A União Européia aprovou a sugestão feita pelo presidente francês, Jacques Chirac, para a criação de uma biblioteca virtual online. O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro de Luxemburgo e atual presidente da UE, Jean-Claude Juncker, durante encontro em Paris que reuniu, na semana passada, ministros da Cultura de países europeus e 800 artistas para discutir o futuro da cultura no continente.
A idéia de Chirac é contra-atacar o projeto da companhia americana Google, que anunciou, no fim do ano passado, a concretização de um acordo para digitalizar milhões de livros de algumas das principais bibliotecas dos EUA e torná-los acessíveis gratuitamente na Rede. O projeto do Google, encarado como uma verdadeira revolução na era da informação, deverá demorar mais de 10 anos para ser completo e, estima-se, consumirá US$ 200 milhões.
Depois que o assunto foi levantado na França, autoridades européias ligadas à cultura começaram a se preocupar com o risco de que o projeto americano priorize as obras escritas em língua inglesa e ignore as de outras línguas. Seis membros da UE – França, Alemanha, Hungria, Itália, Polônia e Espanha – anunciaram que estão à frente do projeto de criação de uma biblioteca digital européia depois que 19 bibliotecas nacionais assinaram uma petição pedindo que alguma atitude seja tomada contra a ameaça representada pelos planos do Google.
‘Nós temos que agir’, afirmou Juncker, ressaltando que o projeto europeu só poderá ser realizado se for arrecadado o dinheiro necessário. O primeiro-ministro criticou a verba da UE destinada aos projetos culturais, de 0.12%, que classificou de ‘medíocre’ e ‘insignificante’. Informações da AFP [3/5/05].