A Casa Branca tem uma nova diretora de comunicação, Nicolle Devenish. Num governo conhecido pela má relação com a imprensa, substitui Dan Bartlett, promovido a assessor presidencial, e vai trabalhar com o porta-voz Scott McClellan. Bartlett ocupa agora o posto que era de Karen P. Hughes, e passa a supervisionar as operações de comunicação da Casa Branca.
Nicolle estudou na Universidade da Califórnia, em Berkeley, e na Escola Medill de Jornalismo, da Universidade Northwestern. Segundo Elisabeth Bumiller [The New York Times, 10/1/05], a nova diretora foi demitida, certa vez, por ser gentil demais com repórteres. ‘Eu era vista conversando e rindo com os jornalistas’, conta Nicolle – que, na época, 1998, era porta-voz da convenção republicana da Assembléia Legislativa da Califórnia.
Depois da demissão, ela passou uma hora e meia chorando no carro de um amigo, o estrategista político republicano Dan Schnur. ‘Boa parte dos republicanos pensa que repórteres são maus. Nicolle teve a coragem de ser gentil com eles, e alguns chefes não gostaram disso’, disse ele em entrevista recente.
Nicolle começou a trabalhar para Bush na campanha da reeleição, indicada pelo governador da Flórida, Jeb Bush, irmão do presidente, para quem já havia trabalhado. Mesmo não tendo longa relação com o presidente, Nicolle ganhou a confiança de Bush, dizem seus assessores. Ela agora espera conseguir melhorar a relação entre o presidente e a imprensa. Bush não confia em jornalistas e os culpa pela derrota de seu pai na disputa com Bill Clinton pela presidência, em 1992.
‘Eu acho que o presidente tem um respeito saudável pela imprensa’, defende a nova diretora. Para ela, é sempre bom ter uma relação amistosa com repórteres, mesmo quando se tem vontade de ‘estrangulá-los’. ‘É como um casamento. Não estamos sempre felizes, mas temos que manter os canais de comunicação abertos’, resume.