O jornalista Ching Cheong foi formalmente preso em Hong Kong na sexta-feira (6/8), acusado de espionagem a serviço da Inteligência de Taiwan, informa a Reuters [6/8/05]. Cheong, correspondente do jornal The Straits Times, de Cingapura, estava detido desde abril e, segundo a agência oficial, durante o interrogatório confessou que fazia espionagens e que recebeu milhões de dólares de Hong Kong para obter informações políticas, econômicas e militares da China entre os anos de 2000 e 2005.
Se considerado culpado, ele pode ser condenado à morte. Na China, detentos políticos são geralmente condenados depois de serem oficialmente presos. Cheong é o primeiro repórter de Hong Kong acusado por Pequim de espionagem desde que o Reino Unido devolveu a cidade à China.
A esposa do jornalista, Mary Lau, ficou chocada ao saber da notícia. Ela afirmou que o marido trabalhou com um acadêmico que é acusado de vazar segredos de Estado e acredita que Cheong caiu em uma armadilha. A organização Repórteres Sem Fronteiras e outros grupos internacionais pressionaram o governo de Pequim para libertar Cheong ou pelo menos providenciar evidências substanciais de seu crime.
O jornalista trabalhou durante 15 anos no jornal Wen Wen Po, ligado ao Partido Comunista, mas renunciou ao cargo juntamente com outros 40 jornalistas após o massacre da Praça da Paz Celestial. Mais de 13 mil pessoas já assinaram uma petição (www.petition-chingcheong.org) pedindo a libertação de Cheong.