Sem contraditório

Sobre a quase total ausência de opiniões divergentes da linha editorial do Estadão, entre os artigos e as cartas dos leitores do jornal, já enviei inúmeras cartas criticando reportagens e contestando dados claramente errôneos. Nenhuma foi publicada. Enquanto isso, tenho lido imensas baboseiras na seção de cartas de leitores, normalmente com críticas ferozes e pouco substanciosas ao PT, ao MST, à CUT etc. Realmente, o Estadão não oferece um espaço para o debate democrático.

Acompanho Luiz Weis e o OI. Achei essa matéria eivada infelizmente de críticas bastante discutíveis, em seu mérito. Sou assinante do Estado de S.Paulo e da Folha de S.Paulo há anos e, ao contrário do articulista, venho achando que ultimamente a Folha vem sendo muito mais crítica – aguda e negativamente! – nas diversas colunas assinadas do que o Estado, obviamente no referente a PT, eleições, Marta, Lula, ministros políticos (ou não!) e respectivas circunstâncias ao seus derredores… Decepcionei-me (espero que seja transitório até 1º de novembro, ou LW emendará o feriadão?)

O leitor tem obviamente o direito de discordar do que lê. Isso não o autoriza a fazer insinuações que talvez imagine serem engraçadinhas sobre as escolhas eleitorais de quem escreveu o que o decepcionou. (L.W.)

Dines observou como O Estado de S. Paulo, no domingo dia 17 (primeiro dia das suas mudanças recém-implementadas), não ofereceu na sua capa as notícias de âmbito internacional. Entre a terça-feira e a sexta-feira seguintes, o jornal, em suas capas, negligenciou a eleição norte-americana – a única informação referente ao tópico apresentada em capa foi na segunda-feira dia 18, apenas sobre a repercussão negativa entre os democratas norte-americanos de declaração do general brasileiro [no Haiti]. Mesmo na parte interna, a disputa eleitoral entre Kerry e Bush foi tratada de forma no mínimo morna.

Caro Dines, mudanças são bem-vindas sempre, mas nem sempre indicam insegurança. O Estadão mudou porque o mundo muda. Na minha humilde posição de leitor da Folha (e quem sabe novo leitor do Estadão), o jornal mudou para se atualizar, captar novos usuários, gerações habituadas a ler sob novas plataformas e diferentes ritmos. Se o conteúdo tem qualidade, por que não ser mais leve, belo e atraente? Que venham novos leitores. Aqueles que antes fugiam das longas e feias páginas deste periódico. Por esta ótica, ganhamos todos, ganha o Brasil. Aliás, o site do Observatório merecia um layout novo. O conteúdo continua exemplar!