Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Claudia Ferraz


 


 


 


‘Quem passa horas na internet já se acostumou a palavras que só existem na linguagem dos computadores, como deletar e inicializar. Mas os internautas, principalmente os mais jovens, foram além, ‘aperfeiçoando’ a língua com abreviaturas, letras trocadas e neologismos. Esse internetês se tornou tão complicado de entender que os preocupados com o ‘analfabetismo virtual’ criaram a campanha ‘Eu sei escrever’ para incentivar o uso do português correto.


A comunidade tecnológica Fórum PCS inventou um filtro de palavras com erros propositais. O site substitui automaticamente as abreviaturas pelas palavras corretas e destaca o texto corrigido com uma cor ou em itálico.


Assim, ‘aki’ vira ‘aqui’ e ‘naum’ se torna ‘não’ para que os autores percebam que estão escrevendo errado. ‘Quando lancei a campanha no fórum, alguns disseram que iam continuar escrevendo como queriam’, disse Paulo Couto, criador do site. ‘Mas depois de tanta crítica dos próprios colegas, porque a palavra ficava em vermelho, passaram a escrever certo.’


Couto explica que a idéia começou porque a diferença de linguagem entre as gerações impedia a troca de informações. ‘Além do conflito de interesses, há um conflito de linguagem. Os redatores e moderadores do Fórum não entendiam as mensagens. Então foram instruídos a orientar os autores para que escrevam de forma mais clara.’


Por outro lado, para se aproximar dos adolescentes, a rede Telecine de TV a cabo pôs no ar a sessão de filmes Cyber Movie, com legendas exclusivamente em internetês.


‘Acho um absurdo’, disse Couto, inconformado. ‘Aos poucos essa linguagem vai complicar os sistemas de busca e não sei até que ponto isso é saudável para o Brasil.’


Para se filiar à campanha, que tem até comunidade no site de relacionamentos Orkut, basta acessar a página www.euseiescrever.com.br.’



Epaminondas Neto


Transações de internet banking crescem 40% ‘, copyright Folha de S. Paulo, 9/06/05


‘As transações bancárias por meio dos sites de internet banking cresceram 40,4% entre 2003 de 2004 e já respondem por 13% do total das movimentações dos bancos, segundo pesquisa da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) que será divulgada oficialmente no próximo dia 15.


Entre 2000 e 2003, esse percentual mal chegava a 10%. Somente o número de usuários aumentou 55% no período.


Dois fatores principais explicam a adesão dos correntistas à internet, segundo os bancos: melhora na segurança dos sites e na oferta e facilidade de serviços.


O estudo mostra ainda que as transações bancárias feitas em lojas, padarias, agências de correio e lotéricas crescem: representavam 2,7% do total das movimentações em 2003 e saltaram para 3,9% no ano passado. Esses estabelecimentos são conhecidos por correspondentes bancários e são alvo de iniciativas dos grandes bancos.


Marques diz acreditar que o avanço do internet banking esteja apenas no começo. ‘Hoje, mesmo o menor município do Brasil já tem um correspondente bancário, em que o cliente passa o cartão e paga suas contas.’


Na mão inversa, a pesquisa da Febraban apresenta uma realidade já experimentada por muitos clientes: caiu a participação das transações feitas nos caixas antigos, nos serviços de ‘call center’ e na emissão de cheques em papel. As primeiras representavam 16,9% do total em 2003 e recuaram para 12% em 2004. Já no caso dos atendimentos telefônicos, representavam 5% em 2003 e passaram para 3,8% no ano passado. No caso dos cheques, o número de compensações caiu 6,2% de 2003 para 2004.


Segundo o consultor Luís Marques, um dos responsáveis pela pesquisa, o mercado trabalhou para ampliar o uso da ferramenta. ‘Os bancos fizeram uma montagem de sites com a inclusão de um número muito grande de novos serviços, como o agendamento de pagamentos, que é um tipo de serviço ao qual antes você não tinha acesso’, disse.


A pesquisa da Febraban não traz dados sobre fraudes em sistemas de internet banking nem informa quanto os bancos investiram no quesito segurança.


O consultor, no entanto, afirma que alguns estudos mostraram também o crescimento significativo de fraudes nos sistemas de internet. ‘A velocidade de reação dos bancos ainda não acompanhou o grau de iniciativa dos bandidos virtuais’, afirma. Ele ressalta que o item ‘proteção’ está entre as prioridades dos bancos, que investiram R$ 4,21 bilhões em novas tecnologias, sendo a maior parte (R$ 2 bilhões) em hardware e no desenvolvimentos de sistemas de gestão (R$ 1 bilhão). O restante foi investido em telecomunicações e na melhoria da rede de atendimento.’



O Globo


‘Google vale US$ 80 bi e é a maior do setor de mídia’, copyright O Globo, 9/06/05


‘A Google Inc., que controla o Google, o site de busca mais usado do mundo, tornou-se a mais valiosa companhia de mídia do mundo, à frente da gigante Time Warner Inc., apenas dez meses depois de ter aberto seu capital. Na terça-feira, as ações da Google fecharam em US$ 293,12, levando seu valor de mercado a superar os US$ 80 bilhões. E analistas acreditam que os papéis da empresa podem chegar a US$ 325 ou US$ 350.


A nova Time Warner foi criada há seis anos, quando a America Online (AOL) comprou a Time Warner por US$ 106 bilhões, uma operação que festejava a união da velha e da nova mídia. Desde então, os papéis da empresa vêm caindo, e ontem o valor de mercado da Time Warner era de US$ 77,5 bilhões, segundo o site CNN/Money.


Outras empresas mais tradicionais do setor estão mais atrás ainda da Google. O valor de mercado de Viacom Inc. e Walt Disney Co., por exemplo, está entre US$ 54 bilhões e US$ 55 bilhões.


Já o valor de mercado da maior concorrente da Google, a Yahoo Inc., está em US$ 51 bilhões, bem abaixo do tamanho da estrela do mercado.


Concorrentes oferecem novos serviços


A Google estreou no mercado de ações em agosto do ano passado. Seus papéis foram lançados a US$ 85 cada, ou seja, no período eles acumulam valorização de cerca de 240%. Há quem tema que as ações possam estar sobrevalorizadas, o que poderia reviver o estouro da bolha das pontocom, no ano 2000.


A Google surgiu da idéia de dois universitários, Larry Page e Sergey Brin, para um site de buscas mais eficaz. Lançado em 1998, o site passou de dez mil consultas por dia para 200 milhões hoje.


A rapidez com que a empresa cresceu levou seus concorrentes a oferecerem novos serviços para conquistar usuários e anunciantes. A America Online vai lançar este mês uma nova versão do site AOL.com, com serviços gratuitos que antes eram oferecidos somente aos assinantes, informou ontem o ‘Wall Street Journal’.


Segundo o ‘Journal’, a empresa espera, com isso, aumentar sua receita de publicidade, cujo montante no ano passado foi de US$ 1 bilhão. A do Google foi de US$ 3,2 bilhões.


O Yahoo!, por sua vez, informou na noite de terça-feira que vai oferecer, aos assinantes do serviço de telefonia Sprint, nos Estados Unidos, a consulta a e-mails pelo telefone celular. O serviço custará US$ 2,99 mensais.’



AUDIOVISUAL


Ana Flor


‘Governo quer fundo para custear audiovisual ‘, copyright Folha de S. Paulo, 9/06/05


‘O governo planeja criar até o ano que vem um fundo de investimentos com recursos do Orçamento da União para alavancar o setor audiovisual e reforçar o cinema nacional. O fundo, que ganhou o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está em discussão nos ministérios da Cultura, Fazenda e Casa Civil.


Nos moldes do Funcinav (Fundo Nacional para o Desenvolvimento do Cinema e do Audiovisual Brasileiros), proposto no anteprojeto de criação da Ancinav (Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual), o fundo público deve ser gerido pelo BNDES ou pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). Além de recursos do Orçamento, o fundo receberia os valores pagos ao Condecine, contribuição obrigatória no registro de obras audiovisuais, cujos recursos vão hoje para o Tesouro Nacional. A previsão é que se possa chegar a R$ 100 milhões.


Segundo Manoel Rangel, diretor da Ancine (Agência Nacional de Cinema) e um dos redatores do projeto da Ancinav, o foco do novo mecanismo é a ‘requalificação da participação do Estado na produção audiovisual’ e a capitalização de produtoras que trabalhem majoritariamente com filmes e produtos nacionais. ‘Seria um investimento de recursos públicos em distribuidoras e, através das distribuidoras, alavancar carteiras de produção de filmes para intensificar o processo de associação produção-distribuição.’


Segundo Rangel, a participação do distribuidor desde o início da produção de um filme ajudaria a garantir um foco em seu resultado. Além disso, a ‘carteira de produção’ -grupo de filmes com o qual a produtora trabalha simultaneamente- faria com que o bom resultado de um filme compensasse o mau resultado de outro. Com o novo fomento, seria possível capitalizar distribuidoras e empresas exibidoras, provocando a ampliação no parque exibidor, e estimular que produtoras trabalhem não só com cinema, mas com TV, celular e internet.


O plano do governo é formar PPPs (Parcerias Público-Privadas), mecanismo em que o Estado investe, mas recebe parte dos lucros. Segundo Rangel, o fundo colocaria dinheiro no mercado por meio de instituições oficiais e o dinheiro seria devolvido de acordo com o resultado do trabalho. ‘O Estado se associa ao risco mas também participa do lucro’.’