Concordo com Deonísio da Silva, Millor Fernandes é nosso pensador brilhante e divertido. Também adoro o Millôr, e a Veja estava precisando completar a oxigenação que havia iniciado com Lya, Tales Alvarenga, André Petry… Mas, orgulho mesmo eu sinto é de um tal Deonísio da Silva, nascido aqui no sul de SC.
Maria de Fátima Barreto, professora, Laguna, SC
Deonísio da Silva responde
Obrigado pelo orgulho que você sente por este ‘catarinauta’. Partilho-o com outros catarinenses desterrados, como Edla van Steen, em São Paulo, e Manoel Carlos Karam, em Curitiba, os dois escrevendo prosa de ficção imperdível, mas sobretudo com o Observatório da Imprensa, que nos leva democraticamente a todos, urbi et orbi.
Saúdo nossa leitora da capital da República Juliana, independente alguns meses na primeira metade do século 19, por obra de Anita Garibaldi. Ainda está aí na casa de Anita a máquina em que ela costurou seu vestido de noiva?
Oxigenação, é isto mesmo, Maria de Fátima. Millôr é, mais que gênio, oxigênio. (D.S.)
No frigir dos ovos
Aí, Deonísio, te peguei. Tu que és bamba na origem das palavras e expressões populares, no excelente artigo sobre a volta do Millôr à revista Veja, esqueceste de corrigir ‘um omelete’ para ‘uma omelete’, porque a fritada de ovos batidos, apesar do impacto do chute, continua substantivo feminino. Um abraço do admirador.
Ivan Schmidt, jornalista, Curitiba
Deonísio da Silva responde
Esta semana, duas mensagens do Brasil meridional, meu ‘terrum’! Obrigado pela carta e pelos encômios, prezado Ivan Schmidt. Você poderia me flagrar em erro, pois errar é humano, mas não foi desta vez. Omelete é comum de dois gêneros. É verdade que o Aurélio registra apenas o feminino, mas outros consignam o masculino e o feminino, de que é exemplo o Houaiss: ‘Omelete: substantivo de dois gêneros. Rubrica: culinária. Regionalismo: Brasil. Fritada de ovos bem batidos, a que se podem agregar temperos (salsa, cebola etc.) e outros ingredientes (p. ex., presunto, queijo), geralmente dobrada ao meio ou em forma de envelope’. (D.S.)
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Cada vez pior
Por incrível que pareça, a revista Veja tem conseguido a cada edição piorar. Com exceção de alguns colunistas, incluo aí o Roberto Pompeu de Toledo, esta revista tem estado a cada semana mais inútil. Na edição 1.872, traz matéria de capa, com dois nenemzinhos, que nos faz pensar e indagar: somos um país com uma mistura deliciosa de raças e credos ou um pais anglo-saxão? Na pagina 65, tem uma matéria ainda mais idiota, que fala da nova forma de se consumir bebidas alcoólicas nos dos pubs ingleses, como se isso fosse de suma importância para a informação de uma sociedade, que sabe muito bem que há muito mais coisa para a imprensa noticiar. Na pagina 72, outra matéria, um pouco mais útil, mas ainda assim inútil: a forma feminina, mostrando uma siliconada de biquíni e falando de injeções antigordura. Percebe-se nesta pagina que a intenção não é informar sobre o perigo das injeções antigordura, mas, sim, chamar a atenção para a beldade siliconada. E assim seguem a cada semana piorando. Confesso que se eu tivesse comprado as últimas edições eu estaria muito chateado, pois quem comprou sabe muito bem que foi dinheiro jogado fora.
Hélio J. Lisboa, mordomo, Embaixada do Brasil-FAO, Roma