‘A a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT) declarou ontem, por meio de nota à imprensa, que pretende processar a revista Veja pelo conteúdo de reportagem desta semana que afirma que vereadores da Câmara de São Paulo receberam mesadas de até R$ 120 mil para aprovar projetos do Executivo na gestão da Prefeitura entre 2001 e 2004.
‘A revista Veja, na sua edição de hoje (ontem), produziu um libelo de conteúdo difamador e injurioso com o intuito de atingir minha imagem, minha honra e dignidade’, diz Marta na nota. ‘Estou tomando as medidas judiciais cabíveis contra esta revista.’
Para a ex-prefeita, a reportagem teria objetivo de atingi-la, o PT e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. ‘Com claro conteúdo difamador, tentando destruir o caráter ético, transparente e republicano que norteiam os princípios políticos e a trajetória de nosso partido’, declara.
Segundo a Veja, vereadores da Câmara receberam mesadas de até R$ 120 mil para aprovar projetos do Executivo na gestão da Prefeitura, de 2001 a 2004.
O vereador Dalton Silvano, do PSDB, recolheu 21 assinaturas para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso. Para ser instaurada, a CPI precisa de voto em plenário de 28 dos 55 vereadores. O Ministério Público solicitou à Câmara a abertura de uma CPI para que sejam apuradas as denúncias de que teria ocorrido pagamento de propina a integrantes da base aliada do governo Marta.
No mês passado, reportagem da Veja mostrou que a empresa Consladel, que presta serviços de fiscalização eletrônica do trânsito à Prefeitura, comandaria um esquema de pagamento de propina a vereadores e integrantes da empresas municipais.’
MÍDIA IMPRESSA
Milton Coelho da Graça
‘Números (quase sempre) não mentem’, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 6/06/2005
‘A circulação paga dos diários de São Paulo e Rio no mês de abril confirma as dificuldades de alguns deles. Esses números do IVC se apóiam em informações juramentadas dos editores, sujeitas a posterior auditoria.
Em geral são confiáveis, mas, no caso do Jornal do Brasil, vários publicitários têm dúvidas e, de outras fontes, também tenho informações de que estão acima da realidade. Eles se referem à circulação total no Brasil (assinaturas e bancas), em mil exemplares. A primeira coluna se refere à média nos domingos, e a segunda coluna, à média dos outros dias.
Folha de São Paulo 386 302
Estado de São Paulo 304 220
Diário de São Paulo 91 69
Agora S. Paulo 106 75
O Globo 384 259
Extra 462 300
O Dia 254 143
Jornal do Brasil 92 64
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Jornal dos Sports continua com O Dia
Na coluna anterior informei que o Jornal dos Sports estaria negociando sua possível impressão na rotativa de uma nova gráfica, em funcionamento a partir de 1 de agosto, na região metropolitana do Rio. Wellington Rocha, diretor do JS, afirma que sua atual relação com O Dia é plenamente satisfatória e não tem a menor intenção de interrompê-la. Portanto, a nova empresa só imprimirá o JB e a edição carioca da Gazeta Mercantil.
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Sofrimentos para jornais e jornalistas
Fontes do mercado prevêem um próximo aumento de até 50 dólares no preço da tonelada do papel de jornal – atualmente por volta de 600 dólares – por conta de uma greve na Escandinávia. A alta do barril de petróleo influi em vários insumos (tintas, solventes etc.), cujos preços tendem também a subir.
Outras más notícias para os jornais pagos vieram do recente congresso da Associação Mundial dos Jornais: uma queda de 1% na circulação em todo o planeta, enquanto os jornais gratuitos de uma só empresa – a sueca Metro – chegaram a um total de 15 milhões de leitores em 17 países, com seis milhões de exemplares diários em 78 cidades e 16 idiomas. O detalhe mais perverso é que eles conseguem essa façanha com apenas 400 jornalistas, menos do que a redação da Folha de S. Paulo.
E como perguntou o diretor do jornal italiano La Stampa após ouvir a palestra do diretor do Metro: ‘Vocês têm oito jornalistas por edição. Que qualidade têm esses jornalistas?’
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Se o guardião-mór da lei pensa assim…
‘A imprensa não pautará o Conselho Nacional de Justiça’. Com essa frase, o ministro Nelson Jobim, presidente do Supremo Tribunal Federal, demonstrou que continua se opondo ao controle externo do Judiciário e até agora faz de conta que não entendeu nem concorda com as razões que levaram a opinião pública a pressionar em favor da criação do CNJ.
‘Nós vamos pautar o Conselho pelas necessidades do Poder Judiciário e não por denúncias ou exigências que sejam feitas´pela imprensa.’ Ou seja, corremos o risco de que o CNJ passe a ser uma imitação do Conselho Nacional de Comunicação, criado
pela Constituinte com o objetivo de, em nome da cidadania. monitorar a qualidade cultural e ética da programação de TV e rádio. Mas que foi transformado em uma santa aliança de donos de empresas, pelegos e puxa-sacos do governo, com ampla maioria para bloquear qualquer ação séria.
É incrível como uma grande parte do aparelho do Estado – e não apenas o governo eleito – procura reduzir e desmerecer o papel da imprensa como reflexo e portavoz da opinião pública. O corporativismo sempre quer impor suas regras sobre a república e a democracia. Os membros do Judiciário, segundo o preclaro ministro Jobim, são os únicos portadores da sabedoria e competência necessárias para fiscalizar e/ou aperfeiçoar a instituição. Ele explicou com clareza, em sua palestra para juízes no Rio, o que pensa da imprensa e seus leitores: ‘Podem falar mal de mim à vontade, não dou a mínima bola.’’
ENTREVISTA / PAULO
HENRIQUE AMORIM
Trip
‘Anarquismo de gravata’, copyright Revista Trip 134, 06/2005
‘Paulo, o jornalista, é visto como um cara difícil. ‘Obsessivo’, para quem trabalha para ele; ‘briguento’, de acordo com quem já o contratou; ‘workaholic’, segundo os que convivem com ele.
Paulo Henrique, o profissional, é dono de um dos currículos mais raros do jornalismo brasileiro. Antes da Globo, passou pelo jornal A Noite , pelas revistas Realidade , Exame e Veja [foi o primeiro correspondente da publicação em Nova York], para depois dirigir o Jornal do Brasil entre 1976 e 1984. Estreou na televisão há 21 anos, na extinta TV Manchete. Depois da Globo editou telejornais na TV Bandeirantes, na TV Cultura, dirigiu todo o jornalismo do megaportal UOL para, finalmente, chegar à TV Record, onde atualmente apresenta um programa diário nos fins de tarde chamado Tudo a Ver.
Paulo Henrique Amorim, o apresentador, só ficou realmente famoso no Brasil com o casamento com a Rede Globo. Foram cinco anos como comentarista econômico e editor de economia, e mais sete como correspondente da emissora em Nova York. O divórcio, no entanto, não foi amigável. ‘A hegemonia da Globo é supernociva’, diz ele nesta entrevista exclusiva, no momento em que prepara o lançamento de Plim, Plim – A Peleja de Brizola Contra a Fraude Eleitoral [Conrad Editora, com previsão para julho].
Paulo Henrique, o pai de família, contradiz a versão oficialesca do apresentador que ancorou milhões de televisores na emissora do plim. Pai de Maria, fruto do único casamento, ele não economiza entusiasmo em relação ao trabalho da artista plástica Cláudia Amorim, sua esposa, juntos desde 68. ‘Aquela é minha mulher, aquela também’, aponta Amorim para as telas de uma das fases mais producentes da artista – uma série de auto-retratos nus.
Nas três horas de conversa franca e objetiva que concedeu à Trip, o bem-humorado apresentador ensina que para ser independente profissionalmente é preciso ganhar dinheiro. Mas ataca o silêncio de jornalistas, escritores e artistas que, ao enxergarem injustiças nas empresas onde trabalham, viram o rosto com o argumento de que precisam trabalhar. Sua mais recente paixão é a filosofia, mas acredita em software livre, torce pelo Google e defende a contracultura.
Paulo, o homem, garante que é feliz e, aos 62 anos de idade, sonha: ‘Quero ser mais anarquista’
Trip Como confiar no jornalismo?
Paulo Henrique Amorim As perspectivas são assustadoras, a queda da qualidade do jornalismo é muito grande. Mas como diz um grande amigo: ‘O jornalismo é essencial para a democracia’, então é possível que a sociedade acabe encontrando mecanismos para melhorar isso.
Você costuma criticar bastante a opinião no jornalismo. Por quê?
Isso sempre me preocupou muito. Quando você troca fato por opinião, você perde.
Mas seu programa atual na Record não é só feito de fatos, é?
Estou fazendo um programa que tem ingredientes de show business e ingredientes de jornalismo. Cada vez é menos perceptível o limite entre o entretenimento e a informação, e isso é um perigo. Agora, depende da mão de quem está lá. Eu espero deixar claro para o meu telespectador quando estou fazendo entretenimento e quando estou fazendo hard news [notícia] – o que já é um desafio.
Que tipo de informação você mais consome?
Televisão, telejornalismo e Internet. Sou um blogueiro e vivo acrescentando blog na minha área de trabalho. Estou louco para ver o que o Google vai fazer com o vídeo nos blogs. Isso me interessa muito, é sensacional. Quero que o Google ganhe, torço pelo Linux.
O problema dessa informação de Internet, de blog, é que os bloquieros precisam encontrar uma maneira de ganhar dinheiro, para poder investir na informação de qualidade. Do contrário, vai haver uma substituição da informação pela mera opinião.
É fácil você pintar um quadro assustador, ‘o fim do jornalismo informativo de profundidade’. Porém, com o blog, o Google e a Internet você rapidamente sai da informação superficial – se quiser. A Internet pode te levar a um blog, que te leva para as universidades, que te leva para os livros. Você pode domar a tecnologia, usá-la a seu benefício.
Contra o mainstream, pró-Linux… Você é um anarquista?
Eu gostaria de ser mais, mas sou obrigado a não ser [risos] …
Você está para lançar um livro que investiga uma possível tentativa de fraude nas eleições para governador do Rio de Janeiro, em 1982, contra o Brizola, que acabou ganhando. Por que reviver essa história agora?
Porque algo precisa ser dito. Quando ainda estava no UOL, fiz uma série de entrevistas por conta da morte de Brizola. Ao término, escrevi um artigo intitulado ‘O outro golpe que o Brizola evitou’, que mereceu uma resposta muito dura de um funcionário da Globo chamado Ali Kamel, e uma réplica minha bastante mal-humorada. Foi quando surgiu o livro com a versão oficial da Globo [ Jornal Nacional – A Notícia Faz História , lançado por conta dos 35 anos do programa]. Eu disse ‘bom, então vou fazer a minha tréplica em forma de um blog na Internet’, que eu chamei de Plog, o blog do Paulo [www.plogdopaulohenrique.zip.net]. Por não ter condições de fazer esse levantamento sozinho, contratei uma equipe de profissionais e preparei esse Plog, que é a base do livro.
Como foi aquele 14 de dezembro de 1989, o dia da famosa edição do debate entre Collor e Lula?
[…] A história é inequívoca, lapidar, cristalina no meu modo de ver. Você acha que na véspera da eleição do segundo turno, numa eleição entre Collor e Lula, o Dr. Roberto não ia dizer nada sobre a edição do debate? E no livro [ Jornal Nacional ] tem depoimentos de todos, só não tem o mais importante…
Comparamos as versões dos depoimentos no livro e nenhuma bate com a outra…
Claro, é aquela coisa, entrevistaram a orquestra, mas falta o maestro. Eu apareço no livro mais do que o Dr. Roberto! Uma maluquice desenfreada… [risos].
Quando o debate foi ao ar a Globo tinha grandes jornalistas trabalhando para ela que, mesmo depois de 16 anos, nunca se pronunciaram sobre o assunto. Gente do calibre de Armando Nogueira, Joelmir Betting, Lillian Witte Fibe, Monica Waldvogel…
Não posso falar por eles. Quando escrevi sobre isso, disseram que eu era um ressentido porque tinha trabalhado na Globo. Ora, eu trabalhei no jornal A Noite, na Editora Bloch, na Abril, na TV Bandeirantes… Uma discussão interessante é a confusão entre o trabalho servil e o trabalho assalariado. Fico perplexo com esse tipo de argumento pois eu não era trabalhador escravo, não tinha grilhões, não ia para o pelourinho, não andava descalço para não fugir da senzala. Eu sou trabalhador livre e vou trabalhar para quem eu quiser.
Você chegou a dizer que tinha ‘autonomia de vôo de uma barata’?
Lá na Globo, sim. Eu, editor de política, despachava com o Dr. Roberto…
Qual a sua versão sobre a edição do debate?
É importante observar que o Dr. Roberto entrou na eleição do Collor vendido. O Collor me disse em Nova York: ‘Eu não era o candidato do Roberto Marinho’. Dr. Roberto não era Lula e não era amigo do futuro presidente. O candidato dele foi o Covas e depois o Quércia. Ele errou a mão e depois usou o Alberico [de Sousa Cruz, diretor de telejornais de rede na época] como um instrumento da aproximação dele com o Collor.
Qual é a memória que você tem da figura do Dr. Roberto Marinho?
Eu tive pouco contato… Ele era uma pessoa muito gentil, muito arguta e muito objetiva. Uma vez dei uma notícia política delicada e ele me chamou na sala para dizer que eu não podia dar esse tipo de notícia sem sua autorização. E eu disse: ‘Mas Dr. Roberto, na minha coluna do Jornal da Globo, eu tenho dado muito furo’. E ele disse: ‘A coluna não é sua, a coluna é do Globo ‘ [risos].
Você passa a impressão de ser um cara com bastante independência e que sempre diz o que pensa. Já sofreu retaliações?
…de alguma independência e que às vezes diz o que pensa [risos]. Eu costumo dizer que a essência do sistema capitalista é você ganhar dinheiro para contratar advogado.
Você pensa na morte?
Ah, eu vou morrer num blog quando o blog tiver vídeo, nessa fundação que a gente está fazendo…
E tem a última?
A ultima é que eu sou um workaholic alucinado e preciso ir trabalhar! [Risos.]
A fundação que promete passar o Brasil a limpo, as críticas à Rede Globo, depressão, terapia, vida de casal e muito mais na entrevista exclusiva de Paulo Henrique Amorim, na edição de junho da Trip . Já nas bancas.’
LIBERDADE DE IMPRENSA
Nelson Sirotsky
‘A liberdade ameaçada’, copyright Folha de S. Paulo, 12/06/2005
‘Levantamento apresentado nesta semana em Brasília pelo diretor de Comunicações da Associação Mundial de Jornais, Larry Kilman, comprova que a mais essencial das liberdades democráticas -a liberdade de expressar idéias e, assim, preservar todas as demais liberdades- continua ameaçada em várias partes do mundo.
Kilman, que participou do encerramento dos Encontros Regionais sobre Liberdade de Imprensa organizados pela Associação Nacional de Jornais em parceria com a Unesco, revelou que em 2004 foram assassinados 78 jornalistas no exercício da profissão em todo o mundo. Duas dessas mortes ocorreram no Brasil. Nos últimos 10 anos, de acordo com os dados da associação, 500 jornalistas perderam a vida brutalmente. E, apenas no ano passado, outros 700 foram presos por exercer a atividade de informar e opinar.
Embora a situação brasileira não seja tão dramática quanto a de algumas nações da África e da Ásia, também aqui a liberdade de imprensa tem enfrentado intimidações e obstáculos.
Basta observar que a Rede em Defesa da Liberdade de Imprensa (www. liberdadedeimprensa.org.br), que a ANJ opera, já registou 174 casos de ameaças, agressões, censura, processos e, infelizmente, também mortes de profissionais.
Esta rede foi criada para monitorar e dar transparência constante, através da divulgação, de todos os casos que de alguma forma possam atentar contra a liberdade de informar. Por meio desta rede e de suas conexões com entidades internacionais, como a Sociedade Interamericana de Imprensa e a Associação Mundial de Jornais, a ANJ retrata para o Brasil e para o mundo a realidade da imprensa em nosso país.
Trata-se de uma ferramenta que estamos disponibilizando dentro de um processo de permanente atenção na defesa da liberdade de imprensa. Neste sentido, foi extremamente oportuna a recente manifestação do presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Edson Vidigal, pedindo o fim da anacrônica Lei de Imprensa.
Segundo o ministro, os delitos de injúria, calúnia e difamação já estão suficientemente tipificados no Código Penal brasileiro. Vidigal também questionou com veemência a falta de critérios e de limites para as penas decorrentes de processos de dano moral. Tocou em dois espinhos da legislação brasileira que ferem o direito de informar e, muito mais, o direito da sociedade de receber informações livres de qualquer tipo de restrição, como estabelece a nossa Constituição.
Costumo dizer que a liberdade de imprensa, mais do que direito dos jornalistas e das empresas jornalísticas, é da sociedade. Só com a livre circulação de idéias e de informações uma nação pode evoluir e construir uma sociedade realmente justa e equilibrada.
Foi para defender essas propostas e para informar a sociedade brasileira sobre seu direito inalienável de receber informação livre que criamos a nossa Rede em Defesa da Liberdade de Imprensa. Começamos em fevereiro, em São Paulo. Estivemos em Fortaleza, em março; em Porto Alegre, em abril; no Rio de Janeiro, em maio; e, agora, encerramos com esse balanço em Brasília.
Nesses encontros, tivemos jornalistas, magistrados, legisladores, membros do Ministério Público, dos Tribunais de Contas, autoridades do Executivo, juristas, estudantes e empresários do setor debatendo os rumos do jornalismo brasileiro e seus aspectos mais atuais, sempre com o foco centrado na questão da liberdade de imprensa e nos direitos dos cidadãos a ela.
Debatemos três grandes temas: ‘O direito à informação x privacidade’, ‘O acesso à informação pública’ e ‘As responsabilidades e os interesses dos jornalistas e das fontes’.
Em relação à informação e à privacidade, houve consenso de que se trata de questão complexa, difícil. O direito da sociedade à informação e o direito das pessoas à sua privacidade são dois princípios constitucionais fundamentais, mas muitas vezes conflitantes.
Para nós, dos meios de comunicação, o desafio é que a compatibilização desses princípios não fira a liberdade e a transparência essenciais para uma sociedade democrática como a nossa.
No tema do acesso à informação pública, a principal conclusão é a de que o Brasil precisa avançar muito. Infelizmente, alguns homens públicos ainda tratam a informação pública como se fosse propriedade do Estado, e não da sociedade a quem devem servir.
O acesso à informação pública, aquela cuja divulgação não ameaça a segurança e a soberania do país, é uma das principais características das democracias modernas. Finalmente, no que se refere aos interesses e responsabilidades dos jornalistas e das fontes, referendamos a velha máxima: o jornal e os jornalistas nunca deverão ter interesse próprio. Eles trabalham para a sociedade e, por isso, devem sempre preservar sua independência.
Nelson Pacheco Sirotsky, 52, diretor-presidente do grupo RBS (Rede Brasil Sul), é presidente da ANJ (Associação Nacional de Jornais) e vice-presidente da Abert (Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão).’