A maior parte dos jornais americanos faz a sua cobertura sobre a guerra no Iraque baseada nas informações da agência de notícias AP. Um deles é o The Tampa Tribune, que recebeu dezenas de e-mails reclamando que a mídia não divulga fatos importantes que acontecem no Iraque – como a suposta reconstrução de 3.100 escolas e o não confirmado restabelecimento de 47 embaixadas no país –, e decidiu entrar em contato com a agência de notícias.
Em resposta à reclamação, Mike Silvermann, editor da AP, discutiu o tema com editores de jornais que são membros da agência, em uma reunião realizada no mês passado em Nova York. Alguns deles expressaram sua preocupação em não estarem recebendo dos repórteres que estão no Iraque uma visão geral da situação no país – além das notícias sobre os freqüentes ataques e mortes. Silvermann alegou que a principal dúvida era se estava acontecendo um progresso no Iraque e, com os artigos da AP, não era possível responder a esta questão.
O editor ainda acrescentou que a agência deve reportar as boas e más notícias e, infelizmente, as explosões e fatalidades têm dominado o noticiário, embora afirme que algumas informações são difíceis de serem contabilizadas. Kathleen Carroll, editora-executiva da AP, afirmou que é mais fácil determinar o número de mortos do que quantas escolas foram construídas no Iraque em um dia, tendo em vista que os jornalistas têm de ficar a maior parte do tempo confinados no hotel. Desde que a guerra começou, 65 profissionais de imprensa já foram assassinados e dois estão desaparecidos no Iraque. Informações de Katharine Q. Seelye [The New York Times, 15/8/05].