Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Eleno Mendonça

‘Quando Severino Cavalcanti foi eleito, muitos da imprensa disseram que não havia motivos para alarmes, tendo em vista seu perfil folclórico, que esse era o resumo do Brasil. Agora está mais que na cara que ele não era apenas folclórico, é do tipo de tomar dinheiro de todos os lados, sem nenhum escrúpulo. Não bastava mais nada ao governo. Mas, vão perguntar, o que tem o governo a ver com isso? Tem muito, pois Severino é de um partido aliado, pode interferir em votações importantes. Mais que isso: seu envolvimento e descrédito paralisam ainda mais o Congresso e votações imprescindíveis para que a economia ande ainda mais.

Desde a avalanche de denúncias envolvendo o PT e membros do governo o assunto do dia no Congresso é crise, cassação, como fazer para reorientar os trabalhos e tentar devolver um pouco de credibilidade ao mundo político. Agora, com essa grave denúncia que torna a manutenção de Severino no cargo absurda, a sociedade de novo dá alguns passos para trás no sentido de buscar esse equilíbrio e a retomada de votações e regulamentações importantes para o setor econômico, como a Parceria Público Privada (PPP), que pode resultar em grandes investimentos.

Do ponto de vista político a situação do governo também piora, na medida em que poderá se ver de novo num processo eleitoral para a escolha do presidente da Câmara. Com essa crise, não é difícil que a oposição apareça com nomes fortes e afete ainda mais a governabilidade, na medida em que as eleições e o processo de disputa se aproximam.

Por outro ângulo, tudo isso serve para purgar a Câmara de certas figuras. Não pode um País como o Brasil estar sujeito a um político como Severino, que inclusive ameaçava, caso o impeachment de Lula fosse indicado como conseqüência das investigações, o que não foi totalmente descartado ainda, a ocupar o cargo máximo do País. Desde sempre ele se mostrou incapacitado, preconceituoso, empregou a família e achava isso normal. Agora, para piorar, descobriu-se seu pior defeito, algo que não pode e não deve simplesmente ser posto de lado em nome de uma defesa que espertamente se baseia na falta de provas ou na inconsistência delas. Cabe à imprensa, aos órgãos como Receita, PF e Ministério Público fazer uma devassa na vida desse político. Alguém que supostamente age assim tem sinais exteriores de riqueza incompatíveis com sua renda oficial. Verificando bens e condições de vida dele e de seus familiares é fácil pelo menos desconfiar.

Aliás, um bom perfil na imprensa, ainda quando ele foi eleito, resolveria bem esse caso. Seria uma etapa já cumprida e que agora terá de ser pautada tardiamente. A culpa por Severino estar onde está e ajudar a atravancar ainda mais o País, todavia, não é da imprensa. A culpa é de três centenas de parlamentares que em nome de uma oposição burra votaram no representante legítimo do ‘atraso do retrocesso’. Para, como disse um ex-ministro de Lula, vingar-se da falta de atenção do Executivo com o Congresso, resolveram fechar os olhos, tapar o nariz e jogar apenas na derrota do Planalto.

Na minha modesta opinião, os políticos em todas as esferas deveriam perder esse lado mesquinho de tentar derrotar o governo mesmo quando sabem que isso afeta todo mundo. Fazem isso nos municípios, nos Estados, em Brasília. Projetos bem intencionados, bons para a maioria, muitas vezes são derrotados por puro gozo político, por pura oposição. Falta maturidade, responsabilidade em nome do bem coletivo. Neste momento, por exemplo, ainda que haja apenas um resquício de dúvida sobre o caráter do presidente da Câmara, ele deve ser afastado imediatamente. Afinal de contas, ele será o condutor dos processos de cassação, de votações importantes e não se pode ter dúvidas num momento tão delicado.’



Cida Fontes

‘Severino apresenta laudo contra empresário e diz que fica no cargo’, copyright O Estado de S. Paulo, 12/09/05

‘O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), decidiu ontem comprar uma briga política com os líderes partidários e anunciou que não deixará a presidência da Câmara. Ignorando a pressão dos partidos políticos, Severino diz que cumprirá seu mandato até o fim e que é falso o documento apresentado pelo empresário Sebastião Buani, que aponta a suposta cobrança de propina de sua parte para renovar o contrato de funcionamento de um dos restaurantes da Câmara.

Em entrevista coletiva, Severino classificou jornalistas que cobravam explicações sobre as denúncias como adversários da oposição. Atacou também violentamente adversários políticos, como o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), o primeiro a pedir seu afastamento. ‘Eu não faço este negócio de tóxicos’, disse. Sua nora Olga pôs as mãos na cabeça desesperada. ‘Ele não consegue segurar a língua’, disse com a cabeça baixa. Severino emendou: ‘Eu não ando com maconha nem com tóxico’, disse.

Severino surpreendeu até mesmo seus assessores ao apresentar um laudo pericial, feito por um perito pernambucano, que atestaria a falsidade do documento apresentado por Buani. No dia anterior, seu advogado, José Eduardo Alckmin, dissera que não cabia à defesa fazer laudo, mas sim à Polícia Federal. Pior: o próprio perito admitiu em seu parecer que fez o laudo baseado apenas numa cópia do documento publicado na revista Veja.

‘Eu não assinei e não existe esse documento. Ele é fraudulento. Trata-se de um documento montado eletronicamente. Trata-se de uma falsificação eletrônica’, disse. Em relação ao cheque que Sebastião Buani disse que ele teria recebido, o deputado bradou: ‘Antes já se falou de pagamento de cartão de crédito, de entrega de vários cheques. Mentiras! Mentiras! Mentiras.’

Indiferente à atitude da oposição, que promete abrir guerra hoje em plenário, não aceitando votar nada sobre seu comando, Severino avisou que planeja enfrentar a todos. ‘Resistirei. Como presidente da Câmara não posso me curvar à pressão dos poderosos. Estejam eles onde estiver’, afirmou, dando socos no ar com o punho direito.

Severino debochou da promessa da oposição. ‘Irei presidir todas as sessões e esses líderes que continuem fazendo o conto de carochinha. Eu sou o presidente da Câmara eleito por 300 votos, uma vitória incontestável que nunca aconteceu nessa Casa. Portanto, eles não podem tripudiar sobre aqueles 300 votos. Eu exercerei o meu mandato em toda a sua plenitude’, disse.

Severino ainda tentou comprometer o Palácio do Planalto a seu favor, afirmando ter apoio do governo e da base aliada. ‘Mas é claro que eu tenho o apoio do governo’, garantiu o deputado, que conversou pela manhã com o ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner, sobre a sua estratégia de defesa. ‘Se o governo defende a seriedade tem de ficar do meu lado.’

Severino disse que não tentará sensibilizar o presidente Lula. No entanto, espera que ele faça o que achar conveniente e o trate com respeito. ‘O governo tem certeza absoluta de que eu não estou dentro deste lameado que procuraram lançar sobre o meu nome’, garantiu. ‘Eu não tenho medo de ninguém’, ameaçou.

Severino disse que não abdicará das prerrogativas do cargo e que presidirá a sessão marcada para quarta-feira para votar a cassação do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). Assegurou que não abrirá mão de presidir também o julgamento dos 18 parlamentares acusados de receber mensalão pelas CPIs dos Correios e Mensalão. Para ele, os líderes não vão conseguir impedir que ele cumpra plenamente a prerrogativa de presidir as sessões e, quanto à estratégia de obstrução afirmou ser um problema dos líderes. Mas advertiu: ‘Se os líderes querem ter uma posição política, eles façam isso. Mas eles precisam se lembrar que amanhã poderão cair nesta mesma cilada.’

Severino ainda teve tempo para cometer mais um erro histórico ao tentar se defender. Disse que era vítima de preconceito por ser nordestino. ‘Sei que o preconceito é meu maior inimigo. Por isso, não me surpreendem manifestações histéricas de uma minoria que não admite que um nordestino simples possa estar à frente de uma das Casas do Poder Legislativo.’ Foi um equívoco. Tanto a Câmara quanto o Senado já estiveram sob comando de nordestinos por várias vezes e atualmente o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) preside o Senado.

DOCUMENTOS: Não assinei e nem assinaria de forma consciente documento de tal conteúdo, porque é evidentemente inócuo perante a lei, ou seja, não implica qualquer conseqüência jurídica. O documento foi montado eletronicamente.

GABEIRA: Eu lutarei contra aqueles que querem fazer o que o Gabeira faz (…) Esse negócio de tóxico e de outras coisas eu não faço, por isso eu tenho um eleitorado tranqüilo (…) Eu não ando com maconha, nem com tóxico, nem defendo que a juventude freqüente bares para tomar, fumar maconha.

CHEQUE: Fala-se agora de um misterioso cheque. Antes já se falou de pagamento de cartão de crédito, se falou também de entrega de vale-cheque. Mentiras, mentiras e mentiras.

ACAREAÇÃO COM BUANI: Não tenho medo de ninguém.

RENÚNCIA: Resistirei. Como presidente da Câmara, não posso me curvar à pressão dos poderosos. Estejam eles onde estiver (…) Eu sou o presidente da Casa e não abdicarei das minhas prerrogativas (…) Não há possibilidade de renúncia. Eu não conheço esse termo.

LICENÇA MÉDICA: Eu doente já saí do hospital. Eu não vou agora adoecer de novo para deixar de cumprir minhas obrigações com o povo brasileiro e a Câmara dos Deputados. Presidirei todas as sessões, não tem a menor dúvida.

OPOSIÇÃO: Denúncias infundadas não são denúncias. Eu confio nos líderes, que são homens capazes, honrados (…) Se os líderes querem ter uma posição política, eles que façam isso. Mas eles precisam se lembrar que amanhã eles poderão cair nesta mesma cilada.

ACORDO: Não sou homem de fazer cambalacho ou acordo para me beneficiar. Eu não compartilho com atos desonestos. Isso não vai existir.

APOIO DO PLANALTO: Mas é claro que eu tenho apoio do governo. Meu partido dá apoio ao governo, eu não tenho dúvida alguma. Eu tenho certeza que ele (ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner) vai me dar toda cobertura porque ele está ao lado da verdade.

PRECONCEITO: Sei que o preconceito é meu maior inimigo. Por isso, não me surpreendem manifestações histéricas de uma minoria que não admite que um nordestino possa estar a frente de uma das casas do Poder Legislativo.

PASSADO: Tenho a meu lado o meu passado de honra e de luta e a minha família. A minha vida pública não começou ontem. O meu Pernambuco me conhece, sabe que não irei decepcioná-lo.’



Adriana Vasconcelos, Diana Fernandes e Regina Alvarez

‘E Severino diz que fica’, copyright O Globo, 12/09/05

‘De volta depois de quatro dias em Nova York, o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), rebateu as acusações de que recebeu propina do empresário Sebastião Buani, que explora um restaurante na Casa, garantiu que não renunciará nem se afastará do cargo e desafiou a oposição afirmando que presidirá todas as sessões do plenário esta semana, inclusive a de votação do pedido de cassação do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). A base da defesa é desqualificar a denúncia, sustentando que seu acusador falsificou o documento que seria uma das provas de que pagou propina a Severino.

A defesa do presidente da Câmara, em entrevista coletiva, não convenceu a oposição, que reafirmou ontem a disposição de entrar com processo por quebra de decoro contra ele no Conselho de Ética ainda esta semana. A oposição só não deve insistir na ameaça de obstruir sessões presididas por Severino.

Acompanhado do seu novo advogado, o ex-ministro do TSE José Eduardo Alckmin, e pelo consultor jurídico Marcos Vasconcelos, e amparado por um laudo do perito pernambucano Adamastor Nunes de Oliveira, Severino garantiu que o documento apresentado por Buani teria sido montado eletronicamente.

– Afirmo, com absoluta convicção, que o documento é fraudulento. Não assinei, nem assinaria, de forma consciente, documento de tal conteúdo.

Ao reafirmar sua intenção de permanecer no comando da Câmara, disse ter certeza de que, após a entrevista, teria o apoio da maioria:

– Resistirei. Como presidente da Câmara não posso me curvar à pressão dos poderosos. Lutarei e mostrarei a minha inocência. A mentira não pode prevalecer. Os fatos que me imputam são inverídicos e inconsistentes, baseados na palavra de acusadores mentirosos e documento fraudado – disse Severino, classificando o empresário como ‘ardiloso e maldoso acusador’.

Explicações não convencem deputados

As explicações de Severino não convenceram a oposição e nem partidos da base governista. Mas antes de enviar representação contra ele ao Conselho de Ética, a oposição vai se reunir, amanhã, para discutir a estratégia de atuação.

– A estratégia da oposição continua a mesma. Não mudou nada. Pelo menos cinco partidos vão entrar contra ele no Conselho: PFL, PDT, PPS, PSDB e PV – garantiu o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ).

– A entrevista de Severino não muda nada. Minha tendência na reunião da minha bancada terça-feira será a de defender o nosso apoio à representação contra Severino no Conselho de Ética – acrescentou o líder do PSB, deputado Renato Casagrande (ES), aliado do governo.

Sobre a proposta de obstrução das sessões presididas por Severino, o líder do PSDB, deputado Alberto Goldman (SP), advertiu que, neste caso, é preciso cautela:

– A obstrução não pode ser uma decisão isolada. Essa é uma coisa ainda não resolvida. Como vamos operar diante da decisão de Severino de não se afastar do cargo? As lideranças vão ter que sentar e discutir com calma.

O deputado petista José Eduardo Cardozo (SP) lamentou que Severino não tenha tomado a iniciativa de se afastar do cargo.

– Seria o ideal que as investigações pudessem seguir com ele afastado. Mas seja como for, temos que buscar o entendimento entre todos os partidos. Também não é hora de dividir oposição e governo, a questão é maior, a questão é do Legislativo – afirmou Cardozo.

Goldman concorda com Cardozo:

– Queremos que a representação seja assinada por todos os partidos. Não é uma questão de oposição e de governo, é uma condição ética. É importante que o PT participe dessa representação.

Já o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), ponderou que a versão apresentada pelo presidente da Câmara tem de ser levada em consideração agora.

– Se ele (Severino) diz que o documento é fraudado e que não recebeu qualquer cheque, não podemos desconsiderar. Em que pese as acusações graves, temos de levar em conta os dois lados. Não tenho nenhum compromisso com o erro. É muito fácil ir na onda, mas antes é preciso ver se esse documento é verdadeiro ou falso – ponderou Chinaglia.

A pressão para que Severino não presida a sessão da próxima quarta-feira, quando será votado a cassação de Jefferson, deverá continuar. A avaliação é de que Severino está sob suspeição e, por isso, não teria condições de presidir mais nenhuma sessão da Câmara.

– Não estou sob suspeição, não cometi nenhum delito. Vou presidir todas as sessões, porque sou juiz, não réu – disse Severino.

Se optarem pela obstrução, os líderes, segundo Severino, terão de assumir a responsabilidade por adiar o julgamento de Jefferson:

– Não vou adoecer para deixar de cumprir a minha função. Estou com bastante saúde e vou presidir todas as sessões da Câmara. Se os líderes quiserem procrastinar, o problema é deles. Eles que expliquem à sociedade.

Severino iniciou ontem a coletiva lendo um texto preparado na véspera, em que tenta desqualificar as denúncias de Buani e acusa o empresário de ter tentado lhe chantagear. Ele negou categoricamente que tenha recebido qualquer cheque do empresário e disse estar sendo vítima de preconceito.

– Sei que o preconceito é meu maior inimigo. Por isso não me surpreendem manifestações histéricas de uma minoria que não admite que um nordestino simples possa estar à frente de uma das Casas do Poder Legislativo – afirmou, acrescentando que se considera merecedor de uma estátua por nunca ter cometido qualquer desatino como parlamentar.



***

‘Inseguro, deputado recorre a assessores’, copyright O Globo, 12/09/05

‘O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), chegou pontualmente ao meio-dia num auditório da Câmara para a entrevista coletiva. Cumpriu o rito estabelecido por assessores, lendo um texto de pouco mais de três páginas intitulado ‘A mentira não pode prevalecer’. Mas ao responder às perguntas, Severino deu declarações preconceituosas e revelou insegurança ao tratar de questões mais complexas. E fez muitas bravatas.

Sentado entre o advogado José Eduardo Alckmin e o assessor jurídico da Presidência da Câmara, Marcos Vasconcelos, o deputado não se acanhou em pedir ajuda aos dois para explicações técnicas e jurídicas. Respondeu a cada uma das perguntas sempre olhando para a sua chefe de gabinete, Iara Alencar, que o orientava com gestos quando devia ser firme. Aos jornalistas se dirigiu por vezes com agressividade, acusando-os de estar a serviço da oposição ou atuando como advogados do empresário Sebastião Buani, seu acusador.

Inúmeras vezes repetiu que não tinha medo de ninguém. Em muitas ocasiões fazia ameaça implícita aos colegas de Parlamento:

– Tenho certeza de que hoje, depois dessa entrevista, estarei bem com todos os líderes – afirmou. – Que os líderes lembrem que amanhã eles podem cair na mesma cilada que eu.

Novamente referindo-se aos colegas da Câmara, afirmou:

– Confio nos líderes, porque são homens de bem e vão saber separar o joio do trigo. E eu sou o trigo.

Na tentativa de convencer a todos de que não vai renunciar nem pedir licença do cargo, por doença ou não, Severino foi firme:

– Não irei fugir nem adoecer, porque Deus está do meu lado. Eu vou viver até os 100 anos.

Para o deputado Chico Alencar (PT-RJ), surgiu na entrevista o verdadeiro Severino.

– Ele foi um Severino pleno: clientelista e preconceituoso. Teve coragem de negar todas as acusações, encarnando a morte e a vida severina – disse, fazendo um trocadilho com o título da obra de João Cabral de Melo Neto.

Demonstrando otimismo, Severino deu sinais de não ter qualquer preocupação com o impacto das denúncias sobre seu futuro político. Disse acreditar que a carreira de mais de 40 anos de vida pública não ficará comprometida. Quando indagado sobre o baixo custo de sua última campanha, na qual declarou ter gasto apenas R$ 63 mil, disse ter muitos serviços prestados a Pernambuco, o que sempre lhe ajudou. Indiretamente, admitiu que recebeu doações não-declaradas para sua campanha.

– Sou candidato pobre. Muitos fazem despesas (com minha campanha) sem dizer que fizeram. Tenho certeza que voltarei com votação consagradora. A família Cavalcanti consegue arrumar voto bem baratinho – contou Severino.’