do Ratinho’ por 16 pontos a nove_, Herval Rossano deixará a Record no dia 9. Seu contrato não será renovado. A emissora considera seu temperamento instável.

Paisagem O sonho de consumo da Record agora é Jayme Monjardim, que foi afastado da direção de núcleo da novela ‘América’, da Globo. Executivos da emissora tentam marcar um encontro com o diretor.

Furo A Globo pretendia estrear no jogo entre Brasil e Guatemala, quarta-feira, uma tecnologia desenvolvida por ela mesma de captação do som no futebol _sensores com transmissores instalados dentro da bola. Mas, segundo a Globo, apesar de o protótipo estar pronto, não deu tempo de implantá-lo. A novidade ficará para o Campeonato Brasileiro.

Estratégia A Record programou para amanhã, às 20h, uma edição do ‘Guinness’ apresentada por Márcio Garcia. Com isso, quer atrapalhar o SBT na estréia de ‘O Grande Perdedor’.’