Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Gianni Carta

‘Universidades norte-americanas e britânicas estão tentando elevar o nível da mídia de seus países por meio de currículos de pós-graduação mais arrojados. Nos Estados Unidos, as universidades Columbia, Berkeley, Northwestern e University of Southern California fazem parte de um esquema envolvendo US$ 6 milhões a ser investidos num período de três anos.

No Reino Unido, a Universidade de Oxford planeja abrir um Instituto de Jornalismo, e outras universidades como a London School of Economics estão propondo programas de pós-graduação em melhor sintonia com os novos tempos.

De maneira geral, os motivos para reformas são dois. Primeiro, num mundo onde a cada dia surgem novas tecnologias para a transmissão de notícias, jornalistas da chamada ‘velha mídia’ – imprensa escrita, noticiários de televisão e rádio – estão tendo dificuldades para se adaptar.

O segundo motivo, talvez de maior importância que o primeiro, são as derrapadas que a imprensa escrita, rádios e programas televisivos vêm cometendo sistematicamente. Dois anos atrás, por exemplo, veio à tona o caso de Jayson Blair, um repórter de 27 anos do reputado The New York Times. Jayson inventou um sem-número de histórias e entrevistas e plagiou outros colegas. Mais recentemente, o tablóide britânico Daily Mirror publicou fotos falsas, nas quais se viam soldados britânicos abusando de prisioneiros no Iraque.

Nos EUA, o novo programa de pós-graduação custeado em parte por doações de US$ 2,4 milhões e US$ 1,7 milhão das fundações Carnegie Corporation of New York e a John S. and James L. Knight Foundation não focalizará mais somente no bê-á-bá do jornalismo – cursos para ensinar a escrever e reportar -, e será dividido em três setores:

1. Projetos de investigação jornalística, nos quais os alunos trabalharão com redes de tevê, rádios ou imprensa escrita.

2. Um centro de mídia coordenará, baseado nas opiniões de reitores e presidentes das universidades, debates e pesquisas relacionados à imprensa.

3. Currículos darão maior ênfase para jornalistas se especializarem nas áreas de história, economia, ciências, e em outras artérias acadêmicas.

No primeiro setor, por exemplo, já neste verão do Hemisfério Norte, um curso envolvendo dez alunos, dois de cada uma das universidades, produzirá um programa sobre os ataques de 11 de setembro. No futuro, o programa, alcunhado News 21 (porque a maioria dos alunos tem menos de 21 anos de idade e estamos no século XXI), terá sedes em cada uma das cinco universidades. Objetivo: coordenar projetos para tevê, imprensa escrita, rádio e on-line.

Mas se o prospecto para o programa de mestrado em jornalismo da Universidade Columbia, em Nova York, salienta a importância dos princípios e da ética, qualidades intrínsecas ao jornalismo, nenhum dos itens acima parece inovador. Argumento, claro, que não invalida um curso de mestrado de altíssimo calibre.

Riccardo Amati, editor-chefe do departamento italiano da rede de tevê Bloomberg, em Londres, diz: ‘Sempre pensei que teria sido útil ter feito um curso de pós-graduação de jornalismo. Literatura e política me deram a base necessária, mas tive de aprender a fazer jornalismo em áreas como rádio e televisão nas redações’. Acrescenta Amati, de 44 anos e formado em Ciências Políticas, em Florença: ‘Não diria que é necessário estudar jornalismo, mas é útil’.

Embora Oxford não tenha divulgado a soma a ser investida no seu Instituto de Jornalismo, os professores que idealizaram o novo currículo para pós-graduação parecem mais preocupados com uma fusão entre o jornalismo dito ‘de tablóides’, ou sensacionalista, e aquele de broadsheets, páginas largas, isto é, de boa qualidade. (Na verdade, jornais britânicos de qualidade, como o Independent e o Times, recentemente adotaram o formato tablóide; porém, as conotações que os nomes dos dois tipos de jornalismo encapsulam, coisa que nunca houve no Velho Continente, persiste no reinado, pelo menos por ora.)

De qualquer forma, os intelectuais por trás da reforma têm razões de sobra para inquietar-se. Alega o seguinte o coro formado por Timothy Garton Ash, famoso historiador e jornalista que leciona em Oxford, Alan Rusbridger, editor do Guardian, John Lloyd, do Financial Times, e Tim Gardam, reitor do St. Anne’s College, da Reuters Foundation: o culto à celebridade foi longe demais, a intromissão da mídia em casos sensíveis, como aquele de um ministro que adotou um bebê nos EUA, e a falta de acuidade por parte dos repórteres já passaram da conta.

Kamin Mohammadi, jornalista e escritora baseada em Londres, concorda. Em termos. ‘De fato, para aumentar audiências e circulações, meios de comunicação britânicos de qualidade estão apelando para essa sede do povo pelos ricos e famosos. Mas se há diários obscenos há também aqueles de grande qualidade, que fazem pensar. E são muito melhores do que seus equivalentes nos Estados Unidos.’

Na verdade, há quem ainda questione a necessidade de se obter um diploma de jornalista para exercer a profissão. Se no Brasil o jornalista precisa de diploma de graduação de jornalista para exercer o ofício, nos Estados Unidos, no Reino Unido e na França este não é o caso. Nos EUA, vários futuros jornalistas trabalham nos diários de suas universidades, mas se formam nas áreas onde querem se especializar. Na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, por exemplo, alunos de diferentes departamentos podem trabalhar num excelente diário, The Daily Bruin, distribuído gratuitamente no campus e nos bairros em torno de Westwood, onde fica a Ucla.

Na Itália, jornalistas também não precisam de diploma. Contudo, para exercer a profissão têm de, após 18 meses num orgão de imprensa, fazer um exame escrito e oral aplicado pelo Estado. Esse certificado de jornalista é exigido por lei. ‘Parece-me justo que você tenha de ter algum tipo de certificado para trabalhar como jornalista profissional’, diz Amati, da Bloomberg.

Nos casos dos Estados Unidos e do Reino Unido, a reforma dos currículos, vale enfatizar, será feita em nível de pós-graduação. Quem sabe, eventualmente, editores e patrões de meios de comunicação passarão a exigir diplomas de jornalismo.

Matt Barker, de 37 anos, obteve um diploma de graduação em jornalismo no Reino Unido. Hoje faz free lance para a rede de tevê Sky News e atua como subeditor e enviado especial para revistas mensais como a GQ. Valeu a pena fazer universidade de jornalismo? ‘Você aprende as regras básicas, isto é, o ‘quem, o quê, onde, quando e por quê’. Mas ninguém pode te ensinar a escrever.’

Barker sustenta que o diploma não é uma garantia de emprego, pelo menos no Reino Unido. ‘Fazer contatos, para conseguir emprego na mídia, tem a ver com a personalidade. É um talento que você precisa nessa profissão, mas também isso ninguém me ensinou na universidade de jornalismo. Esse dom você tem ou não tem.’

Na França, em contrapartida, um diploma de jornalista pode ajudar na hora de buscar emprego, diz Lionel Vella, editor da revista francesa Sport. ‘Hoje, os editores preferem contratar alguém com diploma em jornalismo de uma boa universidade como a de Lille’, diz Lionel, de 38 anos. ‘Lembre-se que, na França, o nível de desemprego é de 10,2%, e qualquer diploma especializado só pode ajudar. Por outro lado, jornalismo aprende-se, com ou sem diploma, trabalhando nas redações e na rua.’ Lionel estudou informática.

Obviamente, Nicholas Lemann, reitor da Escola de Pós-Graduação de Jornalismo da Universidade Columbia, em Nova York, acha fundamental estudar jornalismo. Nicholas declarou ao New York Times que o debate sobre fazer ou não universidade de jornalismo remonta a décadas atrás, mas hoje em dia ‘essas instituições são mais vitais do que no passado’. O motivo? Visto que os ciclos de notícias tornaram-se mais velozes, retrucou Lemann ao NYT, ‘há uma menor inclinação e capacidade para se treinar, monitorar e guiar as novas gerações’.

Mais que treinar, fundamental seria monitorar, ou seja, instilar doses generosas de honestidade em jornalistas como Jayson Blair. Uma regra básica para o repórter de qualquer redação é colocar a honestidade acima do ‘furo’. Plágio, sublinhe-se, nesta profissão sempre houve. A diferença é que, agora, as pessoas podem comprar jornais estrangeiros em qualquer banca de esquina, lê-los na internet e assistir ou ouvir programas de tevê e rádio até na internet. Portanto, ficou mais fácil descobrir quem são os jornalistas trapaceiros.

Em março de 2003, por exemplo, Blair, na época ainda estrela ascendente do NYT, descreveu seu encontro com a família de um soldado prisioneiro no Iraque. Detalhe: o repórter nem sequer esteve com a família. O problema, para Blair, é que a família entrou em contato com o New York Times.

Em 2004, outro notório plagiador foi descoberto nos EUA. Dessa vez a surpresa foi ainda maior, uma vez que Jack Kelley, correspondente do diário USA Today, venceu – cinco vezes – o cobiçado Prêmio Pulitzer de jornalismo. Era, portanto, mais maduro e famoso do que Blair. Mas a comissão de inquérito, após investigar 700 de seus artigos publicados nos últimos dez anos, mostrou do que Kelley era capaz.

Entre outras, ele inventou a história de uma cubana que morreu num barco a caminho da Flórida. A Comissão apurou a verdade: a mulher delineada por Kelley estava viva e trabalhando num hotel da Flórida.

Este ano, o âncora Dan Rather, verdadeira instituição do jornalismo norte-americano, perdeu a credibilidade amealhada em 24 anos na CBS, uma das três mais respeitadas redes de tevê dos EUA. Para ter uma idéia de sua fama, Rather, de 73 anos, entrevistou, entre outros, o presidente Richard Nixon durante o Watergate, o presidente Bill Clinton durante o caso Monica Lewinsky, e Saddam Hussein antes da invasão do Iraque, em 2003.

Rather sentiu-se forçado a pedir aposentadoria em março, debaixo de um mar de críticas por causa de uma reportagem questionando o tratamento especial que o presidente George W. Bush teria recebido, no Texas, da Guarda Aérea Nacional, durante a Guerra no Vietnã. Uma investigação realizada pela CBS revelou que a reportagem do veterano Rather estava recheada de ‘deficiências consideráveis e fundamentais’.

Já no Reino Unido, um caso fez balançar até a BBC, a mais respeitada instituição jornalística do reinado. Após o aparente suicídio do médico David Kelly, um especialista de armas e funcionário do governo que teria alertado um jornalista da BBC sobre a posição exagerada do governo britânico em relação à ameaça das armas de destruição massiva no Iraque, foi aberto um inquérito.

Veredicto: Kelly teria se suicidado, porque temia que descobrissem ter sido ele a fonte de Andrew Gilligan, apresentador de um programa diário de notícias na Radio 4, da BBC. Gilligan afirmou a seus ouvintes que Blair havia sexed up, tornado mais sexy, a história sobre as armas no Iraque para justificar a invasão daquele país.

Talvez Gilligan tenha usado uma terminologia que a fonte, David Kelly, não empregou. Segundo o inquérito, o erro de Gilligan, além dos termos usados, tenha sido não consultar, num caso tão delicado, outras fontes. Porém, sua integridade, ao contrário da de Jack Kelley e Jayson Blair, não pode ser questionada. Ou pelo menos não deveria.

Quanto a Dan Rather, ele aparentemente quis dar o chamado ‘furo’, para recorrer a um jargão jornalístico, sem ter suficientes provas. Erro clássico de jornalistas que acabam, no caso de Rather, levando-se a sério, dada a autoridade que lhes confere a profissão.

Muitas vezes, jornalistas também sofrem pressão de ter de comunicar ‘furos’, como no caso de Gilligan, da BBC. E esse cenário, claro, piora diante de ciclos de notícias cada vez mais velozes, como diz Lemann, da Universidade Columbia. A mídia eletrônica, acessível 24 horas, sete dias da semana, em laptops e celulares, faz a ‘velha mídia’ tentar dar passos maiores que suas pernas. E além dos web sites de notícias disponíveis gratuitamente, bloggers, esses internautas que se exprimem por meio de suas colunas virtuais, às vezes superam jornalistas profissionais, na hora do ‘furo’.

Por sua vez, diários gratuitos, editados por amadores e distribuídos em metrôs das grandes capitais européias, estão contribuindo ainda mais para a queda na tiragem de diários e revistas. Para ter uma idéia, nos EUA, a tiragem de jornais caiu 1,9% em 2004, segundo o Audit Bureau of Circulation Numbers.

Mas tudo indica que a chamada ‘velha mídia’ não está ameaçada, como nos fazem crer alguns experts do mundo acadêmico. Afinal, a ‘velha mídia’ pode tranqüilamente virar ‘nova mídia’. Revistas, por exemplo, têm seus web sites, através dos quais podem fazer tudo que faz um blogger – e mais.

Como argumentou Paul Farhi, do Washington Post, o que temos hoje é uma dieta mais variada de noticiários e meios que os transmitem. On line news, diários, revistas, noticiários televisivos e radiofônicos coexistirão, assim como as pessoas assistem a filmes em vídeos, DVDs, em canais a cabo e nos cinemas.

A tiragem de diários pode ter caído, porque os jovens lêem menos revistas e jornais. Mas, segundo pesquisas, também não são os web sites sobre notícias aqueles mais acessados pelos jovens. Quanto aos diários como o Metro, distribuído gratuitamente no metrô em Paris e Londres, não passam de uma compilação de artigos de agências de notícias, que cobram por volta de 5 mil libras por mês ao Metro – ou seja, menos do que contratar jornalistas profissionais. Portanto, o jornal Metro não tomará o lugar do Guardian, ou do italiano La Repubblica.

Por outro lado, a rivalidade entre canais a cabo e normais é relativa. Tem-se a impressão de que mais gente assiste à CNN do que os noticiários em outros canais, mas isso acontece em parte porque a maioria dos pacotes para tevês a cabo, satélite ou digital, oferece a CNN de graça.

Na verdade, lembra Farhi, do Washington Post, a CNN não tem lucro faz três anos. Em suma, as pessoas continuam assistindo à televisão, mas as escolhas são mais fragmentadas do que antes.

Da mesma forma, o rádio está passando por transformações tecnológicas já enfrentadas pela tevê. E as pessoas continuarão escutando emissões de rádio, transmitidas via satélite, celulares…

Quanto aos jornalistas sempre haverá, como bloggers, aqueles que se destacam. É uma questão de faro pelas boas histórias e fontes, de sorte de estar no lugar certo na hora certa, enfim, de ter algum talento.

Faro tinham Bob Woodward e Carl Bernstein, que, graças à fonte Deep Throat, o Garganta Profunda, derrubaram o presidente norte-americano Richard Nixon. Durante décadas, o mito do Deep Throat fascinou o mundo: quem seria esse homem? Pois Woodward confirmou em maio que o vice-chefe do FBI, Mark Felt, de 91 anos, era o Garganta Profunda. Uma revelação que o próprio Felt havia feito dias antes, já que Woodward e Bernstein sempre disseram que nunca revelariam a identidade de sua preciosa fonte.

Como diz Daniel Kreiss, do blog Exegesis, ‘a administração de informações é tudo’. Hoje, mais do que nunca.’



Flavio Lobo

‘Uma crise de identidade ‘, copyright Carta Capital, 21/06/05

‘Enquanto nos EUA e na Europa importantes universidades e empresas jornalísticas buscam aprimorar a formação dos profissionais da área, no Brasil o imobilismo predomina. À mercê de regulamentações anacrônicas, interesses privados e pressões corporativas, o jornalismo é um caso tristemente exemplar no cenário da educação brasileira.

A maior parte dos jornalistas formados no País ainda é de egressos de cursos de comunicação social, que também formam publicitários e profissionais de relações públicas, entre outras habilitações – como se o campo de estudos de uma graduação inespecífica em jornalismo já não fosse bastante vasto. Uma reminiscência de políticas educacionais à moda da Guerra Fria e do regime militar, como lembra o coordenador do Departamento de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Nilson Lage. Na década de 60, a ordem era arrefecer o teor crítico da formação dos ‘comunicadores de notícias’.

Hoje é possível criar cursos apenas de jornalismo. Sinal de avanço? ‘Infelizmente, o nome não resolve. A maioria desses cursos é picaretagem’, lamenta Lage.

Em 1969, estabeleceu-se a obrigatoriedade do diploma. Uma reserva de mercado que dificulta o ingresso na profissão de gente vinda de outras áreas acadêmicas, cujo trabalho cotidiano nas redações pode ajudar a aprofundar abordagens, ampliar horizontes intelectuais e temáticos e elevar padrões de qualidade.

Além da questão da exigência do diploma, outro conflito que emperra mais do que enriquece o universo dos cursos de comunicação e jornalismo no Brasil é o embate entre os defensores de uma formação mais ‘teórica’ e os militantes do ensino ‘prático’ e profissionalizante. ‘Trata-se de uma crise de identidade que teve início no fim da década de 1940, com a criação do primeiro curso de jornalismo no País, o da Cásper Líbero’, diz Ana Paula Goulart, especialista em história do jornalismo e professora da Escola de Comunicação da UFRJ.

Depois de uma experiência de sete anos à frente do departamento de jornalismo da pioneira Cásper Líbero – período no qual o curso, que se encontrava em franca decadência, passou a ter o vestibular com o maior número de inscritos do País -, Marco Antônio Araújo defende a existência da graduação, mas é contra a exigência do diploma. ‘É essa obrigatoriedade que permite a manutenção de tantos cursos ruins’, avalia Araújo, diretor-presidente do Instituto Livre de Jornalismo (Ijor), criado em 2004.

A velha batalha entre professores e diretores de cursos ‘teóricos’ e ‘práticos’ costuma deixar os estudantes à deriva: sem base para encarar desafios acadêmicos de alguma complexidade e desprovidos do instrumental mínimo para o exercício profissional. E se o número de formados na área não é espetacular, também não se trata de pouca gente, sobretudo tendo em vista a atual capacidade de absorção do mercado. Segundo o MEC, somente em 2003, 221 cursos espalhados pelo País despejaram na praça mais 6.983 novos diplomados.

É um impasse de simples resolução – pelo menos em tese. A vocação para a reflexão aprofundada e para a pesquisa é tão legítima e valiosa quanto o pendor para atividades mais práticas, livres de rigores acadêmicos – mas balizadas por uma boa base de conhecimento histórico e lingüístico, aliada a altos padrões técnicos e éticos. Há demanda para os dois tipos de carreiras e de profissionais.

Assim como também seriam concorridos bons cursos de especialização ou de pós-graduação profissionalizante que ajudassem a preparar estudantes graduados em outras áreas para o ingresso na carreira jornalística.

Há instituições que emergem do pântano curricular e conceitual do ensino do jornalismo à brasileira com a criação de cursos bem definidos e tocados por profissionais adequados a seus objetivos.

Na UFSC – cuja graduação, de perfil mais aplicado, profissionalizante (termo que muitos, equivocadamente, vêem como sinônimo de alienado e rasteiro), está entre as melhores do País – o corpo docente une experiência prática e qualificação acadêmica. Na pós-graduação, a UFSC oferece o primeiro curso brasileiro de Engenharia em Gestão do Conhecimento.

Para os teóricos, a Universidade Federal Fluminense, por exemplo, também propicia uma nova alternativa, com a graduação em Estudos de Mídia, iniciada este ano.

‘Teoricamente’, caberia a todas as instituições de ensino escolher honestamente seus rumos. E ao poder público e à sociedade cobrá-las de acordo com as metas traçadas. ‘Na prática’, a clareza de metas e a correspondente prestação de contas são mais raras do que grandes furos jornalísticos.’