Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Alberto Dines

‘O lançamento do filme alemão ‘A Queda, os Últimos Dias de Hitler’ está sendo decisivo para movimentar as comemorações dos 60 anos do Dia V-E, o Dia da Vitória na Europa, início do fim da Segunda Guerra Mundial. O grande conflito que liquidou cerca de 55 milhões de seres humanos só terminou três meses depois, a 14 de Agosto de 1945, com a capitulação do Japão.


A 2ª Grande Guerra até agora confinada aos cadernos de cultura, por causa da efeméride passou ao noticiário internacional mas não chegou às páginas de política e, sobretudo, às colunas de política nacional. Deveria. Declarada formalmente em Setembro de 1939 (quando a Alemanha invadiu a Polônia), na realidade, começou 17 anos antes, em Outubro de 1922, quando a marcha dos camisas-negras sobre Roma levou o fascista Mussolini à sacada do palácio do Quirinal.


Praticamente não houve oposição, o povo adorou a idéia de um líder forte, salvador da Pátria. Onze anos depois, sem disparar um só tiro, Adolf Hitler tomou o poder. O nazi-fascismo foi um dos fenômenos mais importantes do século XX e, apesar de derrotado militarmente, mantém-se vivo politicamente neste século início do XXI.


O que preocupa não são os neo-nazistas na Alemanha e os neo-fascistas na Itália. Os ostensivos clones de Hitler e Mussolini tendem a desgastar-se, o perigo está nos disfarces, nas circunstâncias assemelhadas, nas caprichosas e sutis convergências armadas pela incapacidade para detectá-las.


A história não se repete, nem mesmo em caricaturas, mas a história deixa raízes, conserva sementes, preserva certos tipos de solução. A história apesar de estudada não consegue ser entendida como algo presente. O coronel Juan Perón chegou ao poder apenas cinco meses e oito dias depois do Dia da Vitória na Europa mas a tomada do poder pelos peronistas não foi muito diferente do golpe fascista de Mussolini. E o peronismo está ai, devidamente esquerdizado e com o seu arsenal xenófobo e populista quase intacto.


A 2ª Guerra Mundial não aconteceu por acaso, foi acionada pelo triunfo do populismo combinado ao autoritarismo. A fórmula continua usada nos quatro cantos do mundo. O descaso com as instituições democráticas foi o ingrediente fundamental para lançar as ditaduras de Hitler, Mussolini mas também as de Salazar, Franco, Pilsudsky (na Polônia), Getúlio Vargas e tantos outros.


Déspotas não usam máscaras de monstro, parecem humanos, às vezes folclóricos, afagam criancinhas, têm projetos redentores. Começam suas carreiras provocando risos, em seguida são aprovados porque emitem opiniões ditadas pelo que agora se denomina de ‘senso comum’. Depois, o delírio.


Hitler nos anos 20 não pregava contra os juros altos mas investia contra os incríveis índices de inflação – não oferecia alternativas mas o povão adorava. Tinha os seus bodes-expiatórios, os culpados por todas as mazelas. Agora não se quebram vitrines das lojas dos judeus, em compensação invadem-se repartições do governo, procura-se ferir o Estado e a lei, impor a baderna como única forma de reivindicação social.


Na ‘Ópera dos Três Vinténs’ Brecht juntou facínoras comuns com a bandidagem política, o esquema parece atualíssimo com a visível e nada casual politização das facções criminosas no Rio e S.Paulo.


Hoje, ninguém lembra que Hitler foi ridicularizado pelos jornais e até apelidado de Hans Salame (ou Zé Salsicha) mas Severino Jerimum é um dos homens mais poderosos do Brasil, consegue o que quer, faz e diz o que lhe dá na veneta, dribla os politólogos da USP e em menos de três meses tornou-se uma das figuras mais conhecidas da cena política nacional. Quando as sondagens de opinião revelarem a sua popularidade pode tornar-se imbatível.


A 2ª Guerra Mundial não pode ser lembrada apenas por seus aspectos puramente bélicos, pela incomparável bestialidade da Solução Final ou pelo banho de sangue que provocou. A 2ª Guerra Mundial foi deflagrada por marechais e estrategistas mas engendrada pelo êxtase populista, pelas ideologias sumárias, simplificadas pelo rancor.


A Guerra das Guerras travou-se nos campos de batalha da Europa, África, Ásia, Oceania e no Atlântico Sul, mas começou com passeatas, comícios, marchas aparentemente pacíficas. No início foi a vociferação do ‘senso comum’ por energúmenos, depois veio o paroxismo, o ensandecimento das massas, a violência política, a religião do Estado onipotente.


Silenciaram os canhões em algumas partes do mundo, mas a 2ª Guerra Mundial continua. Por outros meios.’




Ubiratan Brasil


‘Em livro, a trajetória de um pelotão da FEB ‘, copyright O Estado de S. Paulo, 8/05/05


‘A atuação da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na 2.ª Guerra sempre foi lembrada como exemplo de bravura. A maioria dos relatos, porém, habitualmente privilegiou a visão de comandantes que, embora essenciais, nem sempre destacavam a rotina vivida pelos oficiais subalternos e praças, que enfrentaram os momentos mais agudos da guerra, em contato constante com o inimigo nas posições de front. Daí a importância de Irmãos de Armas, relato fiel da trajetória de um dos muitos pelotões de infantaria que formaram a FEB na campanha da Itália, entre 1944 e 1945, e escrito pelo ex-tenente José Gonçalves e pelo historiador Cesar Campiani Maximiano, agora editado pela Códex (304 páginas, R$ 45).


O livro se inicia de forma didática, relembrando a complicada situação político-social vivido pelo mundo desde 1939, quando a Alemanha invadiu a Polônia e deflagrou o conflito. Ao mesmo tempo, os autores relatam, de forma sucinta, como funcionava a hierarquia das Forças Armadas brasileiras da época, além de contar a rotina de preparação dos oficiais. A adrenalina do texto começa a subir a partir do terceiro capítulo, no desembarque na Europa.


Como em um livro de aventuras, a narrativa de Gonçalves e Maximiano é clara e detalhada, revelando todos os passos da perigosa viagem do Rio de Janeiro a Nápoles por mares coalhados de nazistas: ‘No decorrer da viagem, alguns alarmes de aproximação de submarinos inimigos foram disparados. A tropa, não sabendo tratar-se de treinamento ou aviso real, seguia o procedimento de praxe. Todos recebiam ordens de retornar a seus alojamentos e aguardarem o fim do alerta ao lado de seus leitos. No caso de um torpedeamento, todos os homens tinham seus lugares nos botes predeterminados.’


A chegada a Nápoles também foi marcante para os soldados, que presenciaram a orla marítima completamente arrasada pelos bombardeios aliados. Já em solo de guerra, os pracinhas iniciaram uma estafante rotina, que incluía desde constantes deslocamentos até cansativos treinamentos orientados pelos oficiais americanos.


O relato esquenta quando os pracinhas envolvem-se diretamente na guerra. Primeiro, a chegada ao front, à margem do lago Massacciculi; depois, as batalhas nas regiões de Sommocolonia, Soprassasso e Boscaccio. Esta última era a mais avançada e mais perigosa das posições brasileiras, que eram constantemente alvejadas pelos inimigos. ‘O transporte do rancho, no lombo de animais, só podia ser feito à noite, nas mais diferentes horas e quando possível. A fome tinha que esperar!’


A situação piora com as primeiras nevascas, a temperatura baixa para 24º C negativos e surgem as primeiras baixas. Gonçalves e Maximiano conseguem equilibrar bem a temperatura do texto, evitando um exagerado sentimento patriota, mas sem deixar de valorizar o feito dos pracinhas. Recheado de documentos raros do acervo pessoal de Gonçalves, com seu diário de campanha, correspondência pessoal, jornais de trincheira, mapas, ordens de combate, dezenas de fotografias inéditas e entrevistas com integrantes do pelotão, o livro se preocupa com a contribuição histórica da participação brasileira na guerra.’




Luc Perrot


‘Rússia reescreve a história, com ‘sentimento de orgulho’’, copyright O Estado de S. Paulo / France Presse, 8/05/05


‘Os livros de história destinados a crianças da Rússia atual ensinam, 60 anos depois da vitória sobre a Alemanha nazista, uma visão do conflito centrada no ‘heroísmo massivo’ da ‘grande guerra patriótica’ que custou 27 milhões de vidas humanas ao país.


Embora os manuais não silenciem sobre o pacto germano-soviético de 1939 nem sobre os erros táticos do líder soviético Josef Stalin, desde a chegada ao poder do presidente Vladimir Putin o ensino foi expurgado de visões consideradas excessivamente ‘partidárias’ da História. Assim, a História Nacional no Século 20 de Igor Dolutski (1994) perdeu a autorização do Ministério da Educação em fins de 2003, alguns dias depois que o presidente Putin exigiu que os livros de história transmitam para as crianças ‘um verdadeiro sentimento de orgulho.’


O livro destacava a opinião segundo a qual ‘Stalin deu provas – durante a 2.ª Guerra Mundial – de uma cegueira criminosa por seu caráter teimoso e sua incapacidade de dirigir o país’.


Ressaltava também que os mujiques (camponeses) russos, que morreram aos milhões, ‘arrancaram o país do atoleiro em que Stalin o havia afundado ao dizimar a hierarquia militar e firmar um pacto com Hitler’.


Entre os livros autorizados e amplamente utilizados hoje, História da Rússia, de Alexandr Danilov e Liudmila Kossulina (1999), ressalta o peso dos Acordos de Munique firmados em 1938 com Hitler pela França e pela Grã-Bretanha, países acusados de ter tentado ‘arrastar a União Soviética para a guerra com a Alemanha’ para afastar sua ameaça e vencer o comunismo.


A URSS ‘nunca tentou salvar-se à custa dos outros,’ acrescenta o livro, que justifica o pacto germano-soviético de 1939 que teve por efeito ‘deslocar para longe, para o oeste, as fronteiras da URSS e retardar a guerra,’ deixando aos nazistas a possibilidade de invadir a Europa ocidental.


Em 22 de junho de 1941, porém, produz-se a agressão ‘pérfida’ da Alemanha e um ‘início trágico’ da guerra para a URSS, com uma série de derrotas que levaram os nazistas às portas de Moscou em fins daquele ano.


O livro sublinha ‘o talento único do povo russo para revelar suas melhores qualidades nas situações mais extremas’ e ‘o heroísmo massivo dos soldados soviéticos,’ antes de mostrar a ‘expulsão do invasor’ e do preço pago nas batalhas de Stalingrado e Kursk, em 1942-43.


Destacando que a vitória finalmente conseguida em Berlim, em maio de 1945, converteu-se na ‘festa mais radiante na consciência popular’ dos russos, os autores recordam que a mesma ‘custou muito caro’ ao país.


A obra recorda não só a morte de 27 milhões de soviéticos como também a deportação, ordenada por Stalin, de 1 milhão de alemães do Volga, além de cerca de 500 mil chechenos acusados de colaborar com o inimigo. Em compensação, não diz uma palavra sobre o Holocausto.’




O Globo


‘Memórias de vitória e liberdade’, copyright O Globo, 9/05/05


‘O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, comparou ontem a luta pela liberdade na Segunda Guerra Mundial à campanha pela democracia ao redor do mundo e a guerras lideradas por seu governo. Bush participou ontem de uma homenagem aos mortos na Segunda Guerra no cemitério de Margraten, na Holanda, onde estão enterrados oito mil soldados americanos mortos na Europa durante o conflito.


– Comemoramos uma grande vitória da liberdade. E as milhares de cruzes e estrelas de Davi gravadas aqui em mármore branco representam o terrível preço que pagamos por essa vitória – afirmou Bush, num breve discurso. – Americanos e europeus continuam a trabalhar juntos e estão levando liberdade e esperança a lugares onde, por muito tempo, elas foram negadas à população. No Afeganistão, no Iraque, no Líbano e por boa parte do Oriente Médio.


O presidente americano estava acompanhado de sua mulher, Laura, da rainha Beatriz e do primeiro-ministro da Holanda, Jan Peter Balkenende.


– Os tiranos do mundo inteiro aprenderam uma lição: não há força maior que a liberdade e não há soldado mais forte que aquele que combate pela liberdade – discursou.


Ao comparar a Segunda Guerra a crises contemporâneas, Bush citou ainda a luta pela democracia na Geórgia e na Ucrânia.


Na época da Segunda Guerra, disse o presidente, os ditadores pensavam que ‘a democracia era demasiado branda para sobreviver, mas encontraram uma aliança de Exércitos e de combatentes da resistência. Agora, quem busca a democracia nestes países também triunfará’.


– Quando essa esperança (de democracia) se converter em realidade para todos, será graças aos sacrifícios de uma nova geração de homens e mulheres tão altruístas e tão dedicados à liberdade como os que hoje homenageamos – sustentou Bush.


Neonazistas fazem marcha em Berlim


Após a cerimônia na Holanda, o presidente dos EUA viajou para Moscou onde, à noite, jantou com o presidente russo Vladimir Putin. Hoje, Bush participa de uma grande comemoração pelos 60 anos do fim da Segunda Guerra Mundial na Europa. A comemoração, na Praça Vermelha, reunirá 60 líderes internacionais, entre eles, o chanceler alemão Gerard Shröeder e o primeiro-ministro do Japão, Junichiro Koizumi.


Numa prévia do grande evento de hoje, diversas cerimônias foram realizadas ontem em diferentes países da Europa.


Em Berlim, as manifestações foram tensas e por pouco não terminaram em conflito quando uma passeata de neonazistas quase se encontrou com um protesto contra o fascismo.


O Partido Nacional Democrático, de ultradireita, convocou uma passeata nas ruas ao redor da Alexanderplatz para protestar contra o que chama de ‘mentira da libertação’ sob o slogan ‘60 anos de mentiras, hora de colocar fim ao culto da culpa’.


Mas um grupo de seis mil pessoas protestava no mesmo local contra a extrema-direita.


Para evitar a violência que poderia surgir do encontro dos dois grupos, a polícia de Berlim inicialmente ordenou que os membros do partido ficassem na praça atrás de barricadas e da polícia. Depois, entretanto, o próprio PND decidiu abandonar a marcha.


Na França, o presidente Jacques Chirac depositou flores no túmulo do soldado desconhecido no Arco do Triunfo, enquanto em Londres, o príncipe Charles fez uma homenagem similar em Cenotaphe, um local em memória à guerra localizado no centro da capital.


Na Áustria foi celebrado o aniversário da libertação de Mauthausen, invadido pelas tropas americanas em 5 e 6 de maio de 1945. Participaram da cerimônia o presidente da Áustria, Heinz Fischer, e o chefe do governo espanhol, José Luis Rodriguez Zapatero.


No sudoeste da Polônia, numa cerimônia em Wroclaw, o presidente Aleksander Kwasniewski rendeu homenagem ao Exército Vermelho, mas não sem deixar de reclamar a verdade histórica sobre os crimes do stalinismo.’




ARGENTINA vs. BRASIL
José Paulo Lanyi


‘Diplomacia pelos jornais’, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 5/05/05


‘No início, a crise; mais adiante, as chamadas ‘divergências naturais’. A dupla é Brasil e Argentina, mas poderia ser ‘O Gordo e o Magro’. São países condenados à amizade, entre trapalhadas, caretas e petelecos. Enquanto o Mercosul aderna, ora para as queixas de cá, ora para as de lá, as manchetes abundam.


Nem calçados, nem eletrodomésticos – tudo junto agora, num resumo (se é que é possível em geopolítica) que compreende a propalada hegemonia de um e o desconforto do outro. O presidente Néstor Kirchner não agüenta mais a política brasileira de auto-afirmação regional. E usou o ‘Clarín’ para avisar do – se você me perdoa – ‘endurecimento da relação’ (há quem diga, porém, que a iniciativa teria sido uma tática do chanceler Rafael Bielsa para – ameaçado por outras questões – forçar a sua permanência no cargo).


Tanta generosidade com os jornalistas pressupõe o que se poderia chamar de ‘gratidão implícita’. O raciocínio é este: ‘Se eu lhe dou um monte de manchetes e você é argentino, nada mais justo que se alinhe ao meu discurso’.


Não foi o que aconteceu, logo mais explico por quê.


Marco Aurélio Garcia, assessor especial para assuntos externos da Presidência da República, ressalvara: as divergências entre os dois países ‘não podem ser resolvidas nem na Bombonera nem no Maracanã’, numa referência ao protagonismo midiático nas ‘negociações’ entre os Estados.


‘Clarín’ e ‘Folha de S. Paulo’, sobretudo (‘Estadão’ foi mais contido), esbaldaram-se nesse prato suculento. Ainda que a cobertura tenha sido ostensiva, buscou-se a informação, em detrimento do ufanismo.


Beneficiado pelo furo, o ‘Clarín’ trabalhou sério, fez o que se espera de qualquer veículo: divulgou o que sabia, sem perder a perspectiva. O editor do jornal alertou para o possível matiz eleitoreiro. ‘Talvez para marcar distância’, observaria Nelson de Sá, em sua ‘Toda Mídia’, na ‘Folha de S. Paulo’. Ricardo Roa escrevera, em texto reproduzido pela ‘Folha’: ‘É aceitável que a Argentina pleiteie um maior equilíbrio. Mas não é aceitável que convertamos essa queixa em bandeira eleitoral, uma tentação inevitável nesse governo que depende excessivamente da opinião pública’.


Oscar Raúl Cardoso também foi objetivo, em outro artigo no ‘Clarín’: ‘Não é uma novidade para os historiadores da região: nos dias bons, nós, argentinos, nos reconciliamos com a idéia de que o Brasil, o vizinho gigante, é um grande país; mas nos outros, decididamente maus, reconhecemos apenas que se trata de um país grande. A política exterior do governo de Néstor Kirchner parece atravessar agora alguns desses dias maus, e o problema é que, mesmo nessa alternância de humor argentino, o Brasil continua sendo a mesma nação’.


Cardoso analisou a alternativa Estados Unidos, que, no passado, ao tempo do chanceler Guido di Tella, compôs o que se classificou de ‘relações carnais’ com o país vizinho. ‘A questão é saber se vamos ser ‘realistas’ com o Brasil e ‘idealistas’ com Washington, porque daqui a dois anos talvez tenhamos que revisar o que não deu certo’.


A ‘Folha’ cobrou do governo brasileiro, em editorial: ‘Se o país realmente deseja consolidar-se como protagonista da região, deve comportar-se de maneira mais habilidosa, ouvir as queixas dos vizinhos e fazer as concessões certas’.


Ao fim e ao cabo, ‘O Gordo e o Magro’. Nada mudou, nada mudará. Espere o próximo croque. Curiosa é a duração da crise, deflagrada há apenas alguns dias. Nesta quinta-feira (05/05), embora a ‘Folha’ trouxesse análises e notícias sobre a contenda, o ‘Clarín’, em sua versão eletrônica, passou ao largo da ênfase, no início da tarde não se via nenhuma chamada sequer em sua página principal.


O ministro argentino da Economia, Roberto Lavagna, recusou-se a falar sobre o, desculpe, ‘endurecimento da relação’, e deu o tom de como as coisas funcionam nesse jogo entre governos e jornalistas. Saiu-se com esta, na ‘Folha’, como se a dissensão houvesse brotado das páginas do ‘Clarín’: ‘Que se acalmem, especialmente a imprensa. Dos dois lados’.’