Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Cresce procura por diploma nos EUA

O diploma de jornalismo é realmente necessário para a prática da profissão? A questão que vira e mexe provoca acalorados debates no Brasil não é exclusividade nossa. Nos EUA, onde o diploma não é obrigatório, ela também costuma aparecer, como mostra artigo de Teresa Méndez no Christian Science Monitor [26/10/04].

Em pauta, o propósito dos programas de ensino de jornalismo. Enquanto algumas pessoas acreditam que o diploma é um verdadeiro passe de entrada para o mercado, outras afirmam que seu valor é nulo. Discute-se também o conteúdo ensinado nos cursos (deveriam focar em teoria ou priorizar os aspectos práticos?) e seu preço. O salário médio de um jornalista com diploma nos EUA é de US$ 32 mil anuais. Cursos em escolas respeitadas, como a Columbia, em Nova York, chegam a custar US$ 60 mil por ano, incluindo custos de vida.

Vale a pena?

Aparentemente vale. De acordo com uma pesquisa feita pelo Grady College of Journalism and Mass Communication, da Universidade da Georgia, cada vez mais pessoas se matriculam em cursos de jornalismo em busca de um diploma na profissão. No ano passado, 11.703 formandos – número recorde nos EUA – foram despejados no mercado de trabalho.

Mesmo com baixos salários, alta competição e duras provações éticas, a atração pelo jornalismo permanece grande no país. As motivações são as mais diversas: desde a visão romântica dos que têm na escrita sua paixão até a visão revolucionária dos que querem uma arma para combater governos corruptos e mudar o mundo. Tereza afirma que os jornalistas – os que são e os que querem ser – falam da profissão menos como um trabalho e mais como um verdadeiro chamado. Já as razões para se optar por um diploma de jornalismo são mais pragmáticas. Para a maioria dos estudantes, é uma credencial que, além de não fazer mal, pode até ajudar a abrir portas para o fechado este fechado mundo.