‘Entrou no ar no primeiro minuto desta sexta-feira (20/05) a Bandnews FM, rede de radiojornalismo capitaneada pelo grupo Band. A rádio estreou nesta noite nas emissoras das cidades de São Paulo (96,9), Rio de Janeiro (94,9), Belo Horizonte (89,5) e Porto Alegre (99,3). Diariamente, a cada 20 minutos, é apresentado um novo radiojornal, com informações, reportagens e entrevistas, somando, no total, 72 jornais em 24h. Transmitido em rede, cada programa tem também um bloco de informações locais e diferentes colunistas fazem o acompanhamento das notícias ao longo do dia. Entre eles, Dora Kramer, Ângela Bittencourt, José Roberto Torero, Sérgio Dávila, Roberto Avallone, Alexandre Rangel, Cláudia Matarazzo, Marcos Sá Corrêa e J.R. Duran.
Um programa nacional, apresentado por Carlos Nascimento, marca as manhãs da rede, de segunda a sexta-feira, das 7h às 9h. No segundo semestre, emissoras de Brasília, Curitiba, Recife, Salvador e Santos (SP) devem integrar a Bandnews.
Na Band FM de Porto Alegre, o jornalista Felipe Vieira comanda um programa com entrevistas, comentários e reportagens das 9h às 10h da manhã. Também há previsão de um programa local das 18h às 19h, a partir de junho. Segundo o coordenador de Jornalismo da Band RS, Renato Martins, a proposta da Bandnews FM é de renovação e avanço constante: ‘Nos 20 minutos seguintes, o ouvinte é convidado a permanecer ligado também, pois tudo será diferente, e o que for importante será repercutido’.’
TV RECORD
‘Record produzirá saga de ‘self-made man’’, copyright Folha de S. Paulo, 22/05/2005
‘A novela que Lauro César Muniz, ex-autor da Globo, escreverá para a Record inaugurar sua faixa das 21h contará a saga de um ‘self-made man’ (empreendedor) em quatro fases, durante 50 anos (de 1955 aos dias atuais). O protagonista deverá ser vivido por pelo menos dois atores.
A trama será também uma fusão de quatro trabalhos de Muniz: as novelas ‘40 Anos Depois’ (Record, produzida em 1971), ‘Escalada’ (Globo, 1975) e ‘O Casarão’ (Globo, 1976) e a peça teatral ‘Luar em Preto-e-Branco’ (1992).
Duas fases da vida do protagonista, a ascensão e o sucesso/poder, vêm das estruturas de ‘40 Anos Depois’ e ‘Escalada’. As outras duas, queda e volta às origens, saíram de ‘O Casarão’ e ‘Luar em Preto-e-Branco’.
A Folha teve acesso à pré-sinopse da história, ainda sem título definido. O protagonista é um empresário do agronegócio que saiu do nada e construiu um império, começando pelo algodão, passando pela cana e soja e terminando com experimentos com borracha.
Antônio Maciel (nome provisório do herói) atinge o auge entre 1950 e 1980. ‘Agindo como visionário, um quixote brasileiro, investe tudo em um projeto fantástico. Conta com as benesses de influentes políticos, mas acaba traído e roubado por esses senhores. Numa situação difícil, na velhice, retorna à terra natal, revê sua vida e vislumbra uma volta ao poder’, escreveu Muniz na sinopse.
OUTRO CANAL
Garfo A Band trabalha para reforçar sua programação de domingo. Além de um novo programa de José Luiz Datena, estuda agora uma atração de Otávio Mesquita, a partir de agosto, com jogos e externas.
Voz A Globo irá exibir três boletins diários da quarta edição do ‘Fama’, que será uma mistura de ‘reality show’ com festival. Em junho, o programa terá duas eliminatórias regionais, que escolherão os 12 finalistas. A partir do dia 9 de julho, os competidores terão treinamento e passarão por eliminações semanais.
Estrangulamento A Record, que já anunciou duas vezes que iria tirar o ‘Cidade Alerta’ do ar, aos poucos vai sufocando o telejornal policial. O programa, que já durou quase duas horas, agora tem só 20 minutos e sem intervalos comerciais.
Pressão Segundo executivos da Record, o ‘Cidade Alerta’ está sob pressão do governo federal, que ameaça classificá-lo para após as 21h. Atendendo a pedido do governo, a emissora já cancelou o ‘Cidade Alerta’ em seu canal internacional. O telejornal foi acusado de instigar a violência em países africanos.
Maionese Autora de ‘América’, Glória Perez tem abusado da inteligência do telespectador. Na semana passada, colocou um personagem cubano que vive em Miami para ensinar em português o significado de palavras e expressões inglesas.’
PÂNICO NA TV
‘Visto pela elite, ‘Pânico’ triplica receitas’, copyright Folha de S. Paulo, 22/05/2005
‘Dos três primeiros programas na disputa pelo público da faixa das 18h às 20h dos domingos, o ‘Pânico’ é o que tem, proporcionalmente, a audiência mais qualificada. De cada cem telespectadores do programa, mais de 90 são das classes A, B e C, as que têm poder de consumo e eletrizam os anunciantes. Só as classes A e B, a elite econômica, respondem por 53% da audiência.
É bem mais do que o ‘Domingão do Faustão’ (30% de AB). No entanto, por ter audiência menor (média de oito pontos, ou 588 mil telespectadores na Grande São Paulo em abril e maio), o ‘Pânico’ ainda é visto por menos gente da elite do que o concorrente da Globo.
O mercado publicitário já descobriu esse lado nobre do ‘Pânico’, um programa que atrai o público pela criatividade de uma produção sem recursos e pela sátira e crítica à indústria de celebridades, incluindo a própria TV.
No domingo passado, o ‘Pânico’ teve 15 minutos de propaganda paga e cinco merchandisings. Nos intervalos, foram 26 comerciais, entre eles os de anunciantes para consumidores sofisticados, como Volkswagen, General Motors, Suzuki e Red Bull, além de Sadia, Nestlé, Coca-Cola e Pepsi. ‘Temos fila para merchandising, que limitamos a cinco por programa’, comemora Amilcare Dallevo Jr., presidente da Rede TV!.
Antonio Rosa Neto, consultor de mídia que assessora grandes anunciantes, corrobora: ‘O ‘Pânico’, assim como o ‘Perdidos na Noite’ nos anos 80, fala para o formador de opinião, que influencia de três a dez pessoas’.
Dallevo afirma que o ‘Pânico’ irá ganhar mais meia hora para atender à demanda publicitária. O executivo não revela o faturamento do programa. Diz apenas que ele triplicou em um ano.
Humildade
Líder e ‘cérebro’ do grupo, o apresentador Emílio Surita tem um discurso humilde, diferente das personalidades que seus comandados perseguem para que calcem as ‘Sandálias da Humildade’, um ‘prêmio’ para famosos tidos como arrogantes.
‘Quando o ‘Pânico’ dava dois pontos no Ibope, tinha a mesma repercussão que agora’, diz Surita, que se empenhará numa campanha por um cenário -o atual se resume a oito tapadeiras e uma bancada, ‘reciclada de merchandising’, e custou R$ 5.000.
Surita duvida que o ‘Pânico’ possa existir na Globo. ‘Não é um produto da Globo. O ‘Pânico’ está na contramão, é alternativo, subversivo. Sinceramente, eu não iria para a Globo. Lá, tem uma cartilha que proíbe zoar com programas de outras emissoras. Se virar oficial, perde a graça’, avalia. ‘Acho difícil o ‘Pânico’ funcionar fora da Rede TV!.’
Para Surita, também não adiantam injeções cavalares de dinheiro na produção do ‘Pânico’. ‘As pessoas gostam de saber que funcionamos com pouco dinheiro.’
Rodrigo Scarpa, o Repórter Vesgo, assina embaixo. ‘Só na Rede TV! a gente pode zoar os donos da emissora’, conta. Scarpa se prepara agora para perseguir Jô Soares, que chama de ‘o Bonzão’. Tentará infernizá-lo com as ‘Sandálias da Humildade’.
O ‘Pânico’ também já goza de respeito da concorrência. ‘Eles fazem um humor irreverente que provoca boas risadas. Considero um trabalho muito criativo. Eles são a bola da vez’, diz Gugu Liberato, que admite que não se sente confortável ao ser mostrado um tanto delicado nas sátiras do programa. ‘Claro que é mais prazeroso ser reconhecido pelas qualidades’, afirma o apresentador.
‘O ‘Pânico’ se aproveitou de um vácuo na audiência dos domingos. Ganhou o público que não gosta do Faustão e o que deixou de gostar do Gugu após o caso PCC’, analisa Alberto Luchetti, ex-diretor do ‘Domingão’.
O aspecto apelativo do ‘Pânico’ já gera problemas. Na semana passada, a emissora foi condenada a pagar indenização de R$ 100 mil a uma mulher que se sentiu constrangida por ter sua saia levantada ao ser abordada na São Paulo Fashion Week, em janeiro. A Rede TV! irá recorrer.
Por ser humorístico, o programa não tem ‘compromisso com a verdade’. Nos últimos dois meses, fez parecer ao público que um de seus integrantes, Márvio Lúcio, o Carioca, desistiu da TV e virou hare krishna. Carioca, na verdade, continua no palco do programa, protegido pela máscara do personagem Mestre Fioda.’
SAIA JUSTA
‘E o Ronaldinho? E a Cicarelli?’, copyright No Mínimo (www.nominimo.com.br), 20/05/2005
‘A ex-modelo Betty Lago falava sobre o impacto que foi desembarcar pela primeira vez na cidade de Nova York, em 1976, quando, de repente, ouve-se no estúdio: ‘Nhééééééé!’. Sim, parecia um bezerro desmamado chorando – onde, como, por quê? -, mas era só Luana Piovani usando seus dotes de atriz para fazer uma intervenção onomatopéica na fala da amiga. ‘Eu nascendo e ela já bombando em Nova York’, disse Luana, 29 anos, logo em seguida. Pois é, a cena aconteceu, acreditem. Foi na quarta-feira à noite, na estréia da nova temporada do programa ‘Saia Justa’, do GNT. Quem viu, teve vontade de chorar. Mesmo. ‘Nhééééééé!’
Depois de cinco meses fora do ar, o ‘Saia Justa’ está de cara(s) nova(s). Mudou o cenário, mudou a programação visual, mudou o elenco. Mônica Waldvogel, jornalista simpática e competente, é a única remanescente de um grupo que já contou com nomes fixos como Rita Lee, Fernanda Young, Marisa Orth e Marina Lima. Na nova temporada do programa, somaram-se a ela Betty Lago, Luana Piovani e a filósofa gaúcha Márcia Tiburi, uma professora universitária de 35 anos que já havia participado do programa ‘Café Filosófico’, da TV Cultura. Individualmente, todas parecem ser mulheres interessantes – cada uma no seu estilo, naturalmente. Juntas, porém, ainda não funcionaram.
O problema é que, no geral, o ‘Saia Justa’ continua sendo aquele mesmo papo bobo, um tanto débil, de mulheres que parecem não ter mais o que fazer na vida. Ora, por favor, senhoras! Em dado momento, Mônica Waldvogel propôs um teste. ‘Ai, adoro testes’, comentou Betty Lago. Pois o ‘teste’ consistia no seguinte: cada mulher precisava emitir três afirmações sobre si mesma, sendo que apenas uma delas deveria ser correta. Às colegas caberia descobrir o que era falso e o que era verdadeiro. Deu para sentir o tom pré-adolescente da coisa, né? Não se sabe por que não brincaram também de passar o anel entre as mãos ou de escrever dedicatórias na agenda da amiga, mas fica aqui a idéia para um próximo episódio.
Tudo bem, pode-se argumentar que o roteiro do programa não foi bom e que os temas escolhidos pela produção – o primeiro encontro, a Bienal do Livro, etc. – eram fracos, pois foi isso mesmo o que aconteceu. Porém, esperava-se que mulheres inteligentes e vividas pudessem se sair melhor dessa armadilha. ‘Achei essa brincadeira difícil’, disse Márcia Tiburi ao fim do tal ‘teste’ proposto por Mônica Waldvogel. ‘Eu entendi e, para mim, já acabou’, desdenhou Luana Piovani. ‘Você é filósofa, meu amor, não pode achar nada difícil’, alfinetou Betty Lago.
Foi aí que o clima do novo ‘Saia Justa’ começou a ficar bom. Embora o blá-blá-blá tenha sido inaproveitável, instalou-se uma tensão entre as participantes do programa. Ficou claro que Luana Piovani e Betty Lago – não se sabe se por soberba ou insegurança – posicionaram-se contra Márcia Tiburi. A filósofa, por sua vez, não reagiu muito bem e pareceu um tanto acanhada na maior parte do tempo. Com uma exceção. Quando Luana Piovani sacou da bolsa um vidrinho de florais de Bach e com ele fingiu defumar o ambiente, Márcia falava sobre a importância dos livros em sua vida – e contra-atacou: ‘Livro, para mim, é a melhor coisa que inventaram na História da Humanidade. Livro, aliás, é um bom remédio, melhor que florais, porque te cura da solidão e de uma coisa que tem que ser curada com urgência: a burrice’. Silêncio no estúdio. Mas a galera em casa vibrava!
É de se supor que os novos episódios do programa transcorram nesse clima – com Márcia ‘enfrentando’ Betty e Luana. Mônica Waldvogel, diplomática, continuará tentando concordar com todas, sem discordar muito de ninguém. No entanto, para que o ‘Saia Justa’ ganhe um gás, será preciso melhorar o nível da conversa, propor temas mais provocativos ou cômicos. Ou até picantes – se bem que nenhuma das participantes se dispôs a responder à pergunta do ator Oscar Magrini, que gravou um vídeo querendo saber se, na hora do sexo, alguma delas já tinha pedido para levar um tapa na cara. As reações:
1) ‘Esse é o tipo de resposta que não se dá em público.’ (Mônica Waldvogel)
2) ‘Acho tão feio ele perguntar isso.’ (Márcia Tiburi)
3) ‘A gente tem que fazer o que está com vontade. Entre quatro paredes, com o meu namorado, faço tudo o que quero.’ (Luana Piovani)
Assim fica fácil, não? A outra opção para dar uma levantada no programa é baixar logo o nível. Pois, vamos combinar, o que todo mundo queria saber mesmo era a opinião das moças sobre o fim do casamento-relâmpago de Ronaldinho e Daniela Cicarelli. O assunto da semana em qualquer roda de conversa no Brasil parecia que ia pintar a qualquer momento, mas não rolou. Como é possível um programa que se quer polêmico perder uma oportunidade dessas? Que saia justa!
PS 1 – Com a palavra, Luana Piovani: ‘Estou numa relação nova com os livros. Hoje, já gosto de ler. Comecei a ler para me exercitar, porque sei que ler é importante. Estou numa relação mais tranqüila com os livros’. Uma confissão e tanto, não?
PS 2 – Minutos depois de dizer isso, Luana afirmou que a revolução feminista foi uma coisa boa ‘até a página 3’. Hum, não sei, não, essa metáfora… Será que Luana está mesmo numa relação mais tranqüila com os livros?
PS 3 – Frases e expressões soltas capturadas nas falas de Márcia Tiburi: ‘O outro é o seu espelho’, ‘Isso não é só um problema cognitivo’, ‘Sociedade patriarcal’, ‘Macroestrutura social’. Cuidado com o que você diz, Márcia, cuidado.
PS 4 – Márcia Tiburi tem uma semelhança impressionante com a atriz Julia Almeida, filha do autor de novelas Manoel Carlos. Sem a cicatriz no pescoço. Repara só.
PS 5 – O tão anunciado quadro sobre etiqueta sexual da publicitária Gisele Rao não foi ao ar. Eu, hein!’