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Comecemos pelo mês de outubro. O dia 14, uma sexta-feira, trazia nas páginas do caderno ‘Find!’ um texto de autoria da sra. Adriana Rodrigues Suarez. Tratava-se de uma receita de cubismo ao plágio, em que o prato http://diariodoscampos.com.br/20061014/find.htm#07 coincidia em muito com outros três, que foram acoplados um ao outro, tal e qual um sanduíche com seis não tão saborosas camadas de parágrafos. A 1ª, 3ª, 4ª, 5ª e 6ª eram feitas do mais puro http://www.historiadaarte.com.br/arteadolescente.html, recheadas com um parágrafo (2º) de http://www.suapesquisa.com/artesliteratura/cubismo/ , com os quais se fez um molho de comentário. Um ingrediente especial, o item ‘No Brasil’, se identificava ao http://www.artesbr.hpg.ig.com.br/Educacao/11/interna_hpg4.html , de outro cozinheiro. Nenhum toque de tempero autoral foi dado à receita.
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Novembro. Talvez devido ao clima quase tórrido que assolou os Campos Gerais, aparentemente se mostrou um mês fértil às sementes da coincidência. Foram quatro na horta da sra. Suarez. A primeira germinou no quarto dia daquele mês. Floresceu imediatamente um lindo botão de http://diariodoscampos.com.br/20061104/find.htm#06, raríssimo, talvez encontrado somente ali naquela região e nas montanhas de http://www.spiner.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=192. Ao chegarmos ao final de tais elevações, notamos apenas duas diferenças entre as flores produzidas em ambos os locais: as das montanhas trazem duas pétalas de perguntas a mais, essenciais para a compreensão de seu perfume textual original. Em contrapartida, as flores do jardim da sra. Suarez têm três pétalas de palavras a mais, que só aparecem no final, e respondem pelos nomes de ‘renascimento, impressionismo e cubismo’.
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Dia 10! Bradou aos céus: ‘Vinde a mim, Dada! Dai-me outros olhos para que eu possa olhar para meu irmão http://www.diariodoscampos.com.br/20061110/find.htm#06 e pedir perdão a ele por tê-lo confundido duas vezes com dois primos nossos – não muito – diferentes http://pt.wikipedia.org/wiki/Dada%C3%ADsmo, por exemplo, não se sentiu nem um pouco bem pela semelhança que, segundo o próprio, não seria obra divina. Foi também o caso de http://pt.wikipedia.org/wiki/Ready_made. Lembro-me bem de uma inscrição… ready made, na 15ª linha, local em que o encontrei.’ Isso causou uma grande confusão com os parênteses (ou não seriam parentes?).
‘Não por acaso’, segui seus passos. Fui até o fim e… não é que quase não vi qualquer diferença?!
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No dia 17 de novembro, dois dias antes da bandeira, mudou de vida. Abriu uma copiadora. Embora jurasse que as máquinas não funcionavam e que o original http://www.historiadaarte.com.br/popart.html em nada tinha a ver com a cópia http://www.diariodoscampos.com.br/20061117/find.htm#06, as foto-reproduções pareciam de excelente qualidade. Melhor conferir mais uma vez!
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No dia 24 do mesmo mês, utilizou outro original. Desta vez, http://pt.wikipedia.org/wiki/Op_art, e alegou mais uma vez que o produto não se tratava de uma reprodução, mas que era, sim, fruto de uma pesquisa intitulada http://diariodoscampos.com.br/20061124/find.htm#06. Melhor esmiuçá-la.
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E não é que encontrei, já no dia 1º de dezembro, um frasco do composto de paragrafol http://diariodoscampos.com.br/20061201/find.htm#06, formado por fragmentos químicos e partículas físico-textuais de http://www.mac.usp.br/projetos/seculoxx/modulo1/construtivismo/cubismo/futurismo/index.html? Isso foi logo no segundo período da tabela do primeiro paragrafito. De repente, cristais de http://www.brasilcultura.com.br/conteudo.php?id=207&menu=86&sub=216, descoberto há tempos por Patrícia Abe, começaram a se formar. No primeiro período da tabela do segundo paragrafito, até um pouco mais da metade do processo. Voltou a aparecer em ‘movimento’ até que ‘futurismo’ apareceu, invertendo a função paragrafante.
Há quem diga que todos os períodos da tabela do terceiro paragrafito estavam cobertas de cristais de http://www.brasilcultura.com.br/conteudo.php?id=207&menu=86&sub=216, que também apareciam em períodos do quarto paragrafito, desde ‘artistas’ a ‘trabalhos futuristas’. Idem no quinto paragrafito, até onde se via escrito ‘do grupo’, incluindo ‘impressionistas e pós-impressionistas, artistas que já apresentavam certa preocupação em representar o dinamismo. Após 1912, uma exposição em Paris marca a hegemonia da influência cubista sobre a arte do grupo’.
Enfim, mesmo com a troca de ‘maiores influências’ por ‘influências maiores’, é impossível não dizer que http://www.brasilcultura.com.br/conteudo.php?id=207&menu=86&sub=216 e http://www.mac.usp.br/projetos/seculoxx/modulo1/construtivismo/cubismo/futurismo/index.html (que voltaria a aparecer em sete linhas seguidas, no sétimo paragrafito) reagiriam, formando http://diariodoscampos.com.br/20061201/find.htm#06. Equação complicada de resolver, não? Muito cálculo estequiométrico. Carece de matemática básica na formação… Tsc! Tsc!
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A Imagem da função http://www.diariodoscampos.com.br/20061208/find.htm#06 é, na verdade, Domínio das funções injetoras http://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_contempor%C3%A2nea (1º parágrafo do gráfico), http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%B3s-Modernidade (2º e 3º parágrafos do gráfico), http://pt.wikipedia.org/wiki/Marxismo (valor entre parênteses) e http://www.liberal-social.org/liberalismo (observando a troca de sinal de preservação para maximização) e http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%B3s-modernismo. A operação não tem resto. Lembra a máxima de que nada se perde e tudo se transforma.
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Já o caso de http://diariodoscampos.com.br/20061215/find.htm#06 é realmente grave. No dia 15 de dezembro, ele adentrou o Instituto de Pilantropia com sérios indícios (doente terminal, afirmam) de http://pt.wikipedia.org/wiki/Modernismo, do 1º ao 5º parágrafos, numa escala de nove. A partir do 6º parágrafo, passou a apresentar sintomas claros de http://www.profabeatriz.hpg.ig.com.br/literatura/modernismo.htm#CONTEXTO%20HISTORICO%20-%20MO%20-%20PORT. Mas uma equipe médica acabou por diagnosticá-lo plagiado a partir do momento do intertítulo, iniciando um ciclo de http://www.brazcubas.br/professores/sdamy/mubc09.html entre o sétimo e oitavo parágrafos. A equipe responsável pelo diagnóstico foi formada em Moji das Cruzes, no ano de 1997, e contava com as pesquisadoras Emilene Rodrigues Carneiro, Fernanda de Carvalho, Patrícia C. Fernandes, Eulália Menezes de Bastos e Maria Hette Real. Apesar da tentativa de sobreviver, criando um nono parágrafo até o momento autoral, o texto sucumbiu ao plágio. Que Deus o tenha!
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Aquela exatidão, aquele cientificismo todo, estava cansando sua beleza. Já era dia 05. Ano novo. Vida nova. Resolveu voltar à copiadora, pois mesmo que aparentemente fosse uma contradição, acreditava que lá, certamente, ninguém saberia de seu inigualável talento para a clonagem, verdadeira atividade para a qual sua vocação apontava. Ainda fecharia a copiadora e abriria um laboratório de clonagem, sonhava. Vejamos o caso do original http://www.tarsiladoamaral.com.br/frbiografia.htm que, embora fosse absolutamente idêntico à cópia http://www.diariodoscampos.com.br/20070105/find.htm#06, ainda não era suficiente para a proprietária, perfeccionista por excelência, que dizia simplesmente não haver cópia alguma diante de seus olhos… Modeeeeesta!
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Por onde andará a heroína? Perdida em tantas palavras, em alguma história alheia, talvez? Qual será sua próxima peripécia? Deixou um legado expresso num singelo recado de que um dia voltará. Segundo Suarez, que sentiu-se responsável por pesquisar (está em busca da resposta à equação Ctrl C + Ctrl V) e esquecer de agradecer ao pesquisado (embrião original): ‘Venho por meio desta pedir desculpas a todos os leitores do ‘Find!’ A minha intenção de forma alguma foi plagiar nada, muito menos biografia de alguém. Realmente reconheço o meu erro, pelo esquecimento lamentável da referência, coisa, que como diz uma leitora, não poderia acontecer com alguém na minha titulação. Mas, infelizmente, mesmo com minha titulação, existem erros, lamento. O site como já foi citado é www.tarsiladoamaral.com.br, e estarei citando o site também na coluna de sexta- feira, ok? E prometo não errar mais! Abraço!’
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Músico, Ponta Grossa, PR