Em entrevista ao jornal árabe sediado em Londres Asharq Al-Awsat, o ministro da defesa do Iraque, Hazem Shaalan, chamou a emissora de TV Al Jazira de ‘canal do terrorismo’. ‘Isto é claro e nós dizemos abertamente e sem hesitação: a Al Jazira é um canal do terrorismo’, afirmou ele.
A emissora com sede no Qatar costuma ser acusada por autoridades iraquianas e americanas de incitar a violência e é criticada por transmitir filmagens ‘exclusivas’ de militantes islâmicos, entre as quais estão os famosos ‘pronunciamentos’ de Osama bin Laden.
Em agosto deste ano, a Al Jazira foi proibida de fazer reportagens em solo iraquiano. Apesar do banimento, o canal – que possui 24 horas diárias de programação – costuma ser o primeiro a transmitir as últimas notícias do país em conflito, incluindo os seqüestros e assassinatos de reféns estrangeiros por grupos terroristas.
Relações fraternas
Segundo Shaalan, o militante iraquiano Omar Hadeed, que supostamente teria ligações com o grupo terrorista Al-Qaeda, é irmão do diretor da sucursal iraquiana da Al Jazira, Hamed Hadeed. O ministro acusa o jornalista de ter recebido de seu irmão os vídeos mostrando a decapitação de reféns em Faluja.
O Asharq Al-Awsat noticiou na semana passada que Omar Hadeed foi segurança de Saddam Hussein e que foi ele quem liderou o começo da batalha contra os exércitos americano e iraquiano em Faluja. ‘Nós o consideramos um terrorista por ter atacado e matado forças nacionais e internacionais’, disse Shaalan.
O ministro afirmou ao jornal que a Al Jazira continua a operar no Iraque ‘secretamente, burlando a lei’. Ele alertou ainda que chegará o dia em que serão tomadas ‘medidas além das palavras contra a Al Jazira. Que Deus amaldiçoe todos aqueles que aterrorizam os cidadãos iraquianos, sejam eles jornalistas ou o que forem’. Informações da AFP [23/11/04].