Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Novidade multimídia para atrair os jovens

Um dos maiores desafios dos veículos de comunicação atuais, dizem analistas de mídia, é atrair a atenção e a fidelidade de jovens leitores na faixa dos 18 aos 34 anos. Em uma tentativa de lidar com o problema, a veterana agência de notícias Associated Press, do alto de seus 157 anos de existência, lança, na próxima segunda-feira (19/9), um serviço multimídia voltado aos jovens. Batizado de asap (em inglês, pronuncia-se letra por letra), a novidade oferece artigos e ‘experiências’ em diferentes formatos integrados, como texto, vídeo, áudio, blogs e material para celulares e computadores portáteis.


O piloto para o projeto foi aprovado pelos diretores da agência em abril. Na ocasião, Tom Curley, presidente da AP, disse que, assim como ‘o público adota novas plataformas, as notícias devem fazer o mesmo’. Segundo Ted Anthony, editor do asap, o conteúdo incluirá material produzido por uma equipe de 20 jornalistas, a maioria deles em Nova York, e por correspondentes da AP em todo o mundo. Um repórter poderá, por exemplo, enviar uma matéria em texto do Cazaquistão e contar sua experiência no local em um clipe de áudio. ‘Nós queremos trazer as pessoas para mais perto das notícias e mais perto de seu mundo, e nós fazemos isso ao reconhecer que as pessoas que apuram as notícias são reais’, afirmou Anthony, que já foi, ele próprio, correspondente da AP.


Mas o asap não terá como objetivo simplesmente distribuir versões de notícias em linguagem coloquial e formatos modernos. Os responsáveis pelo projeto afirmam que, durante o processo de pesquisa e criação, aprenderam que jovens leitores querem ter acesso a uma visão complexa do mundo e querem se engajar. Segundo eles, será usada mais a palavra ‘você’ no conteúdo do asap, mas os padrões da AP serão mantidos.


Mais de 100 jornais já assinaram o novo serviço, e cada um decidirá qual a melhor forma de disponibilizá-lo a seus leitores. Ruth Gersh, diretora de serviços online da AP e gerente de desenvolvimento do projeto, afirmou que, até onde sabe, nenhum dos jornais cobrará a eles pelo conteúdo do asap. Informações de Katharine Q. Seelye [The New York Times, 14/9/05].