‘A versão de ‘Os Ricos Também Choram’ que o SBT estréia em 18 de julho pouco lembrará o original mexicano, de 1979, que percorreu o mundo como um dos maiores clássicos da telenovela latina, ao lado de ‘O Direito de Nascer’ e ‘Escrava Isaura’.
A novela foi tropicalizada (adaptada para o Brasil). No lugar da Cidade do México do final dos anos 70, será ambientada numa pequena cidade do interior paulista, Ouro Verde, nos anos 30. Começa no Réveillon de 1932, passa pela Revolução de 1932 e termina com o advento do Estado Novo getulista, em 1937.
‘Foi conservado apenas o eixo central da novela original, com acréscimos. Vou mostrar pouco das lutas de 32 e muito do reflexo da revolução na vida das pessoas’, diz o autor, Marcos Lazarini, que só assistiu a 16 capítulos da ‘mítica’ produção mexicana.
No original, a protagonista Mariana, que não sabia ser uma rica herdeira, fugia da madrasta e se apaixonava pelo mulherengo Luís Alberto, com quem teve um filho, que doou. Já rica, passou 20 anos chorando pelo filho, que, adulto, se apaixonou pela irmã adotiva.
Na nova versão, Mariana se envolve com Bernardo, irmão de Alberto, que não existia no original. Sua herança não é uma fazenda, mas títulos da dívida pública da União. Seu pai, Evaristo, não morre naturalmente, mas se suicida por causa da crise do café. E Alberto luta na Revolução de 32.
OUTRO CANAL
Promoção Um dos símbolos das últimas temporadas de ‘Malhação’, Daniele Suzuki, a Miyuki, vai deixar a novelinha adolescente da Globo. Ela estará no elenco da próxima novela das sete, ‘Bangue-Bangue’, que estréia em outubro. Outro ator que trocará ‘Malhação’ pela novela será Guilherme Berenguer.
Sem piada Silvio Santos vetou a idéia de um quadro parodiando a Record e a Igreja Universal no humorístico ‘A Praça É Nossa’. O quadro, ‘Seita Cheque’, seria uma resposta às sátiras do ‘Show do Tom’. Mas o dono do SBT não quer esse tipo de provocação.
Movimentação O SBT já começou a reformar o estúdio ocupado pelo departamento de jornalismo. O jornal de Ana Paula Padrão pode estrear em julho, antes do previsto originalmente (em agosto). Data e horário deverão ser mantidos em segredo até a estréia.
Remake A direção da Record não gostou do primeiro piloto do programa adulto de Eliana. Mandou a apresentadora fazer vários ajustes e gravar um novo piloto.
Fim de era Considerados muito caros, programas de auditório, como o novo de Eliana, estão em baixa na Record. A direção da emissora decidiu que suas prioridades são novelas, jornalismo e esportes. Atrações de variedades, até mesmo o ‘Programa Raul Gil’, tendem a ser terceirizadas, com verbas de produção pré-fixadas.’
TV DIGITAL
Gerusa Marques
‘TV Digital pode ter benefícios fiscais ‘, copyright O Estado de S. Paulo, 9/06/05
‘O secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Paulo Lustosa, vai sugerir ao comitê gestor do Sistema Brasileiro de TV Digital que estude uma forma de dar incentivo fiscal aos aparelhos de conversão dos sinais digitais de televisão para analógicos. Esse conversor permitirá às pessoas continuar utilizando seu televisor analógico, mesmo que o sinal recebido pela antena seja digital. Além disso, o conversor será usado para a interatividade, possibilitando o acesso à internet. A idéia é dar isenção de PIS e Cofins.
Lustosa defendeu mais uma vez a utilização da televisão como instrumento de inclusão digital. Durante audiência pública da Comissão de Educação do Senado, reiterou a intenção do governo em considerar primeiramente a interatividade que a TV Digital pode proporcionar aos usuários.
A Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), ao contrário do governo, defendeu que o modelo brasileiro de televisão digital dê prioridade para a alta definição de imagens e sons, no lugar da interatividade. O consultor da Abert, Fernando Bittencourt, mostrou preocupação com a tendência de o governo brasileiro optar por um modelo mais barato, sem a possibilidade de alta definição. ‘É muito perigoso ter uma tecnologia exclusiva, que não existe no mundo. Isso pode prejudicar o consumidor’, alertou.
Segundo Lustosa, até fevereiro de 2006, o Brasil definirá o modelo que será adotado no País, sob os aspectos social, econômico, cultural, regulatório e técnico. O governo passado estudava implantar no Brasil um dos três padrões de TV digital existentes no mundo: americano, europeu e japonês. O atual governo baixou um decreto presidencial em novembro de 2003, instituindo o Sistema Brasileiro de TV Digital. Os estudos da TV Digital que vêm sendo preparados pelo Ministério da Comunicações, em conjunto com a Fundação CPqD e universidades, serão apresentados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 10 de dezembro.’
Mônica Tavares
‘TV digital deve estimular setor de semicondutores’, copyright O Globo, 9/06/05
‘A implantação da TV digital deverá possibilitar a instalação de um parque industrial destinado à fabricação de semicondutores – matéria-prima para produtos e tecnologias de ponta – no Brasil. A avaliação é do diretor da área de componentes da Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica (Abinee), Fernando Guerra. Ele participou ontem de audiência pública na Comissão de Educação do Senado que analisou o estágio dos estudos sobre o padrão da TV digital no país.
– A grande oportunidade da TV digital é ajudar na fabricação de semicondutores – afirmou Guerra.
Para instalar a indústria de semicondutores seriam necessários investimentos mínimos de US$ 1 bilhão. Segundo Guerra, todas as memórias usadas na TV digital já podem ser fabricadas no Brasil. Mas serão requisitados recursos para a fabricação de monitores de alta definição de cristal líquido.
O representante da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Fernando Bittencourt, defendeu que a TV digital a ser implantada no Brasil tenha alta definição e mobilidade.
O secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Paulo Lustosa, disse que recomendará a isenção de PIS/Cofins para a caixa conversora de sinais digitais para analógicos ( set-up box). A isenção é importante porque no período inicial de implantação da TV digital os aparelhos serão muito caros e o consumidor poderá comprar apenas o set-up box . Já o senador Hélio Costa disse que as empresas de telefonia móvel terão que ser regulamentadas para exibirem programas de TV.’
REDE TV!
Renata Gallo
‘RedeTV! reabastece o ‘Pânico’ ‘, copyright O Estado de S. Paulo, 9/06/05
‘Para segurar a prata da casa, a turma do Pânico, a RedeTV! tem investido na produção do programa. O primeiro investimento foi o novo cenário, depois vieram estagiários, um produtor e um editor extra, que agora complementam a equipe, e um aumento na verba da produção.
Mas não pensem que eles agora estão nadando em dinheiro. ‘Fazíamos o programa do nada. Antes levava matéria para editar em casa, agora só levo o excedente, tenho dois caras o tempo todo editando’, conta Ricardo de Barros, diretor do programa.
Quando estreou na RedeTV!, há um ano, a verba para cada programa era de R$ 1 mil. Atualmente, ela está em torno de R$ 3 mil. Mesmo triplicando, o valor ainda é irrisório se comparado a produções de outros canais. Para se ter uma idéia, o Caldeirão do Huck, da Globo, conta com aproximadamente R$ 300 mil por mês para fazer só quatro edições por mês. Ratinho, no SBT, que tem um programa considerado barato, conta com cerca de R$ 250 mil/mês, algo em torno de R$ 12,5 mil por edição .
Toda essa movimentação acontece na RedeTV! paralelamente às negociações salariais. Quando estrearam, os apresentadores – excluindo o comandante Emílio Surita e Bola – tinham salários muito abaixo dos padrões televisivos. Vesgo (Rodrigo Scarpa), por exemplo, ganhava cerca de R$ 1,5 mil. Outros nem salário tinham – só contavam com o que recebiam da Rádio Jovem Pan FM. Hoje, eles recebem algo em torno de R$ 30 mil cada um – alguns mais, outros menos, é verdade.
O programa tem batido recorde de audiência a cada semana e é fato que Silvio Santos tem interesse na turma. Há duas semanas, o dono da Jovem Pan, Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, que negocia pelo grupo, se reuniu com o dono do SBT. A proposta era tentadora – houve mesmo quem balançasse pelo assédio de Silvio Santos. Mas a contraproposta da RedeTV! foi instantânea e o grupo, pelo menos por enquanto, quer ficar na emissora. Eles acreditam que lá têm a liberdade necessária para brincar com quem quiserem. ‘Existe o padrão Globo, o padrão SBT, e na RedeTV! existe o padrão Pânico’, exemplifica uma pessoa ligada aos apresentadores.
A mesma fonte afirma que o que a trupe quer agora não é brigar por aumento salarial, mas por melhores condições de trabalho, desde que isso não interfira em seu estilo mambembe. ‘A bandeira trash tem de existir sempre, mas faltam ainda algumas coisas porque a rede é pequena’, diz Barros que cita, por exemplo, a falta de telefones, ilhas de edição e carros.
Aparentemente, as negociações entre Pânico e SBT estão estacionadas: Tutinha está no exterior e volta ao Brasil no dia 17.’