A partir do fim de novembro, emissoras estrangeiras podem formar operações conjuntas ou fazer acordos de cooperação com parceiros chineses para produzir programação de entretenimento, desenhos animados e novelas, de acordo com a Administração de Televisão, Filme e Rádio da China.
As regras para as operações, entretanto, conservam a proibição de envolvimento estrangeiro em notícias e conteúdo relacionado a negócios atuais. Além disso, os parceiros chineses nas novas operações conjuntas devem ter um mínimo de 51% das ações. Os investimento feitos pelos estrangeiros só podem ser concretizados em dinheiro, enquanto do chineses podem investir de outras formas.
De início, apenas 30 emissoras estrangeiras poderão vender programação ao país. Sob a nova lei, as companhias de produção conjuntas terão o mesmo tratamento que as inteiramente domésticas: o que inclui aderir às inúmeras restrições de conteúdo impostas pelo governo. Como, por exemplo, a proibição de transmissão sobre conteúdo político contra o Estado, programação obscena ou de qualquer tema que seja considerado inadequado à família chinesa. A lei também prevê que pelo menos dois terços da programação transmitida por essas companhias devem ter temas chineses.
Emissoras como MTV e Discovery Channel e empresas de mídia, como Time Warner e Walt Disney, já se movimentam no sentido de abocanhar uma parte desse mercado, informa Elaine Kurtenbach [AP, 19/11/04].
Segundo a revista The Economist [18/11/04], a mídia chinesa tem poucos investimentos de publicidade (são menos de US$ 7 milhões em 2003), causando pesadas perdas para o ramo. É por este motivo que o governo busca atrair o investimento estrangeiro; ele pretende modernizar esta mídia para alcançar o grande potencial consumidor do país. Políticos chineses reconhecem, agora, que somente quando a mídia chinesa puder ganhar e manter espectadores e leitores, eles poderão ter alguma influência sobre a opinião pública.