Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Mais um jornalista seqüestrado no Iraque

O jornalista franco-americano Micah Garen e seu intérprete, Amir Doshe, foram seqüestrados na cidade iraquiana de Nassiria, em 13/8. Os dois estavam em uma loja quando foram rendidos e levados por dois homens armados. Assim como o caso do jornalista freelancer britânico James Brandon, seqüestrado há algumas semanas em Najaf, Garen também foi libertado a pedido do líder xiita Moktada al-Sadr.

Garen é documentarista especializado em arqueologia, e trabalha para a produtora Four Corners Media, de Nova York. Ele estava há algum tempo no Iraque investigando a ação de saqueadores de artefatos antigos – alguns datados da civilização Suméria, há cinco mil anos – em sítios arqueológicos perto de Nassiria para fazer um filme sobre o assunto. Ele também estava escrevendo um artigo para o New York Times.

O jornalista havia contado a amigos que, durante suas pesquisas, havia descoberto gangues perigosas que formavam uma verdadeira indústria de contrabando de peças antigas, que depois de roubadas eram enviadas a feiras de antiguidades em todo o mundo para serem vendidas.

Acreditou-se primeiramente que Garen poderia ter sido seqüestrado por algum membro de gangue em represália a seu trabalho. Um vídeo divulgado em 19/8 na rede de TV al Jazira, porém, mostrou que as suspeitas estavam erradas.

Na filmagem, Garen aparece de joelhos e rodeado por diversos homens armados. O grupo de seqüestradores se identifica como Brigada dos Mártires e ameaça matar o refém caso as forças americanas não deixem Najaf em 48 horas. Mas, assim como no caso de Brandon, al-Sadr condenou o seqüestro e pediu a libertação do refém. As informações são de John F. Burns [The New York Times, 17/8/04], AFP [19/8/04] e Dexter Filkins e Alex Berenson [The New York Times, 23/8/04].