A discussão sobre a criação de um conselho de jornalismo é tão nova quanto a discussão sobre a obrigatoriedade do diploma para exercer a profissão. É inegável que a regulamentação da profissão trouxe muitos benefícios à categoria, inclusive melhores salários, e abriu mercado de trabalho na área acadêmica. Se as faculdades cumprem ou não o seu papel na formação profissional é outro assunto, e da maior relevância. A criação do conselho é discussão antiga no âmbito sindical, e não é invenção do governo. O problema é que, a exemplo do que acontece na política, cada vez mais os sindicatos são a última opção para quem realmente tem valores a agregar.
E, mesmo que quisessem, profissionais talentosos e livres encontrariam dificuldades para ingressar na política e nos sindicatos. Fatalmente seriam rejeitados porque representariam uma ameaça ao sistema. Não creio que o projeto de criação do conselho seja inútil nem que o alvo esteja errado. Acredito, sim, que a categoria cuidou mal dos seus sindicatos e dos seus projetos e foi engolida pelo sistema. Aliás, em breve teremos que pagar mais uma taxa anual obrigatória pela inspeção veicular. Outro projeto que não é novo, foi financiado pela indústria automotiva, interessada em desovar seus estoques. Em breve milhões de condutores de veículos serão engolidos por mais esse segmento voraz do sistema.
Gisele Pecchio Dias, jornalista e escritora, Osasco, SP
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A liberdade de discordar – Kelly Nogueira
Pensem em outra coisa
Um Conselho Federal de Jornalismo, criado por inspiração de um sindicato que declara abertamente seu vínculo com o partido político que por ora está no governo, não me parece melhor solução que o mercado para as mazelas da imprensa. Pense-se em outra coisa.
Roberto Veiga, Uberlândia, MG
Barões megalomaníacos
Quer dizer, então, que a CUT quer mandar nos Marinhos, nos Mesquitas, nos Civitas, Syrotskys etc? Os caras provavelmente são megalomaníacos, mas… mandar nos barões da mídia? Só se o governo Lula não for o que está parecendo ser. Só se o autor souber de algo que nós, mortais comuns, não sabemos.
Nedi da Rosa, autônomo, São Paulo
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Por que não uma OAB de jornalistas? – Alberto Dines
‘Pelega’ há tempos
A imprensa brasileira em especial é isso mesmo há muito tempo. Denuncismo vazio, plantio de verdades nada verdadeiras e de mentiras bem mentirosas. O caso do meu conterrâneo gaúcho é mais uma mácula a manchar esta espúria imprensa. A imprensa brasileira é ‘pelega’ já faz muito. Vende-se facilmente ao interesse do seu departamento financeiro, e é ele que dita o que deve ser verdade e o que deve ser mentira. E pior: aquilo que deve ser produzido no íntimo da população como a mais importante necessidade do momento, seja de consumo ou de ‘justiça econômica e social’. É pena que o autor tenha a palavra tão pouco veiculada nos meios de comunicação, pois ela continua sendo como uma vela na escuridão.
Rogério Riva Raymundo, comerciante, Canela, RS
Discussão de comadres
O bate-boca entre Veja e IstoÉ dentro de pouco tempo cairá no esquecimento. Uma publicou que a outra sabia que estava mentindo ao publicar a reportagem denunciando Ibsen Pinheiro. A outra argumentou que quem não falou a verdade foi a concorrente… E fica tudo por isso mesmo. Talvez ainda haja um último ato com a encenação de um recorrente processo judicial… Ou talvez nem isso. E tudo fica o dito pelo não dito como nas discussões de comadres. E se tivéssemos o conselho de jornalistas para apurar a questão?
José Renato M. de Almeida, Salvador