O editor-executivo do Miami Herald, Tom Fiedler, disse que não se arrependeu de demitir o colunista Jim DeFede, por gravar um telefonema com o vereador Arthur Teele, poucas horas antes de este se suicidar. Gravações não-autorizadas de chamadas telefônicas são proibidas pela lei da Flórida e condenadas pelo código de ética do diário. A justiça poupou DeFede porque considerou que a lei não se aplica a conversas profissionais. Teele se matou após falar várias vezes com o jornalista. Poucas horas antes do suicídio, o Miami New Times publicara em seu sítio uma reportagem baseada em relatórios policiais descrevendo seu contato com narcotraficantes e seus relacionamentos homossexuais.
Segundo Fiedler, o colunista inicialmente lhe dissera que o vereador não havia dado qualquer sinal de que se mataria e que não havia um interesse jornalístico aparente para que gravasse a chamada. Depois, segundo o editor, DeFede depois teria mudado sua versão do caso. Mais de 500 jornalistas americanos fizeram um abaixo-assinado eletrônico pedindo que o Herald reconsiderasse a demissão. O publisher Jesús Díaz Jr. disse que a mobilização até o fez pensar de novo na decisão, mas chegou à conclusão de que havia agido corretamente ao despedir o jornalista.