Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Intérprete suspeito do seqüestro de jornalistas

A Romênia acusou o intérprete dos três jornalistas seqüestrados no Iraque – e libertados há menos de duas semanas – e o empresário Omar Hayssam de terem planejado o crime. Marie Jeanne Ion e Sorin Miscoci, da Prima TV, e Ovidiu Ohanesian, do diário Romania Libera, foram capturados em Bagdá junto com o intérprete Mohamed Munaf, e ficaram 55 dias em cativeiro.

Autoridades romenas afirmaram que o seqüestro dos jornalistas teria sido parte de um plano com o objetivo de transformar Hayssam em um herói no país e fazê-lo escapar de punições por acusações prévias de envolvimento com o crime organizado e fraudes financeiras. O empresário, que tem dupla cidadania síria e romena e vive na Romênia, espalhou para a mídia local que, logo depois do seqüestro, teria recebido um telefonema dos insurgentes pedindo US$ 4 milhões em troca dos reféns.

O objetivo de Hayssam seria aparecer como o responsável pela libertação dos jornalistas. Durante o seqüestro, também foi divulgado à imprensa que os captores tinham motivos políticos, e ameaçavam matar as vítimas caso a Romênia, aliada aos EUA, não retirasse suas 800 tropas do Iraque. O país, informa Radu Marinas [Reuters, 27/5/05], deixou claro que não retiraria suas tropas.

Nove pessoas presas em Bagdá por conexão com o crime forneceram informações que levaram aos nomes do empresário e do intérprete. O presidente romeno, Traian Basescu, afirmou que a libertação dos jornalistas foi ‘uma operação comandada 100% pelo serviço secreto da Romênia, que trabalhou de forma excelente’.