Esse será, com certeza, o grande desafio do mercado editorial no ano de 2007. Para superá-lo, inúmeras propostas têm sido debatidas nos diversos ambientes literários, mas uma, em especial, merece comentários por ser a mais plausível. Trata-se da imediata inclusão de atividades editoriais no âmbito escolar e universitário, tais como visitas freqüentes ás editoras para acompanhamento da diagramação e para a observação da rotina de trabalho dos profissionais que fazem os escritos virarem obras, algumas até clássicas.
Tal proposta, muito comum em países de primeiro mundo, aguçaria a curiosidade dos pretendentes a leitores e seria um trampolim para que mergulhassem nas histórias dos mais diversos gêneros. O mecanismo é simples, mas, infelizmente, esbarra-se em questões burocráticas, conservadoras e governamentais. Por isso, precisamos nos inspirar em Policarpo Quaresma, que incansavelmente buscou um Brasil melhor e mais humano. O momento é esse!
Falta de incentivo à leitura
Justificando: o mercado editorial só estará contribuindo para um avanço na educação brasileira se o número de leitores aumentar. Caso contrário, perderá uma de suas principais funções. O livro precisa, portanto, ser um companheiro do abajur, da mesa do computador e da pia do banheiro. Ele, em poucas palavras, deve, o quanto antes, ser incorporado ao cotidiano brasileiro.
O resultado dessa ação será facilmente medido por meio de pesquisas junto aos novos leitores que abordariam a quantidade de livros lidos antes e depois da implantação das atividades editoriais no currículo escolar e universitário. Mas também com base na análise das vendas das livrarias.
Quem gostar de um livro, vai certamente comprar outro, seja de um mesmo autor ou de um mesmo gênero.
Provaremos, com isso, que o déficit de leitura existia porque faltavam incentivos aos leitores. Vamos mudar esse quadro. O ano de 2007 está apenas começando e tem tudo para ser um período de otimismo para nossa literatura.
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Escritor e poeta, São Paulo, SP