A rede de notícias americana CNN acaba de fechar seu canal dedicado a finanças, CNNfn, mas nem isso assusta o megaempresário de comunicação Rupert Murdoch, que planeja lançar em meados de 2005 um canal financeiro filiado à Fox News. A CNNfn nunca conseguiu ameaçar a predominância da CNBC, que agora reina sozinha no segmento econômico. O que leva Murdoch a crer que poderá desbancá-la?
Reportagem de Tom Lowry na BusinessWeek [10/105] aponta alguns elementos que tornariam possível o sucesso do projeto. O interesse por canais exclusivamente financeiros tem caído nos últimos anos. Mas seu público é selecionado, o que garante valor extra ao preço da publicidade. Se a lucratividade do novo filhote da Fox News não se basear no alto poder de compra de uma audiência endinheirada, é possível que o canal dê à programação um apelo mais popular e, portanto, mais amplo, como faz o New York Post, jornal que também pertence a Murdoch. Roger Ailes, executivo que ajudou a criar a CNBC, transferiu-se para a Fox News em 1995, e o mercado afirma que ele ‘sabe como ninguém’ que interessa ao americano médio.
Outra estratégia que poderá ser adotada será transferir os programas de economia da Fox News, líderes de audiência no segmento econômico, para o novo canal financeiro, fazendo a audiência migrar junto. Finalmente, será necessário que Murdoch consiga ampla distribuição de seu produto. A CNNfn, por exemplo, chegava a 30 milhões de lares americanos, contra 86 milhões da CNBC. Um bom começo para a Fox seria usar os 13,5 milhões de assinantes do sistema de TV por satélite DirecTV, do mesmo grupo, para barganhar com outros operadores de televisão paga, como Comcast e Time Warner, que teriam interesse em que seus canais chegassem a esse público.