Friday, 15 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Pedro Soares

‘Maior estatal do país e patrocinadora de projetos sociais, culturais e ambientais, a Petrobras elevou seus gastos com comunicação em 142,81% entre 2002, último ano do governo Fernando Henrique Cardoso, e 2004.

No primeiro ano do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os gastos em comunicação da Petrobras aumentaram 82,35% na comparação com o último ano de seu antecessor.

O valor subiu de R$ 253,140 milhões em 2002 para R$ 461,615 milhões em 2003. Em 2004, o orçamento da área aumentou ainda mais, alcançando a cifra recorde de R$ 614,642 milhões -142,81% maior do que em 2002 e 33,15% superior a 2003, segundo dados obtidos pela Folha.

Os valores a serem desembolsados em 2005 ainda não foram definidos, informa a companhia.

O incremento dos gastos nos últimos anos permitirá à empresa destinar em 2006 – ano da eleição presidencial, na qual o presidente Lula possivelmente tentará se reeleger- mais recursos à publicidade institucional da estatal, cujas peças levam sempre a marca do governo federal.

Essa é uma das principais fontes de despesa da área de comunicação social da companhia (R$ 216 milhões no ano de 2004, ou 35,14% do total).

A resolução 21.610 do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) proíbe, em seu artigo 43, que despesas com publicidade de órgãos públicos ou entidades da administração indireta (a Petrobras se enquadra nessa categoria) excedam a média dos gastos nos três anos anteriores ao pleito ou a do ano imediatamente anterior à eleição. Pela resolução, prevalece o valor que for menor.

Patrocínios

Sob a rubrica ‘comunicação’, estão despesas além de publicidade: patrocínios, propaganda e gastos menores, como com assessoria de imprensa, por exemplo.

Com esse dinheiro, a estatal patrocina transmissões de Fórmula 1 e de futebol na TV -dois dos mais dispendiosos contratos da empresa-, a realização de filmes, peças de teatro, festivais de cinema e vilas olímpicas em comunidades carentes. A Petrobras não informa o valor gasto em cada uma das iniciativas.

A companhia usa os recursos ainda para pagar as agências de publicidade que a atendem -são elas que desenvolvem as peças publicitárias e negociam a veiculação na mídia.

Já no caso dos patrocínios existem dois tipos de seleção: diretamente pela área de comunicação e pela direção da companhia -é o caso, por exemplo, do Festival do Rio de Cinema- ou por meio de uma comissão de ‘notáveis’, que escolhe projetos pré-inscritos em concorrência pública.

Ações isoladas

Ao justificar o aumento, a Petrobras diz que duas ações isoladas de comunicação -a campanha publicitária do aniversário de 50 anos da estatal, completados em 2003, e o início do projeto social Petrobras Fome Zero – elevaram os valores tanto em 2003 como em 2004.

A verba do programa é de R$ 300 milhões, aplicados no período 2003 a 2006.

A idéia foi concentrar no programa todas as ações sociais da empresa sob os mesmos critérios, criando parâmetros de avaliação de desempenho dos projetos.

Apesar do aumento ‘atípico’ ocasionado pelas comemorações do aniversário da empresa, os dados relevam que, ainda assim, a verba da comunicação teve um aumento expressivo.

Sem contabilizar o dinheiro destinado à campanha dos 50 anos, as despesas da área somaram R$ 580 milhões no ano passado. Em 2002, ficaram em R$ 360 milhões, descontado o gasto com as comemorações do cinqüentenário da empresa.

Em 2004, a previsão orçamentária da comunicação era de R$ 500 milhões, mas o valor teve de ser suplementado também por causa dessas duas ações.’



Simone Iwasso

‘Nos programas infantis, anúncios que engordam’, copyright O Estado de S. Paulo, 20/1/05

‘Estudo da Unifesp mostra que 1 em cada 10 minutos de propaganda veiculada nos intervalos da programação promove consumo de alimentos, todos pouco saudáveis

Para cada dez minutos de propaganda veiculada nos intervalos das programações infantis das duas maiores emissoras de televisão aberta do País, um foi usado para promover o consumo de alimentos. Desses, todos eram ricos em gordura saturada ou açúcar e estavam associados a brinquedos, diversões e crianças felizes, o que contribui para gerar hábitos errados e nem um pouco saudáveis de alimentação. A conclusão é de um estudo feito pelo setor de Nutrologia do Departamento de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

A pesquisa gravou e analisou 600 minutos da programação das 8 às 12 horas durante o mês de julho do ano passado, período de férias escolares. O objetivo foi verificar a quantidade e o perfil dos produtos. ‘A cada dez minutos de propaganda na programação infantil, um era para alimentos. E, desses, todos tinham um alto teor de gordura e açúcar refinado, inclusive dizendo que eles eram nutritivos e tinham vitaminas, o que dá a falsa impressão de serem saudáveis’, afirma a nutricionista Paula Morcelli de Castro, responsável pelo estudo.

Segundo ela, do tempo analisado, cinco minutos foram gastos com a venda de bolachas recheadas, salgadinhos, refrigerantes, cereais com açúcar, chocolates, bebidas achocolatadas e redes de sanduíches. ‘Isso indica que as crianças são estimuladas a consumir quase diariamente comidas muito calóricas e pouco nutritivas. A nossa preocupação é que esse hábito continue na adolescência e na idade adulta, levando à obesidade’, diz. ‘Um estudo internacional mostra que apenas 30 segundos de propaganda já são suficientes para influenciar uma criança.’

Além do estímulo para o consumo, a nutricionista destaca a acessibilidade deles inclusive para os pais. Cachorro-quente e biscoitos são relativamente baratos e práticos, além de deixarem as crianças felizes. O fato não deixa de ser preocupante num país que registra, segundo levantamento do IBGE, 38,8 milhões de pessoas acima do peso. Das crianças de 7 a 12 anos, segundo pesquisa do Instituto LatinPanel, do grupo Ibope, 35% estão acima do peso.

REGULAMENTAÇÃO

Na opinião dos especialistas, o problema precisa ser enfrentado com uma regulamentação maior das propagandas veiculadas para o público infantil. ‘Vemos propagandas enganosas que vendem bem-estar e saúde, quando na verdade estão falando de produtos que fazem mal para a saúde, sem nenhum esclarecimento disso. É preciso uma ação bastante intensa nessa área’, afirma José Augusto Taddei, chefe da da disciplina de Nutrição e Metabolismo e orientador da pesquisa.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que montou recentemente um grupo dentro da Gerência de Propaganda para estudar as propagandas voltadas para a alimentação infantil.’



Folha Online

‘Burger King vende lanche criado na TV’, copyright Folha Online, 22/1/05

‘Um novo tipo de hambúrguer, desenvolvido por participantes do programa da TV americana ‘The Apprentice’, conduzido pelo milionário Donald Trump e que teve a versão brasileira ‘O Aprendiz’ comandada pelo publicitário Roberto Justus, começou a ser vendido ontem na rede de restaurantes fast food Burger King. No programa, o time vencedor desenvolveu um hambúrguer feito com três tipos diferentes de queijo. A equipe teve a tarefa de criar o nome do produto (Western Angus Steak Burger), desenvolvê-lo e lançar a estratégia de marketing. Os trainees de Trump, no entanto, não sabiam que a rede iria comercializar o produto já no dia seguinte ao encerramento da temporada do programa.’



MERCADO DE TRABALHO
Edson Sardinha

‘Câmara investiga denúncia de terceirizados’, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 21/1/05

‘A Câmara dos Deputados vai apurar a denúncia feita por jornalistas contratados pela Capital Empresa de Serviços Gerais Ltda. de que eles estariam sendo coagidos a receber apenas 20% de multa rescisória sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), abrindo mão dos 20% restantes a que teriam direito no acerto trabalhista (a multa inclui ainda mais 10%, que são destinados ao Governo, totalizando 50% do saldo do FGTS do funcionário). Ao todo, 18 jornalistas estão sendo demitidos pela empresa, que presta serviços à Rádio e à TV Câmara.

De acordo com a denúncia, feita de forma anônima ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF) e à própria Câmara, os funcionários que recusaram a proposta estariam sendo orientados a recorrer à Justiça para receber o valor integral. A empresa nega a suposta autoria da oferta e diz que todos os profissionais irão receber aquilo a que têm direito no dia 10 de fevereiro.

As demissões estão associadas à convocação de 69 jornalistas aprovados no último concurso público da Câmara. Outros 40 profissionais que passaram pelo mesmo processo seletivo serão aproveitados pelo Senado. Segundo a Capital, pelo menos três dos jornalistas demitidos devem ser contratados novamente e continuar prestando serviço à Rádio e à TV Câmara.

O gerente da Seção de Pessoal da Capital, Juarez Matos Novais, alega que a empresa não condicionou o pagamento aos profissionais que vão ficar sem emprego a qualquer renúncia. O que houve, segundo ele, foi uma tentativa de acerto com aqueles jornalistas que foram aprovados no concurso e já trabalhavam para a Capital. ‘Esses teriam de pedir demissão e, por isso, não teriam direito à multa rescisória. Nesse caso, o que houve foi um acerto entre a empresa e aqueles funcionários que pediram algum tipo de ajuda. Fizemos com a intenção de ajudar’, afirmou.

O gerente diz desconhecer o número de profissionais terceirizados que passaram no concurso, porque alguns nomes ainda estão sendo chamados pelo Senado. ‘Todo o pessoal que não passou no concurso e está para acertar a partir de hoje receberá os 40%, assim como os outros. Podem nos cobrar isso no dia 10 de fevereiro’, disse Juarez.

Dois dos jornalistas demitidos pela empresa não confirmam a versão. Segundo um deles, caso não abrissem mão de parte da multa rescisória, teriam de recorrer à Justiça para receber o valor integral. Outro profissional, que disse ter recusado a suposta oferta, acredita que a medida deve servir de alerta aos colegas. ‘Eles fizeram a proposta pra ver se alguém aceitava. Alguns aceitaram, porque estavam apertados financeiramente, mas deveriam ter recusado. Acho que não terei problema para receber’, afirmou.

Segundo o diretor da Rádio Câmara, Humberto Martins, é essa a orientação da Casa para os funcionários terceirizados. Ele confirmou ter recebido a mesma denúncia de funcionários terceirizados e disse que não há motivo para que o trabalhador abra mão de seu direito. ‘Todo o dinheiro para o pagamento da multa rescisória já foi repassado à empresa e vamos cobrar de perto o cumprimento do acordo’, disse Humberto.

A Secretaria de Comunicação da Câmara informou que a Casa está acompanhando o caso. Na área de comunicação, a Capital mantém contrato com a TV e a Rádio Câmara. De acordo com informações disponíveis na internet, só para fornecer mão-de-obra para a TV, a empresa recebe R$ 6,9 milhões pelo período de cinco anos. A Capital também executa serviços na área de copa, cozinha, limpeza e informática para a Câmara. Em todos os casos, houve concorrência pública.

Segundo o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal, Romário Schettino, o advogado da entidade está à disposição dos funcionários que se sentirem prejudicados no processo de acerto com a Capital. ‘Os empregados com mais de um ano de serviço terão suas rescisões feitas no SJPDF, isso é lei’, informou.

(*) Da Oficina da Palavra.’



PRÊMIO SHELL
O Estado de S. Paulo

‘Prêmio Shell divulga indicados e homenageia fundador do Arena’, copyright O Estado de S. Paulo, 21/1/05

‘As montagens O Canto de Gregório e Bodas de Sangue empataram em primeiro lugar no número de indicações do segundo semestre para o Prêmio Shell: três cada uma. A primeira nas categorias autor (Paulo Santoro), atriz (Arieta Corrêa) e figurino (Anne Cerutti) e Bodas pela direção e cenografia (Ilo Krugli) e música (Wanderley Martins, Caíque Botkay e João Poletto). Cibele Forjaz é a outra diretora indicada por Arena Conta Danton, Leonardo Alkmim o outro autor por Quarto 77 e, em sua categoria, a atriz Esther Lacava por Garotas da Quadra. Marco Antônio Pâmio e Milhem Cortaz estão indicados por suas interpretações em Um Número e Num Dia Comum, respectivamente. Tauromaquia recebeu duas indicações: cenário (Márcio Medina) e iluminação (Lucia Chediak). O fundador do Arena, José Renato, será o homenageado da edição do Prêmio Shell 2004.’