Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Futuro do consumo está no NE, diz Globo

Octávio Florisbal, diretor-geral da Rede Globo, afirmou ontem (25/6) no Encontro de Mídias, em São Paulo, que a publicidade brasileira deve se preparar para o aumento do consumo “em todo o país”, o que exigirá “não atuar de forma tão genérica como hoje”. Destacando o Nordeste, mas também citando outras regiões, como o Centro-Oeste, diz que os profissionais da área, mas também os anunciantes e os próprios veículos, precisarão “entender cada vez mais os consumidores novos nessas regiões”.

Precisarão “não olhar mais o Brasil de forma monolítica”, disse ele à Folha, encerrada sua palestra. Defendeu recorrer a “pesquisas sociológicas e antropológicas”, como a Globo vem fazendo para conhecer os “ascendentes” da chamada classe C. Exemplifica com uma pesquisa que acabou de analisar, mostrando que no próprio Nordeste as divergências de comportamento já começam a se mostrar significativas para a publicidade, com “hábitos e objetivos distintos”.

“Pernambuco e Bahia têm diferenças de comportamento em vestuário”, diz Florisbal. “O pernambucano é mais como o paulista” e se veste com roupas escuras, para ocasiões de maior rigor, enquanto o baiano é “mais colorido” em toda situação.

“O PIB do Nordeste já é maior que o da Argentina”, diz o diretor-geral da Globo.

Fátima Bernardes

Acrescenta que as empresas brasileiras hoje já desenvolvem “marcas regionais”, mas isso não é imprescindível. Diz que o “conceito” de uma campanha pode continuar sendo geral, com a criatividade publicitária realizando a “adequação regional”.

Florisbal comentou ter visto só a primeira reportagem do programa Encontro com Fátima Bernardes, que estreou ontem, porque precisou entrar numa reunião. Diz que “foi bem”, com média de dez pontos de audiência na Grande São Paulo.

“Atingir oito, nove pontos é a nossa meta. Montamos uma estratégia nas manhãs voltada para as famílias.”

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[Nelson de Sá é articulista da Folha de S.Paulo]