O jornalista cingapuriano Ching Cheong, correspondente do jornal Singapores´s Straits Times em Hong Kong, está detido desde 22/4 acusado de espionagem a serviço da Inteligência de outro país. Segundo sua esposa, Mary Lau, ele foi preso em Guangzhou, onde encontraria uma fonte que havia lhe prometido uma cópia do manuscrito de um livro sobre o antigo líder do Partido Comunista Chinês (PCC), Zhao Ziyang, morto em janeiro deste ano. Ziyang foi deposto em 1989 por não ter apoiado a ação militar contra os manifestantes da Praça da Paz Celestial.
Mary suspeita que agentes de segurança chineses tenham atraído Cheong para uma armadilha. Alertada por autoridades do país a não revelar o caso, ela só decidiu comunicar oficialmente a detenção do marido na semana passada, após saber que ele pode ser acusado de roubar segredos de Estado e, se declarado culpado, condenado à morte.
Em comunicado oficial, o ministro do Exterior da China informou que Cheong confessou estar infiltrado em atividades secretas e ter recebido um grande pagamento por isso, sem dar maiores informações sobre a declaração. Com 31 anos de carreira, o jornalista trabalhou durante 15 anos no jornal Wen Wen Po, ligado ao Partido Comunista, mas renunciou ao cargo juntamente com outros 40 jornalistas após o massacre da Praça da Paz Celestial.
Cerco à imprensa internacional
No ano passado, Zhao Yan, correspondente do New York Times em Pequim, foi preso em situação similar e permanece desde então incomunicável e sem direito a julgamento. Após o período máximo de sete meses de detenção ter acabado em maio, uma nova acusação foi feita contra o jornalista na última quarta-feira, acusando-o também de envolvimento em fraude. Yan pode ficar preso por mais sete meses sem direito a julgamento e sem acesso à família e ao advogado.
No último sábado (4/6), 45 mil pessoas se reuniram em Hong Kong para relembrar as vítimas do massacre da Praça da Paz Celestial e pedir pela democracia e abertura de Pequim. Nos arredores da concentração, representantes da Associação de Jornalistas de Hong Kong e da organização Repórteres Sem Fronteiras recolhiam assinaturas em favor dos dois jornalistas detidos. As informações são de Informações de Philip P. Pan [The Washington Post, 30/5/05], Benjamin Kang Lim [Reuters, 31/5/05 e 1/6/05] e da EFE [4/6/5]