A Reuters solicitou à maior cadeia de jornais do Canadá que tirasse o nome dos repórteres da agência de matérias em que termos como ‘insurgentes’ ou ‘rebeldes’ são substituídos por ‘terroristas’. Este ano, a CanWest Global Communications adotou para seus 13 diários, entre os quais estão o National Post e o Calgary Herald, a política de trocar estas expressões.
A Reuters, por sua vez, tem por norma não usar a palavra ‘terrorista’. Segundo sua direção, os jornais que compram seu conteúdo têm o direito de alterá-lo, mas devem tirar os nomes dos autores originais das reportagens porque os repórteres em áreas de risco podem ser colocados em perigo caso algum grupo ‘insurgente’ não goste de ser classificado de ‘terrorista’. ‘Nossa política editorial é não usar palavras emotivas ao rotular alguém’, acrescenta o editor-administrativo global da Reuters, David Schlesinger. A agência deu como opção à companhia canadense adicionar o nome do diário aos créditos das matérias alteradas, junto ao nome da Reuters, ou até tirar qualquer referência a ela dos textos publicados.
O editor-chefe das publicações da CanWest, Scott Anderson, diz que seus jornais manterão a política atual de alteração das reportagens. O National Post publicou editorial criticando a agência e afirmando que ‘o uso de eufemismos só serve para dar uma ilusória aparência de correção política’ às matérias.
O Ottawa Citizen, outro diário do grupo, também publicou editorial crítico explicando qual é o conceito de terrorismo adotado pela redação: ‘Terrorismo é um termo técnico. Descreve um modus operandi, uma tática. Concordamos com os profissionais de segurança que definem o terrorismo como o ataque deliberado a civis para atingir um objetivo político’. As informações são do New York Times [20/9/04], do canadense The Globe And Mail [21/9/04] e do grupo de monitoramento de mídia HonestReporting [21/9/04].