O repórter e fotógrafo Allan Dizon foi o quarto jornalista a ser morto em novembro nas Filipinas, e o 12º a ser assassinado no país este ano. Dizon, de 35 anos, trabalhava para os tablóides The Freeman e Banat News, na cidade de Cebu, região central. Com mais este assassinato, o país chegou ao segundo lugar no ranking de jornalistas mortos no exercício da profissão, ficando atrás apenas do Iraque, de acordo com o Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ) e a organização Repórteres Sem Fronteiras. Em 17/11, centenas de jornalistas se reuniram em todo o país para protestar a morte dos colegas.
Em artigo no New York Times [30/11/04], Carlos H. Conde afirma que as Filipinas passam por um momento de ataque profundo à liberdade de expressão. Rádios são fechadas; redações de jornais, invadidas; jornalistas atacados e ameaçados e equipamentos de radiodifusão destruídos. No mês passado, o governo chegou a censurar um programa televisivo que satirizou a reeleição da presidente Gloria Macapagal-Arroyo. Além dos 12 jornalistas mortos este ano, outros 21 foram assassinados desde que ela assumiu o poder, em 2001. Grupos internacionais e domésticos de mídia criticaram o governo das Filipinas por falha no impedimento dos assassinatos.
Desde que a democracia foi restaurada no país, em 1986, 61 jornalistas foram mortos e nenhum suspeito foi condenado. De acordo com dados do Movimento pela Liberdade de Imprensa nas Filipinas, 34 jornalistas foram mortos sob a ditadura de Ferdinand E. Marcos, que durou 21 anos.