Afinal, foi compra da Ambev pela Interbrew ou fusão das duas multinacionais? Será bom para o Brasil, gerará empregos, facilitará a concorrência, impedirá o aumento dos preços para o comsumidor?
A verdade é que a nossa imprensa econômica sabe cobrir o governo, deita e rola quando se trata de macroeconomia porque há uma enorme disponibilidade de fontes para oferecer avaliações e traduzir os fatos.
Mas quando se trata de cobrir a área de negócios nossa mídia costuma atrapalhar-se. Perde a naturalidade, cheia de dedos. Sobretudo quando um dos protagonistas do fato é um dos maiores anunciantes do país. Caso da Ambev e da linha de produtos Brahma.
Alguns colunistas especializados ousaram adiantar análises, outros como Luis Nassif foram um pouco mais longe. É pouco, convenhamos. Junto com a reportagem do fato do dia, o leitor precisa de interpretações para entender o que está se passando e, assim, situar-se e formar o seu juízo.
Enquanto o noticiário político já ganhou alguma densidade e consegue apresentar contrapesos analíticos, o noticiário do business – e principalmente de um business deste porte – parece intencionalmente inodoro. Para cansar e depois cair na vala comum das chatices incompreensíveis.
Jornalões generalistas, jornais especializados e semanários de informação não economizam papel. Cada dia há um infográfico diferente para animar os releases diários, destinados a acalmar acionistas e investidores sem a preocupação de atender à curiosidade ou interesses do cidadão-leitor-consumidor. Este já percebeu os contornos e a dimensão do processo de concentração empresarial, pressente que em algum momento será prejudicado mas não sabe como ou quando acontecerá..
A grande cervejota (ou cervejada) precisa ser traduzida em miúdos. Cerveja, hoje, é questão de interesse nacional. Sem aperitivos e alguns petiscos ela ‘não desce redondo’ e pode resultar numa bruta ressaca.