Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Números, estimativas e algumas lições

Os Estados Unidos devem sair vitoriosos dos Jogos Olímpicos de 2012. Todavia, em relação aos Jogos de 2008, os principais destaques positivos devem ser a França e a Coréia do Sul; enquanto as maiores frustrações devem ficar por conta da Austrália e do Japão.

Encerradas as disputas de medalhas dessa quarta-feira (8/8) nos Jogos Olímpicos de 2012 (Londres, Inglaterra: de 27/7 a 12/8), a contagem oficial (ver Medal count) indica que as oito primeiras posições estão ocupadas neste momento pelas seguintes delegações (entre parêntesis, o número de medalhas de ouro, prata e bronze, respectivamente): China (36, 22, 16), Estados Unidos (34, 22, 25), Grã-Bretanha (22, 13, 13), Coréia do Sul (12, 7, 6), Rússia (11, 19, 22), França (8, 9, 11), Alemanha (7, 15, 10) e Itália (7, 6, 4).

Faltam quatro dias de disputas. Não sei exatamente quantas e quais medalhas ainda estão em jogo. Todavia, admitindo que, nos próximos dias, o calendário repita (em termos de modalidades) a mesma sequência dos Jogos Olímpicos de 2008 (Pequim, China: de 8 a 24/8), arrisco dizer que a classificação final este ano não deverá fugir muito das seguintes estimativas (entre parêntesis, o número de medalhas de ouro, arredondado para o inteiro mais próximo): Estados Unidos (47), China (43), Grã-Bretanha (26), Rússia (25), Coréia do Sul (20), França (14), Alemanha (10) e Itália (9).

Lição a aprender

Em 2008, a classificação final indicava, nas primeiras posições, a presença de mais dois países: Austrália e Japão, que terminaram em 6º e 8º lugar, respectivamente. Em 2012, nenhum dos dois deverá aparecer entre os oito primeiros classificados – no momento, arrisco dizer que, na melhor das hipóteses, a Austrália terminará em 9º e o Japão em 10º.

A se confirmarem as previsões com relação aos ganhadores de medalhas de ouro este ano (na parte de cima da classificação, o número de medalhas de ouro é um bom indicador do número total de medalhas), seis dos 10 referidos         países deverão melhorar o seu desempenho em relação a 2008, a saber (entre parêntesis, estimativas para o percentual de aumento): França (100%), Coréia do Sul (54%), Reino Unido (37%), Estados Unidos (31%), Itália (12,5%) e Rússia (9%). Os outros quatro deverão ter uma piora (entre parêntesis, o percentual de perda): Austrália (57%), Japão (44%), Alemanha (37,5%) e China (16%).

Trocando em miúdos, a França e a Coréia do Sul sairiam dos Jogos de 2012 como os principais destaques positivos, enquanto a Austrália e o Japão terminariam como destaques negativos. (A rigor, estes dois últimos países estão tendo resultados anômalos: poucas medalhas de ouro em relação ao número total relativamente elevado de medalhas que os seus representantes vêm conquistando.) Nesse sentido, pensando em conseguir um bom desempenho nos Jogos Olímpicos de 2016, ouso dizer que os brasileiros deveriam examinar com mais calma esses casos extremos, tentando, quem sabe, responder à seguinte questão: por que alguns países conseguiram melhoras tão expressivas, enquanto outros pioraram? De resto, será que se pode extrair alguma lição útil e duradoura desses casos ou seriam os resultados finais apenas uma questão de sorte ou azar?

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[Felipe A. P. L. Costa é biólogo e autor de Ecologia, evolução & o valor das pequenas coisas (2003)]