O ex-correspondente da BBC Robert Aitken escreveu um livro em que acusa a rede pública britânica de ‘esquerdismo institucionalizado’. ‘O escândalo é que as vozes da esquerda não são equilibradas pelas de direita’, comenta o jornalista, que trabalhou na rede por 25 anos. Ele conta que, quando começou na empresa, como correspondente de economia, na Escócia, as reformas da então primeira-ministra conservadora Margaret Thatcher eram representadas de forma tão unilateral que a emissora prestava um ‘verdadeiro desserviço’ aos contribuintes. Declarando-se ‘a meio caminho’ do conservadorismo, o repórter conta que em seu último trabalho na BBC, na Radio 4, ele se sentiu isolado ao ver que todos os seus colegas eram contra a intervenção anglo-americana no Iraque. Porta-voz da companhia negou que ela tenha uma tendência política institucionalizada.
Rádio pública tem problemas com governo Bush
A direção da Rádio Pública Nacional americana (NPR, sigla em inglês) tem passado por uma fase conflituosa com funcionários indicados pela Casa Branca, informa Stephen Labaton em texto para o New York Times [16/5/05]. O conservador Kenneth Y. Tomlinson, presidente da Corporation for Public Broadcasting, que concede verbas aos meios de comunicação públicos nos EUA, resolveu, sem consultar a NPR, contratar dois ombudsmans para controlar o conteúdo da emissora. Além disso, pediu a um instituto de pesquisa que averiguasse se a rádio faz uma cobertura equilibrada do conflito árabe-israelense, ou se privilegia a versão palestina da história. Ele se nega a discutir se é papel da instituição que preside avaliar o desempenho da rádio, mas já deixou claro que acredita que ela tem reputação de ‘esquerdista’ e que isso é um problema que precisa ser resolvido.