Penso que toda e qualquer profissão deve ter um órgão de regulamentação e até de fiscalização. Creio que o texto em discussão sobre o CFJ em debate no congresso não é o ideal, mas está servindo para o debate e, desta forma, todos os profissionais podem apresentar sugestões sobre o que será melhor para a categoria. Penso também que este debate deve ser mais amplo. Podemos estar discutindo também a liberdade de imprensa. Hoje temos a dita ‘imprensa livre’, assim mesmo, entre aspas, porque ela é parcialmente livre. Por quê? Porque quem hoje controla a imprensa é o mercado (poder econômico). Saindo dos grandes centros, chegando a pequenas cidades, como Volta Redonda (RJ), quem controla é o prefeito. E não é apenas um veículo, mas todos. É o prefeito que dita as regras e até escolhe as manchetes dos jornais.
Resumindo: quem quer fazer um trabalho ético e sério não tem espaço no mercado. Digo isto de cadeira. No meu caso, como âncora da CBN Volta Redonda, fui perseguido pelo prefeito, que pediu para a direção da rádio me afastar. E fui afastado. Tudo porque o prefeito não queria que déssemos espaço à oposição e para que quando ele fosse dar entrevista as perguntas fossem as mais suaves possíveis (oba-oba), de preferência passadas antes para ele poder ler. Como o meu caso há muitos espalhados pelo país. Então, há muito o que se discutir dentro desta profissão.
Jefferson Machado, jornalista, Volta Redonda, RJ
Como avançar?
Fica difícil entender a posição do Sr. Dines. Ele afirma que chegou o momento de discutir o tema da regulamentação, mas que não fará isso tendo em vista a presença de um vício de origem: a inconstitucionalidade. Assim, tem-se um paradoxo, ou não? Como avançar no tema?
Jorge Blascoviscki Vieira, economista, Porto Alegre
Não consigo entender
Sou um cidadão comum, mas não consigo entender por que parte da imprensa não aceita um conselho. Será se esse tão falado conselho virá só para punir? Já existe algo pior que a censura. Sou a favor da criação do CFJ, mas com bastante participação dos profissionais da imprensa. Por que existem conselhos em outras profissões e não pode existir no jornalismo?
Noel Damasceno Pereira, servidor público, Brasília
Um elemento novo
(…) Se o Sr. Alberto Dines (…) se abrisse para um debate em outro nível, com absoluta certeza, todos nós ganharíamos. A sociedade brasileira ganharia. Do contrário fica a sina messiânica expressa em suas últimas palavras [no artigo ‘Chegou a hora de discutir o mérito’, remissão abaixo]: ‘Não é este o momento para identificar todas as disfunções do nosso sistema midiático e suas graves conseqüências em nosso desenvolvimento cultural. Uma coisa, porém, é certa: a criação de um Conselho Federal de Jornalismo não será a solução. Ao contrário, será um agravamento irremediável.’ Devo acreditar por profissão de fé?
Samuel Pantoja Lima, jornalista, Joinville, SC
A Terra é redonda
Muito me estranha o posicionamento contrário à criação do Conselho Federal de Jornalismo por parte do Alberto Dines. É uma figura que me inspirava bastante confiança em relação à qualidade comunicacional. Como a Terra é redonda e gira, ainda vislumbro mudança num futuro não tão distante.
João Neto, estudante, Goiânia
É decepcionante
Os artigos assinados pelos senhores Alberto Dines e Fernando Massote são fracos e pouquíssimo esclarecedores a respeito de um assunto ao qual este site é especialmente dedicado. É decepcionante. Espero que este veículo não esteja negligenciando a qualidade, o teor crítico e a profundidade dos artigos publicados.
Júlia Enone, jornalista, Rio de Janeiro