Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Debate em aberto

Meu caro professor Dines, tenho acompanhado os seus comentários, na página do OI na internet e no programa na TV. Algumas questões que você levanta, de fato, procedem. Entretanto, observo que você está naquela de ‘ou 8 ou 80’. Ou seja, quer discutir o mérito do Conselho Federal de Jornalismo, mas, ao mesmo tempo, é contra o referido projeto. Sabe o colega que, como formador de opinião pública e pelo seu histórico profissional, que considero e respeito pelo conhecimento, profissionalismo e ética, a sua opinião é muito importante para todos aqueles se iniciaram na profissão na década de 60, como eu. Apenas lhe peço que mantenha aberta a sua disposição para o debate sobre esse assunto, não relegando-o a um segundo plano.

Nicolau Frederico de Souza, jornalista, Natal



Cegueira chocante

O que me choca nesse episódio todo envolvendo o CFJ é, sem dúvida alguma, a cegueira que cerca alguns futuros companheiros de profissão. Para os que aprovam o texto que está sendo discutido e vai ser levado ao Congresso Nacional, vai uma questão: por que, em vez de criarem um conselho que fiscalize as empresas de comunicação, fazem justamente o inverso? Ora, o CFJ não analisará o papel das corporações, e sim o do empregado, que é apenas um subordinado da empresa. Se a onda de denuncionismo desagrada ao governo ou é feita de uma forma irresponsável não se deve apenas ao autor da matéria, mas também a quem o mandou a fazê-la, pois a denúncia vende e vende muito. Estamos no inicio de uma longa discussão que deveria terminar num Conselho Federal das Empresas de Mídia.

Thiago Tostes, estudante, Rio de Janeiro



A verdadeira ameaça

Os jornalistas brasileiros estão inquietos, com toda a razão, com a proposta de criação do conselho ‘regulador da imprensa brasileira’, que é uma ‘ameaça’ à liberdade de imprensa. Mas esta está nos desmandos das empresas de comunicação, com conteúdos alheios aos interesses públicos, como a falsa entrevista do PCC no programa do Gugu Liberato, o uso das imagens da passeata pela paz na novela Mulheres apaixonadas, misturando ficção e realidade. Por que só os jornalistas da Globo ganham prêmios pelos seus feitos, quando ela mesma os veicula? Por que há inúmeros apresentadores de televisão que não cursaram Comunicação Social? São perguntas como essas que nos fazem refletir sobre a verdadeira ameaça às conquistas de jornalistas que, a duras penas, conseguiram nos ensinar como foram erguidos os pilares dos códigos de ética do jornalista. Parece que a omissão e os interesses particulares estão sobrepujando o verdadeiro jornalismo. (…)

Lindomar Silva de Sousa, estudante de Jornalismo, São Gonçalo, RJ

Chegou a hora de discutir o mérito – Alberto Dines



Palavras oxigenantes

Sr. Luciano Martins Costa Obrigada pelas palavras oxigenantes. Está difícil sobreviver nesse mundo em que jornalistas (é, nós… que vergonha) acham-se e comportam-se acima do bem e do mal.

Laelya Longo, jornalista, São Paulo

Debate à beira da irracionalidade – Luciano Martins Costa



Lula não disse asneira

É. A professora Kelly Nogueira demonstra ser positivista e raivosa na crítica do artigo sobre ‘a liberdade que temos’. Em momento algum percebe que escreve para os leitores. E que estes merecem participar do debate sobre a mídia. Não são os jornalistas os mais veementes em suas críticas aos outros profissionais? Quem vive proclamando que os médicos são corporativistas, que não podem ser julgados pelos pares se protege, assim como os funcionários públicos e os juÍzes? Então, por que nós, os leitores, não podemos nos defender do massacre ideológico a que somos, diariamente, submetidos pela divulgação da ‘notícia’, do ‘fato’?

Por que vocês, jornalistas, acham que não se lê mais tanto jornal no Brasil? Acham que somos obrigados a nos sujeitar a suas idéias e às de seus patrões? É muito preconceituosa a visão de quem diz ‘somos obrigados a ouvir as asneiras do presidente’. Que falta de decoro para uma jornalista, que é, ainda, professora! A senhora está falando de um presidente legitimamente eleito, numa ordem democrática que, por sinal, não falou asneira alguma. Abra-se à crítica no oportuno debate sobre a ética no jornalismo.

Nilce Marcondes, socióloga/funcionária pública, São Paulo