A reunião de acionistas do grupo Pearson, proprietário do Financial Times, foi realizada na semana passada em meio a um turbilhão de rumores de que a companhia poderia se desfazer do jornal, um dos mais respeitados do Reino Unido. Como representa apenas 5% do faturamento do conglomerado, havia investidores insinuando que ele poderia valer mais na mão de outros donos. Além disso, como é atualmente deficitário, o diário, se vendido, poderia cobrir o buraco que vinha causando e ainda proporcionar bom lucro, já que seu valor efetivo é alto – segundo banqueiros, ele estaria cotado em pelo menos US$ 850 milhões, mas, dependendo do acirramento da disputa entre os potenciais compradores, poderia ser vendido por muito mais.
Outro problema citado por partidários da venda era a queda do número de leitores, provocada, segundo The Independent [24/4/05], pela mudança de enfoque editorial promovida pelo editor Andrew Gowers. Ele aumentou a cobertura de temas políticos e nacionais em detrimento das finanças, carro-chefe da publicação. Um dos prováveis compradores seria Rupert Murdoch, o poderoso presidente da News Corporation. No entanto, como noticia The Times [30/4/05], o presidente da Pearson, Lorde Stevenson de Coddenham, disse durante a reunião de acionistas que o FT não está à venda e previu que, ainda este ano, o diário deixará de dar prejuízo.