Acabo de excluir minha conta do Facebook. Meu coração dói tanto… Parece que saí de casa e esqueci de alguma peça de roupa. A princípio, ele era uma ótima ferramenta de comunicação, tornou-se muito mais popular que os concorrentes, ótimo para propagandas e melhor que qualquer ferramenta de spam para espalhar um boato. Inteligente, o Facebook encontra amigos de infância, do colégio, ensino médio, faculdade, empresas que trabalhei e ainda sugere amigos que nem eu lembrava que conhecia. Além disso, o filme Rede social, que conta a história da criação do site e o processo milionário que foi movido por coprodutores contra presidente da rede, deixou mais popular o que até menos de dois anos atrás era conhecido apenas fora das bordas brasileiras.
Descredenciei-me do Facebook, pois ele é utilizado atualmente apenas para entreter a massa com joguinhos, charadinhas, tirinhas e prende qualquer vulnerável cidadão a discussões quase nunca produtivas – ninguém discute nele assuntos como política, sociologia, filosofia. Não há como negar que, além de muito didáticos – o que trouxe à rede de computadores pessoas que jamais se viam em frente a um computador –, sites de relacionamento em geral são muito coloridos e divertidos, prendem mesmo a atenção de todos e fazem o usuário pensar que é mais popular entre sua rede de relacionamento.
Contudo, novas políticas de privacidade – como a recente divulgada pelo Google, que infelizmente, a maioria dos usuários nem tem ideia que pode agredir a soberania nacional – cliques pagos, páginas oficiais, verified accounts e “Curtir” evidenciam o verdadeiro objetivo de quem os administra, propaganda e moda. Por esses motivos, quem quiser me contatar, de agora em diante terá de se render ao bom e velho telefone celular (velho?), ao meu endereço de e-mail (também velho, não?) ou bater palmas em frente ao portão da minha casa.
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[Jackson Henrique de Campos Dias é gestor de comércio exterior, Santo André, SP]