Susan Sontag, uma das mais respeitadas escritoras americanas de sua geração, morreu em Nova York na terça-feira, 28/12, aos 71 anos, vítima de leucemia. Acusada de antiamericanismo por seus críticos, que classificavam suas idéias de ‘inocentes’, ela foi, ao longo de toda a vida adulta, uma ardente ativista dos direitos humanos – tendo se oposto à guerra do Vietnã e questionado a culpa dos EUA no episódio de 11 de setembro de 2001.
Susan estudou filosofia, literatura e teologia, e escreveu 17 livros, entre romances, contos e literatura de não-ficção. Seu romance In America lhe rendeu o US National Book Award, uma das mais importantes premiações literárias de seu país, em 2000. Ela também escreveu e dirigiu peças teatrais e filmes – entre eles Duet for Cannibals, de 1969, filmado na Suécia, e Promised Lands, de 1974, em Israel. No teatro, seu mais recente trabalho foi uma versão da peça Esperando Godot, de Samuel Beckett, em 1993, na então sitiada cidade de Sarajevo, na Bósnia. Susan passou longos períodos no país entre 1993 e 1996, onde chamou a atenção da mídia para a necessidade de ajuda internacional.
Nos anos 60, a escritora militou contra a guerra do Vietnã. Em maio de 1968, viajou a Hanoi, no auge campanha de bombardeio americana, para protestar contra o ataque. Neste mesmo ano, foi também a Cuba, mesmo que deixasse claro que, se não concordava com a posição dos EUA, muito menos estava de acordo com a de Fidel Castro, a quem criticava pelo desrespeito aos direitos humanos.
Mesmo com problemas de saúde, Susan continuou a trabalhar e ainda tinha forças para lutar pelo que acreditava. Em 2001, levantou polêmica ao falar sobre os ataques terroristas de 11 de setembro em um artigo para a revista New Yorker. ‘Quem garante que este não tenha sido um ataque ‘covarde’ à ‘civilização’, ou à ‘liberdade’, ou à ‘humanidade’, ou ao ‘mundo livre’, mas sim um ataque à auto-proclamada superpotência mundial, aceito como a conseqüência de alianças e ações específicas dos EUA?’, escreveu ela. Informações da AFP [28/12/04].