Com a morte de 4 entre 31/7/04 e 12/8/04, o total de jornalistas mortos nas Filipinas desde 1986 chegou a 55, 7 deles em 2004. Em nenhum caso houve condenação criminal. Na estatística de assassinatos, o país segue de perto a Colômbia, considerado o lugar mais perigoso do mundo para os jornalistas. Somente no Iraque foram mortos mais profissionais de imprensa este ano.
A maioria dos jornalistas filipinos mortos atuava em áreas rurais, onde quem manda são guerrilheiros e grupos criminosos. A presidente do país, Gloria Arroyo, se diz amiga da imprensa, mas o governo não se move para acabar com a impunidade daqueles que a atacam. As autoridades alegam que alguns jornalistas têm ‘passados sinistros’ e apontam que são mal-vistos por aceitarem propinas, algo que, de fato, acontece com freqüência.
A má imagem dos jornalistas seria a causa da falta de testemunhas nos processos. Em agosto, o então chefe nacional de polícia, Hermogenes Ebdane, disse que se um repórter acha que um assunto que investiga pode colocá-lo em risco, deve deixar a pauta de lado. Inday Espina Varona, do International Herald Tribune [8/9/04], reporta que a falta de testemunhas é causada menos pela pouca simpatia que a população nutre pelos jornalistas que pelo sistema político corrompido. Vários dos criminosos são policiais ou têm ligação com autoridades. Nos casos em que suspeitos foram presos, eles fugiram da cadeia ou foram libertados mediante pagamento de fiança.