Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Repórteres se safam da cadeia, por enquanto

The Washington Post [28/4/05] informa que os repórteres Judith Miller, do New York Times, e Matthew Cooper, da revista Time, chegaram a um acordo com o promotor Patrick J. Fitzgerald. Eles não serão presos enquanto a Suprema Corte americana não responde se aceita o recurso com que entraram para não terem de testemunhar no processo sobre o vazamento da identidade da agente da CIA Valerie Plame para a imprensa.

Fitzgerald quer que os jornalistas revelem quem lhes informou que Valerie é uma espiã. Ela é mulher de um ex-diplomata que criticou abertamente os argumentos de George W. Bush para invadir o Iraque. Judith e Cooper já perderam recursos em duas instâncias. Se o Supremo aceitar julgar o caso, eles terão o mandato de prisão novamente postergado até a decisão final da justiça.

A identidade de Valerie foi publicada pela primeira vez pelo colunista Robert Novak, reproduzido por diversos jornais nos EUA. Judith e Cooper, apesar de não terem escrito nenhuma matéria a respeito, também foram contatados por alguma fonte que lhes entregou a informação da identidade da agente – algo que, em determinadas circunstâncias, está proibido pela lei americana.

O processo visa descobrir se a identidade de Valerie foi entregue em represália aos comentários de seu marido contra o presidente. Os dois jornalistas estão sujeitos a uma pena de 18 meses de prisão por não colaborarem com a justiça, mas se negam a dizer quem foi seu informante sob a alegação de que gozam do privilégio profissional do sigilo de fontes. O caso já se estende há meses e tem chamado muita atenção porque pode determinar o futuro deste privilégio nos EUA.