Thursday, 21 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Links rápidos permitem inserção integrada de vídeos e imagens

 

Leitores mais atentos podem ter percebido uma compilação de links atípicos em uma matéria do New York Times, publicada no início de agosto, sobre assédio sexual no mundo dos jogos online. Os links tinham um destaque azulado e ícones pequenos que, quando clicados, abriam vídeos ou imagens – que ficavam sobre a matéria, mas ainda integrados ao fluxo de leitura.

Segundo o jornalão, são “links rápidos”, com o objetivo de permitir que repórteres acrescentem mais profundidade à narrativa online. Trata-se de uma tentativa de aproveitar um processo de leitura que não é completamente linear e que permite digressões óticas. A ideia e a tecnologia não são exatamente novas, mas a iniciativa mostra que o NYTimes está aberto a experimentar – e a misturar – novos tipos de narrativa.

Josh Williams, produtor multimídia do jornal que escreveu o código dos links, disse que o NYTimes não tem um processo padronizado para seu uso – que ainda é incipiente. Nas poucas vezes em que foram usados, eles tiveram que ser colocados manualmente e em lugares em que realmente fosse acrescentado um valor significativo. “Estamos procurando por momentos em que podemos acrescentar conteúdo multimídia que não distraia o leitor e não o leve para fora da matéria”, afirmou ele.

Ferramentas poderosas

Os links rápidos foram desenvolvidos em novembro do ano passado, para uma matéria sobre um ano na vida de Justin Canha, que tem autismo e se preparava para uma vida independente. A repórter responsável pela matéria queria encontrar um modo de tornar o artigo mais impactante por meio de vídeos. Mas, em vez de colocar um vídeo de seis ou sete minutos, os editores quiseram buscar um modo de intercalar clipes de Canha ao longo da matéria, sem quebrar o fluxo de leitura.

Williams trabalhou com o departamento de design editorial para desenvolver os links. A chave, segundo ele, foi a simplicidade. “Eu só tinha uma coisa em mente: não interromper a narrativa principal”, contou. Os links foram usados em matérias como a da criação do museu do 11/9 e sobre a relação entre ópera e comida.

O uso não tão frequente é uma escolha consciente; os links são mais eficientes quando usados nas matérias certas. No caso da reportagem sobre assédio sexual, havia elementos-chave em vídeo. “Eles ajudam as pessoas a verem mais diretamente alguns dos incidentes que geraram o debate” sobre o tema, argumentou a repórter Amy O’Leary, autora da matéria, que já trabalhou como produtora multimídia do site do jornalão. “Online, você tem diversas ferramentas – por que não usar as mais poderosas quando há necessidade?”. Informações de Justin Ellis [Nieman Journalism Lab, 3/8/12].