>> “A usina mostra que sua construção pode funcionar como um vetor de preservação ambiental, porque fizemos um levantamento das espécies animais ao redor e estamos fortalecendo a preservação.” [Valor Setorial Energia, junho. Trata-se da usina de Santo Antônio, no Rio Madeira, perto de Porto Velho.]
>> “Solange tem 15 anos e desistiu das salas de aula quando fazia a antiga 4ª série. Sonhos? ‘Tenho não, senhora’, diz. (…) A menina está grávida de três meses, fruto do envolvimento rápido com um dos milhares de ‘camargueiros’ – como são chamados, na região, os operários da construtora Camargo Corrêa. O namorado paraense chegou a Rondônia com o pai, tios e primos para tentar emprego na Usina de Jirau. Quando soube do bebê, disse que não era dele e se negou a ajudar.” [Fórum, julho. Na capa da revista: “Adolescência prostituída: uma outra história da construção das hidrelétricas.”]
>> “As obras receberão quase R$ 6 bilhões em investimentos socioambientais, incluindo preservação da fauna e flora, monitoramento da qualidade da água, entre outros, acertados com o governo na fase de licenciamento.” [Valor Setorial Energia, maio.]
>> Ida Perea, diretora da Maternidade Municipal de Porto Velho: “Atualmente, o índice de partos realizados em meninas de 10 a 19 anos está em torno de 28% do total de atendimentos. A menor taxa registrada foi de 25%, em 2010, após uma campanha massiva de prevenção. Mas o número voltou a subir e alcançou o pico de 31%.” [Fórum, julho.]
>> Maria Berenice Tourinho, reitora da Universidade Federal: “Não podemos esquecer que muitos trabalhadores das obras já estão indo embora e deixando os ‘filhos das usinas’. Temos um aumento da escala de rondonienses nascendo sem pai. É a perpetuação da violação de direitos.” [Fórum, julho.]