Depois das recentes matérias do New York Times contendo informações consideradas ameaças à segurança nacional, um painel da Câmara de Representantes deu início a uma revião do Ato de Espionagem para permitir que jornalistas sejam processados por revelar tais dados. A lei de 1971 estabelece métodos para processar pessoas que disseminam informações sensíveis.
O coronel do Exército Ken Allard argumentou na semana passada, diante de um subcomitê do Judiciário da Câmara, que a extensão dos atuais vazamentos não tem precedentes na história americana, citando exemplos como a investigação da suposta lista do presidente Barack Obama com terroristas que deveriam ser assassinados e os ciberataques americanos no Irã. Para ele, tais investigações ameaçam a segurança nacional e servem apenas para promover o autointeresse da mídia, sendo cuidadosamente planejadas para ajudar na reeleição de Obama. Ainda segundo o coronel, vazamentos como os revelados no livro do repórter do NYTimes David Sanger, com detalhes dos ciberataques americanos em plantas nucleares iranianas, expõem segredos vitais ao Irã e colocam os EUA em perigo de retaliação.
Já outros membros do subcomitê alegaram que a Primeira Emenda protege o direito da mídia de publicar tais informações. Eles também falaram do papel de monitoramento da imprensa, que ajuda a vigiar possíveis ações ilícitas e abusos de poder. Mas James Sensenbrenner, presidente do subcomitê, alegou que há leis que permitem que cidadãos procurem diretamente autoridades federais para denunciar atos governamentais ilegais, sem a necessidade da mídia. Segundo ele, o potencial de processar repórteres deveria ser considerado. “Temos a questão sobre a Primeira Emenda para proteger a liberdade de imprensa, mas é preciso haver um equilíbrio”, disse. Informações de Annika McGinnis [The Christian Science Monitor, 11/7/12].