O ombudsman do Washington Post, Patrick Pexton, conta que gosta de assistir e ler sobre as Olimpíadas. “Há algo de especial sobre todos os diferentes esportes sendo realizados em um único local em duas semanas que nos faz pensar sobre a maravilha e a variedade de realização humana de homens e mulheres de todos os tipos, cores e culturas”, afirma.
No entanto, ele diz ter recebido muitos emails sobre o evento deste ano, em Londres, com reclamações sobre a cobertura esportiva do jornal. Os leitores se queixavam da divulgação, com destaque, dos resultados das competições ao longo do dia. O problema é que, nos EUA, grande parte das modalidades foi transmitida pela TV com atraso; além disso, muitos leitores acabavam só assistindo à versão editada pela rede NBC à noite. Com isso, o Post estava “estragando a surpresa”. A maior parte dos sites de notícias fez o mesmo que o Post, como o New York Times, Huffington Post, CNN, NBCNews, ABC News e USA Today. O site do Fox News e o Yahoo News, entretanto, pediam aos leitores que clicassem em um link para ter acesso aos resultados das Olimpíadas.
Evento noticioso
O Post acabou fazendo posteriormente algumas alterações para os leitores digitais. Os resultados dos Jogos foram retirados dos alertas via email e a equipe que cuida do conteúdo para plataformas móveis optou por não enviar alertas “push” (que aparecem na tela assim que são publicados) para os que têm aplicativos do jornal em seus aparelhos. Os aplicativos, entretanto, mostravam resultados em tempo real nas suas páginas iniciais. “Tratamos as Olimpíadas como um evento de notícias e não de entretenimento; nossa cobertura é como a de qualquer outro evento noticioso. Certamente entendo que algumas pessoas podem ficar insatisfeitas ao saber dos resultados antes de assistir aos eventos na TV, à noite. Mas isso não é algo novo”, declarou o editor de esportes, Matt Vita. “Os resultados estão disponíveis na web, em redes sociais e são transmitidos ao vivo por diversas emissoras internacionais. Estaríamos fazendo um desserviço para nossos leitores – muitos deles não estão nos EUA ou podem não estar assistindo aos eventos à noite na NBC – se segurássemos os resultados ou, de algum modo, fingíssemos que não sabíamos deles”.
Pexton contou que gosta de assistir aos eventos à noite, mas, como seu trabalho o obriga a estar conectado o tempo todo a diversos sites e às redes sociais, acabava vendo os resultados. E, ainda assim, gosta de assistir aos Jogos – em alguns casos, fica até com mais vontade de vê-los depois de saber o final. “Já era o mundo antigo do jornal lido no café da manhã, o vespertino a caminho de casa e o telejornal noturno. Vivemos em um mundo hiper rápido e super competitivo no qual o Post deve entregar as notícias constantemente e ir onde os leitores estão”, defendeu o ombudsman.
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