Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Antonio Brasil

‘Quais são os motivos para o sucesso dos telejornais da manhã como o Bom Dia Brasil? E por que os telejornais noturnos são tão chatos, perdem audiência e possuem futuro incerto?

Fala quem sabe. Em declarações recentes (ver aqui), a jornalista Lilian Witte Fibe, ex-âncora do Jornal da Globo, denuncia o problema. ‘Acho alguns telejornais muito chatos, me dão sono’. Aqui entre nós, ela tem toda a razão. Nada é mais chato do que os telejornais noturnos. Mas, pelo menos para pessoas que sofrem de insônia, eles prestam um grande serviço: nos ajudam a dormir.

Chegar cedo em casa. O público agradece

Os noticiários noturnos cometem um erro gravíssimo. Confundem matérias mais sérias e densas com matérias simplesmente mais longas, esticadas ou requentadas dos jornais anteriores. Matérias muito longas e muito chatas. Além disso, a incerteza dos horários afasta o público e condena o formato. Os pobres apresentadores não conseguem disfarçar a insatisfação e o tédio. Para os jornalistas, o horário noturno na TV além de decadente é muito anti-social. ‘Eu estava absolutamente determinada a não trabalhar mais de madrugada’, diz a veterana Lilian Witte Fibe. A jornalista Ana Paula Padrão também fez questão de denunciar as agruras do horário: ‘Finalmente vou chegar em casa e encontrar o meu marido. No começo do ano, comuniquei oficialmente à rede Globo que não podia mais manter esse horário’. Ana Paula se transferiu para o SBT e vai apresentar um telejornal bem mais cedo e com o horário definido. Como disse, já vai tarde. O marido, o público e certamente o crítico agradecem.

Muito engessado em padrões que confundem qualidade com seriedade, esses telejornais ainda não descobriram uma linguagem própria e possuem futuro incerto. O tal ‘viés analítico’ com muitas opiniões e poucas informações novas se tornou uma boa desculpa para um jornalismo muito chato. A bancada desses telejornais se tornou uma prisão para os bons repórteres e verdadeiros ‘tronos’ para os jornalistas-celebridade. Nos últimos anos, o Jornal da Globo e o jornalismo de caras e bocas freqüentou mais as colunas sociais, as capas de revistas de fofocas, do que produziu jornalismo de verdade.

Hoje, o horário amarga uma decadência precoce, o afastamento do público e uma total falta de identidade. Em países como os EUA, os jornais noturnos desaparecem. Dão lugar a programas de entretenimento com entrevistas engraçadinhas que preenchem o final de noite na TV. Em busca da fama e do sucesso a qualquer custo, os jornalistas perdem a guerra de audiência e a preferência do público. O público prefere apostar na competência dos humoristas como David Letterman e Jay Lennon, nos EUA, ou Jô Soares, no Brasil, para fazer boas entrevistas e programas menos chatos.

Apresentadoras jovens para velhos jornalistas

O público-alvo dos telejornais noturnos é exigente, tem alto poder aquisitivo e busca alternativas. Em tempos de Internet, telefones celulares e TVs a cabo com noticiários 24 horas, esse público reconhece matérias requentadas ou meramente ‘esticadas’ de um jornalismo preguiçoso. Para garantir a sobrevivência do jornalismo no horário, o formato precisa com urgência de uma ‘remexida’, um choque de jornalismo.

Mas só trocar os cenários ou os apresentadores não basta. Nos últimos dias, após a saída retumbante de Ana Paula Padrão, assumiram a bancada do Jornal da Globo o veterano jornalista William Waack e a jovem Cristiane Pelajo. Tive o privilégio de conhecê-la quando ainda era professor de Telejornalismo na PUC do Rio de Janeiro. É uma boa apresentadora. Tem talento, mas sempre preferiu o conforto dos estúdios da Globonews às emoções e desconfortos da reportagem diária. Mais uma vez, a Globo não quis arriscar. Preferiu a velha fórmula de casais apresentadores. Ou seja, jovens apresentadoras atraentes e inexperientes fazem ‘escada’ para jornalistas mais velhos, experientes, porém não tão atraentes. No mais, nada muda no horário noturno. O Jornal da Globo continua o mesmo. Não tem horário definido para entrar no ar e é muito chato. Muitas vezes, começa no dia seguinte. O tal ‘viés analítico’ se tornou desculpa para fazer um jornalismo preguiçoso e sonolento. Muito amarrado, quase engessado confunde jornalismo sério com matérias muito longas que não fluem nunca. Os apresentadores não interagem. Não se conhecem e vivem em mundos distantes. Jornalismo em duplas tem que ter uma justificativa que ultrapasse o modismo ou a estética da carinha bonita na telinha. Mas pelo menos o Jornal da Globo mantém uma de suas principais características: ajudam o telespectador insone a dormir.

Telejornais genéricos

Pelo menos, no JG os apresentadores continuam insatisfeitos, entediados, mas… sentados. Em outra rede de TV, na Bandeirantes, o jornalista Roberto Cabrini anuncia um telejornal diferente, o Jornal da Noite. Assisti com atenção, mas confesso que não percebi essa tal diferença. Talvez seja porque o Jornal da Noite não passe de um telejornal ‘genérico’, uma cópia mal feita do Jornal da Globo. Mas para comprovar a tal ‘diferença’, Roberto Cabrini apresenta o telejornal de pé, em cenário meio futurista, mas com matérias ainda mais longas e chatas. Com muito esforço, ele faz o impossível. Essa talvez seja a tal diferença.

O Roberto Cabrini, outro ex-Globo, está em exílio temporário e provavelmente involuntário em outras redes. É um bom jornalista de TV, mas a equipe da Band tem recursos muito limitados. Com certeza sonha em voltar a brilhar na emissora líder. Já produziu algumas boas matérias nos tempos do Brasil Urgente no SBT. Mas também precisa de um bom regime. É jovem, competente, mas precisa emagrecer. Ou, talvez essa seja a tal ‘diferença’. Como todos os telejornais noturnos, é muito, muito chato. A mesma fórmula. Matérias muito longas e chatas produzem um excelente sonífero. Pode ser genérico, mas funciona. Não consegui resistir. Dormi.

Telejornais matinais

Enquanto isso, quase de madrugada, os ‘telejornais’ no estilo Bom Dia Brasil mostram o caminho para nos manter acordados. Menos rígidos, mais descontraídos e comunicativos, têm demonstrado que o problema talvez não esteja no horário ou no desinteresse do público. A equipe do Bom Dia, sob a liderança do veteraníssimo Renato Machado, desperta o público com um estilo bem diferente de fazer telejornalismo. Ele também tem a sua apresentadora ‘escada’, a belíssima xará, Renata Vasconcellos.

Nos EUA, a grande esperança do jornalismo de TV está direcionada aos noticiários da manhã. Os dados mais recentes demonstram o sucesso desses telejornais. Há um evidente crescimento no número de telespectadores. Aqui no Brasil, o primeiro jornal da Rede Globo tem maneiras novas de abordar assuntos muitas vezes já abordados nos telejornais do dia anterior. A equipe do Renato Machado sempre surpreende. Produz boas reportagens especiais, entrevistas ao vivo e exibe matérias factuais. Um pouco de tudo, sem muita profundidade. Mas prende o telespectador com muito ritmo, bom humor, descontração e a liderança firme de um grande jornalista.

Evitar uma morte anunciada

Para mim, o Bom Dia Brasil é o nosso melhor telejornal. Tem a cara do Renato Machado, um de nossos melhores jornalistas de TV. Para quem não sabe ou não assistiu à recente entrevista no Jô Soares, Renato Machado é jornalista por opção. Ainda jovem, foi ator shakesperiano em palcos paulistas sob a direção do próprio Jô Soares. Abandonou os limites dos palcos pelos desafios de um jornalismo de qualidade. Após muito anos na Inglaterra trabalhando no serviço brasileiro de rádio da BBC, retornou ao Brasil.

Tive o privilegio de tê-lo como professor de Radiojornalismo nos bons tempos da mesma PUC do Rio de Janeiro. Renato Machado foi um dos meus melhores professores. Uma inspiração no jornalismo e na carreira acadêmica. Apesar da falta de tudo, ele nos ensinava e estimulava a fazer jornalismo de verdade. Hoje, sua equipe de jovens e não tão jovens jornalistas reflete a mesma inspiração. Eles são privilegiados. Têm um excelente editor-chefe e ainda melhor professor. No Bom Dia Brasil e no telejornalismo brasileiro, Renato Machado faz escola e faz história.

Admiro muito o seu estilo de apresentar as notícias. Renato Machado certamente não está engessado em um telejornal noturno. Está à vontade no ‘seu’ telejornal. Apesar do horário ingrato, conversa com o público e consegue fazer boas entrevistas ao vivo. O veterano jornalista enfrenta com o mesmo charme e firmeza as armadilhas dos políticos de Brasília e do telejornalismo global. Conseguiu fazer do Bom Dia Brasil um telejornal descontraído, gostoso de assistir, com identidade definida e que conhece o seu público. As reportagens especiais são bem produzidas e enriquecem o conteúdo do telejornal. Não são matérias requentadas, mais longas e mais chatas.

Assim como o horário noturno, as manhãs exigem uma linguagem mais ágil e dinâmica. Quem assiste aos telejornais matinais está muito ocupado ou se preparando para sair de casa. Se o Bom Dia não pode garantir toda a atenção do telespectador, pelo menos não atrapalha nem faz dormir.

O Bom Dia não tem competidores. Agora, cabe ao igualmente talentoso William Waack mostrar a sua cara e salvar o horário noturno de jornalismo de uma morte previsível, porém, ainda… evitável.’



SBT

Daniel Castro

‘‘Chaves’ fica no SBT por mais três anos’, copyright Folha de S. Paulo, 13/06/2005

‘Depois de um ‘leilão’ em que participaram todas as redes de TV, inclusive a Globo, a mexicana Televisa decidiu, na semana passada, manter com o SBT, pelos próximos três anos, os direitos de exibição do seriado ‘Chaves’.

O SBT, que transmite ‘Chaves’ desde 1984, deverá pagar US$ 1,5 milhão por ano para continuar reprisando o programa. O valor é o triplo do que a emissora pagava até o mês passado, quando venceu o contrato até então em vigor.

Em abril, executivos do SBT concluíram que não valeria a pena pagar o que a Televisa estava pedindo (US$ 1,5 milhão por ano), porque ‘Chaves’, apesar de dar boa audiência, não atrai anunciantes. O SBT decidiu então não renovar contrato com a Televisa, que ofereceu a série às outras redes brasileiras.

O interesse da concorrência, principalmente da Globo, e a reação de fãs do seriado levou Silvio Santos a rever a decisão de abrir mão de ‘Chaves’, freqüentemente usado como ‘curinga’ para alavancar a audiência de horários em que o SBT fica fragilizado.

A Folha apurou que o SBT concordou, na semana passada, em pagar a quantia que a Televisa está pedindo pelo programa. O novo contrato entre as duas redes deve ser assinado nos próximos dias.

Além de 250 episódios de ‘Chaves’, o contrato negociado pela Televisa com o SBT inclui quase 600 capítulos das séries ‘Chapolin’ e ‘Chespirito’.

OUTRO CANAL

Retorno 1

Executivos de companhias telefônicas e de emissoras de TV estão articulando um ‘movimento’ para pressionarem o governo a liberar um serviço que permita a realização de promoções e votações por telefone, como o extinto 0900 e o ‘velho’ 0300.

Retorno 2

Até abril, o custo das ligações do 0300 era pago pelo usuário. Agora, é por quem recebe as ligações, o que inviabiliza votações telefônicas como as de ‘Big Brother Brasil’, da Globo.

Retorno 3 Para ‘ressuscitar’ o 0900, TVs estudam apresentar ao governo um conjunto de regras que impeça que o serviço seja confundido com aposta. Seriam adotados dispositivos de segurança (como senhas), e sorteios só seriam permitidos quando vinculados a promoções (como a compra, previamente, de algum produto).

Patrono Animado com a contratação de Ana Paula Padrão, Silvio Santos tem acompanhado pessoalmente a implantação da nova estrutura de jornalismo do SBT. Quase diariamente, ele pede informações sobre contratações e dá sugestões.

Risco O contrato de Raul Gil com a Record vence em outubro e, segundo o apresentador, nenhum diretor o procurou para falar de renovação. A Record pretende terceirizar produções dos programas de auditório, o que pode dificultar a renovação do contrato de Gil.’



TV GLOBO

Daniel Castro

‘Galã da Globo será michê em ‘Belíssima’’, copyright Folha de S. Paulo, 12/06/2005

‘Representante da nova geração de galãs da Globo e acostumado a interpretar bons moços, o ator Cauã Reymond será um michê em ‘Belíssima’, próxima novela das oito da emissora, com estréia prevista para 7 de novembro.

Na trama de Silvio de Abreu, ele fará Mateus, filho de Cemil (Leopoldo Pacheco) e neto de uma grega com um turco. ‘Ele vive apurando o físico na Physical, a academia de ginástica da novela. Embora a família acredite que estuda e trabalha em lugar decente, ele só malha e ganha dinheiro indo para a cama com senhoras que paguem bem’, diz Abreu.

O autor afirma que o prostituto também fará programas com homens, mas não há a intenção de discutir a homossexualidade, até porque Mateus se diz hétero.

‘Quero discutir a falta de perspectiva dos jovens de hoje. Mateus acha que não vale a pena se sacrificar, estudando e trabalhando como operário, para conseguir um diploma e ficar com ele pendurado na parede’, diz Abreu.

‘A falta de emprego, aliada à corrupção, impunidade e moral elástica, permite que um jovem acredite que ganhar dinheiro de maneira fácil é melhor negócio do que se sacrificar’, afirma.

Inicialmente, Mateus marcará programas pelo celular, mas, com a decadência, irá para as ruas.

Reymond praticamente emendará uma terceira novela consecutiva _está em ‘Como uma Onda’ e fez ‘Da Cor do Pecado’.

OUTRO CANAL

Mudança Glória Perez, autora de ‘América’, desistiu da idéia de revelar que Raíssa (Mariana Ximenes) é filha de Tony (Floriano Peixoto), por quem a garota está apaixonada. Achou melhor mantê-la como filha de Glauco (Edson Celulari) e investir na trama da mulher que disputa o mesmo homem com a mãe. Assim, evitou o repúdio a uma história de incesto no horário nobre.

Wally Esquecida em algum lugar do México na trama de ‘América’, a atriz Fernanda Paes Leme vai aparecer no ‘Vídeo Show’. Ela está nos EUA gravando reportagens sobre festa junina em Nova York. Nesta semana, vai cobrir o Festival de Cinema Brasileiro em Miami.

Sutil Pedro Paulo Rangel voltará a interpretar Frank, irmão de Lineu (Marco Nanini) em ‘A Grande Família’. Ele aparecerá no episódio ‘O Irmão Mais Esperto’, que fará uma crítica ao nepotismo.

Social A Record, que está criando um instituto dedicado à responsabilidade social, o Ressoar, vai fazer uma campanha em que exibirá vinhetas em seus intervalos comerciais com fotos e informações de crianças desaparecidas.

Buraco A Band exibe hoje, às 19h, o documentário ‘O Império do Medo’, resultado de viagem de 40 dias pelo Iraque do jornalista Roberto Cabrini. O programa mostrará o buraco em que Saddam Hussein se escondia quando foi preso pelas tropas dos EUA.’



ALMA GÊMEA

Marcelo Bartolomei

‘‘Alma Gêmea’ fatura com sobrenatural’, copyright Folha de S. Paulo, 12/06/2005

‘Você acredita em vida após a morte, reencarnação e que toda panela tem sua tampa? Se não, saiba que nos próximos meses você estará em minoria. É que começa no dia 20, ‘Alma Gêmea’, a mais nova investida da Globo no horário das 18h, onde ocultismo é a grande tônica, mesmo que seja apenas uma visão unilateral e não pluralista de algumas religiões.

A trama está nas mãos do dramaturgo Walcyr Carrasco, 53, conhecido por suas novelas de época e, especialmente, por salvar audiências. Vem de uma passagem emergencial no horário nobre em ‘Esperança’ e de novelas de sucesso como ‘O Cravo e a Rosa’ e ‘Chocolate com Pimenta’, todas com fórmulas -que ele nega seguir- parecidas: um casal protagonista é impedido de viver junto até o final do folhetim; vilões atrapalham a felicidade das pessoas; há pitadas de humor em núcleos caipiras e temas polêmicos.

‘Não há segredo. Um autor tem que se entregar à sua criação, inteiramente. Se eu soubesse de onde surgem as idéias… acho que a novela veio da minha própria experiência mística. Respeito todas as religiões’, afirma Carrasco.

O protagonista, Rafael (Eduardo Moscovis), se apaixona por Luna (Liliana Castro), que morre e reencarna depois em Serena (Priscila Fantin). ‘A intenção não é fazer uma novela dogmática, defendendo esta ou aquela crença, mas uma história sobre a esperança e sobre a eterna renovação do amor’, diz o autor.

Entre o elenco, no entanto, a crença parece unânime. Priscila Fantin, a protagonista, acredita em reencarnação. ‘Já li a respeito, mas nunca freqüentei locais nem tive experiências’, diz a atriz. Elizabeth Savalla, que na novela faz uma mulher cética, também leva a questão a cabo. Carrasco aposta na personagem como contraponto. ‘Ela não acredita em nada, acha que tudo é besteira. É o equilíbrio à crença dos personagens’, defende o novelista. ‘Estudei muito o tema antes de pensar na novela. Acho que a magia é possível, mas de um ponto de vista benéfico, que leve ao crescimento interno das pessoas.’’



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‘Emissora quer lucrar com produtos’, copyright Folha de S. Paulo, 12/06/2005

‘Ao mesmo tempo em que tenta manter o conteúdo de suas novelas à altura da audiência, a Rede Globo, por meio de uma divisão comercial, aposta cada vez mais no lançamento de seus programas como produtos, alçados por meio de campanhas de marketing que vão além de chamadas durante a programação.

Como aconteceu em ‘Chocolate com Pimenta’ (2003), do mesmo autor -quando foi firmado um acordo com uma rede de docerias que produziu durante a novela um bolo com os dois ingredientes-, o flerte com a área comercial se repetirá em ‘Alma Gêmea’, em que a estratégia, liderada pela Globo Marcas, inclui a venda de flores e de um anel, ambos usados como símbolos dos protagonistas da trama.

As flores -simbolizadas nas rosas cultivadas pelo botânico Rafael (Eduardo Moscovis)- já começaram a ser vendidas em floriculturas do Rio de Janeiro, de São Paulo e em lojas virtuais, pela internet. A ação vai até o dia 26, uma semana após a estréia da novela, e prevê a venda de arranjos com rosas brancas e vermelhas batizados com o nome da produção, ao custo de R$ 120 a R$ 180.

‘Rosas são uma expressão do amor romântico. Quando a gente ama ou quer conquistar alguém, manda rosas. A rosa também é, tradicionalmente, um símbolo da alma’, defende o autor, Walcyr Carrasco, em material divulgado pela CGCom (Central Globo de Comunicação).

Nas lojas, a emissora instalou banners que anunciam a estréia da novela e oferece também aos clientes a possibilidade de ganhar prêmios com os produtos da novela por meio de uma promoção.

Antes da estréia, a Globo também distribuirá rosas em restaurantes e locais públicos de São Paulo e do Rio.

O projeto mais ambicioso da trama, no entanto, é o anel ‘Alma Gêmea’, sugestão do novelista. Desenvolvido por uma empresa brasileira do ramo de bijuteria, será vendido em dois modelos, banhados em prata e em ouro.

O anel é o elo do protagonista com sua mulher, Luna (Liliana Castro), que morre precocemente e reencarna na índia Serena (Priscila Fantin). Segundo sugestão do próprio Carrasco, é composto por três alianças. Quando aberto, forma um coração.

O anel chega ao mercado junto da novela, no dia 20, e custará, em média, R$ 70. Há projetos para exportar o anel quando o programa for exibido no exterior.

Carrasco diz que não vê problema na vinculação do conteúdo com o comercial. ‘Acho que as pessoas gostam de possuir um objeto. É uma forma de se sentirem incluídas na obra como um todo. A idéia do anel, inclusive, foi minha. Ganhei de uma amiga e resolvi que seria o anel da novela.’

O ‘pacote’ inclui o CD com a trilha sonora, criado ‘para cantar um amor que sobrevive à morte’, segundo a emissora, com Roberto Carlos, Fábio Jr., Zélia Duncan e Maria Bethânia, entre outros.

Não é de hoje que produtos das novelas da Globo fazem sucesso entre o público. Os espectadores querem informações sobre os objetos de decoração das casas mostrados nas novelas, dos acessórios usados pelas atrizes e das roupas.

‘América’ também segue o modelo de novela-produto: assim que começou a ser exibida, já queria ditar moda com botas de uma famosa empresa calçadista de Franca (SP), um chapéu country e um álbum de fotos dos personagens vendido em bancas.’