Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Governo recua e permite acesso aos mortos

O governo federal americano recuou na decisão de proibir que a imprensa divulgasse imagens do processo de remoção dos cadáveres de Nova Orleans. A Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (Fema, sigla em inglês) havia feito o pedido na semana passada por meio de um porta-voz. Na sexta-feira (9/9), representantes militar e de proteção civil envolvidos no processo de remoção anunciaram uma política de ‘acesso zero’ da imprensa aos cadáveres, com a justificativa de que ‘não seria apropriado’ deixar que os jornalistas vissem os corpos.


No mesmo dia, a CNN entrou com um processo contra o então diretor da Fema, Michael Brown, em um tribunal federal em Houston, alegando que a atitude da agência constituía uma violação da Primeira Emenda da Constituição americana. O juiz encarregado do caso estabeleceu uma ordem provisória suspendendo a proibição.


No sábado (10/9), o coronel Christian E. deGraff, representando a força-tarefa conjunta que trabalha na recuperação dos locais atingidos pelo furacão Katrina, afirmou que ‘não há planos para barrar, impedir ou prevenir que as organizações de mídia apurem e reportem atividades ligadas aos esforços de recuperação dos mortos’.


Michael Brown, que havia sido afastado do comando do auxílio governamental às vítimas do Katrina na semana passada por causa das críticas sobre a demora do socorro, pediu demissão da agência na segunda-feira (12/9). Em entrevista, ele afirmou que tomou a decisão por sentir que seu cargo havia se tornado um obstáculo para o trabalho da Fema. ‘A imprensa estava muito focada no que nós fizemos, no que deixamos de fazer, em todo esse jogo de culpa’, disse ele. ‘Eu quis tirar este fator da equação para que as pessoas na Fema pudessem continuar com o seu trabalho’. Informações da CNN [10/9/05], ABC/Reuters [11/9/05] e Richard W. Stevenson [The New York Times, 13/9/05].