Um esquema de oito anos de circulação inflada no Chicago Sun Times aumentou os índices do jornal em pelo menos 50 mil exemplares por dia, conforme concluiu um inquérito que durou três meses. A empresa dona do Sun Times, Hollinger International, afirmou que iria separar US$ 27 milhões para compensar os anunciantes, alguns dos quais já entraram com processos contra o jornal. Segundo a companhia, os índices começaram a ser inflados entre março de 1996 e março de 1997 e foram aumentando ao longo do tempo. A Hollinger também assumiu fraude na circulação de outros três jornais da empresa: o Daily Southtown e o Star, em Chicago e o Jerusalem Post, em Israel.
Os índices reais revelados pelo inquérito no Sun Times fizeram com que o jornal ficasse ainda mais atrás do Chicago Tribune em vendas nos dias de semana. A situação do jornal pode ter piorado ainda mais por causa de um aumento no preço, ocorrido em abril. O editor John Cruickshank disse que só descobriu sobre a fraude depois que o preço do jornal já tinha sido aumentado de 35 para 50 centavos de dólar.
Em um email aos funcionários do jornal, Cruickshank disse que o seu antecessor no cargo, David Radler, foi quem instigou os esquemas de fraude na circulação. Uma fonte de dentro da companhia afirmou que dois ex-diretores, Mark Hornung e Stephen Hastings, implementaram os esquemas depois que Radler ditou suas metas de circulação. Hornung e Hastings pediram demissão em junho deste ano.
Para inflar os índices, a companhia mentia sobre o número de jornais que voltavam das bancas sem serem vendido, pagava os distribuidores do jornal para não devolverem os jornais não vendidos ou mandava que os exemplares não vendidos fossem entregues para reciclagem e doava o dinheiro arrecadado para que escolas comprassem jornais. Então o dinheiro voltaria e ser usado para comprar exemplares do Sun Times. Informações de Eric Herman [Chicago Sun Times, 6/10/04].