Joe Strupp, da revista americana Editor & Publisher [5/11/04], reporta que diversos veículos de comunicação estão novamente designando profissionais para atuarem como repórteres embedded, ou seja, integrados às forças de ocupação do Iraque, que se preparam para dar um golpe final nos rebeldes que fazem de Fallujah uma terra sem lei. A Primeira Força Expedicionária dos Fuzileiros Navais, que há pouco tinha apenas 15 jornalistas em sua cola, recentemente teve suas 70 vagas de imprensa preenchidas. No auge do conflito no Iraque, as tropas invasoras chegaram a acolher 800 embedded. Nos últimos meses, o número diminuiu a menos de 100, mas a quantidade é outra vez crescente.
Iraquianos entram no jogo
O mais curioso talvez seja o fato de que agora também fazem parte desse grupo seis jornalistas da recém-renascida imprensa iraquiana, como mostra reportagem de Jackie Spinner para o jornal Washington Post [4/11/04]. ‘Alguém tinha de estar aqui’, afirma Muddhir Karim Zhary, correspondente do diário al-Sabah. Após deixar sua filha chorando em casa, ele chegou ao acampamento dos EUA próximo a Fallujah sem saber o que o esperava. Mesmo sem dispor dos equipamentos básicos que possui a imprensa internacional – como saco de dormir, lanterna e repelente de insetos – Zhary está disposto a mostrar serviço. ‘Claro que será perigoso. Haverá morte. Mas estou pronto para qualquer coisa. Quero levar a verdade de Fallujah para as pessoas’.
O grupo de jornalistas iraquianos será acompanhado por dois seguranças privados americanos que não quiseram revelar por quem estão sendo pagos. Três repórteres acompanharão unidades militares dos EUA e dois ficarão com as forças de segurança iraquianas. O último ficará para trás, coordenando os trabalhos e certificando-se de que o material produzido chegue a Bagdá.