A rede americana CBS defende com veemência a matéria do programa 60 Minutes em que são mostrados memorandos militares que provariam que George W. Bush teria se evadido de suas obrigações com o exército, ao qual serviu entre 1968 e 1973. Assinados pelo falecido tenente-coronel Jerry Killian, os documentos dão conta de que o presidente teria se negado a fazer um exame físico obrigatório e que o comandante estaria sob pressão para ‘aliviar’ os registros do soldado.
Diversos especialistas ouvidos após a apresentação da reportagem afirmaram que os papéis poderiam ser forjados porque aparentavam terem sido produzidos por computador, o que não seria possível no começo da década de 70. A principal evidência apontada por aqueles que argumentam que os documentos são falsos é que eles contêm partes que utilizam texto sobrescrito com uma fonte diferente do resto. O espaçamento também seria incompatível com os modelos de máquina de escrever da época. Familiares de Killian também colocaram a autenticidade das cartas em dúvida.
Como informa a AP [10/9/04], o apresentador do 60 Minutes, Dan Rather, não exclui a possibilidade de ter sido enganado, mas afirma que não há necessidade de fazer uma investigação interna a respeito. Ele argumenta que, como os papéis foram escaneados e fotocopiados, são mais difíceis de serem analisados. Contudo, funcionários da CBS ouvidos pelo Washington Post [11/9/04], que não quiseram se identificar, disseram que há um sentimento dentro da companhia de que o assunto deveria ser revisto. A Casa Branca declarou que não vai investigar a autenticidade dos papéis e insinuou se tratar de um ‘esforço orquestrado’ dos democratas para prejudicar Bush, candidato à reeleição.