Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Governo e PT se enrolam para
explicar distribuição de cartilhas


Leia abaixo os textos de terça-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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O Estado de S. Paulo


Segunda-feira, 12 de setembro de 2006


ELEIÇÕES 2006
Sônia Filgueiras


TCU rejeita versão do governo sobre revistas


‘A área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) rejeitou as explicações apresentadas pela Secretaria de Comunicação (Secom), ligada à Presidência da República, sobre gastos de R$ 11 milhões feitos com a impressão e distribuição de material gráfico com propaganda institucional do governo Lula. A equipe técnica do TCU não está convencida de que a documentação apresentada pela Secom em sua prestação de contas comprove a execução dos contratos, que previam a confecção e distribuição de 5 milhões de revistas e folhetos relatando as realizações do governo. Na avaliação dos técnicos, a Secom deve fornecer mais explicações.


Desde o ano passado, o TCU investiga dois contratos fechados pela Secom com duas agências de publicidade pertencentes a marqueteiros que já trabalharam em campanhas passadas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: a Matisse, de propriedade Paulo de Tarso Santos, e a Duda Mendonça, do próprio. Em uma inspeção preliminar realizada no ano passado, os técnicos do TCU identificaram suposto superfaturamento e falta de comprovação na entrega de 2 milhões de exemplares das revistas e folhetos.


Ao tentar se explicar, a Secom tornou ainda mais complexo um caso já complicado: a distribuição do material ficou a cargo do PT, partido do presidente da República. Como comprovação, a Secom teria apresentado notas fiscais homologadas por dirigentes dos diretórios estaduais do partido atestando o recebimento das revistas e folhetos. Em parecer preliminar, os técnicos recusaram a explicação. Pelas normas legais, dirigentes partidários não têm legitimidade para receber o material. Apenas funcionários da administração pública.


As conclusões da área técnica estão em um parecer anexado ao voto do ministro Ubiratan Aguiar, relator do caso. Na última semana, o ministro apresentou um voto no sentido de abrir um processo de tomada de contas especial. O processo dá aos envolvidos oportunidade de apresentar novas explicações, mas a sua abertura depende de aprovação do plenário do TCU. O ministro Marcos Vilaça pediu vistas do processo, interrompendo a votação.’


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Debate da TV Gazeta tem três confirmados


‘Só o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não confirmou presença no debate entre os presidenciáveis que a TV Gazeta transmitirá a partir das 22h50 de amanhã. Geraldo Alckmin (PSDB), Heloísa Helena (PSOL) e Cristovam Buarque (PDT) participarão de encontro com formato mais flexível, em que será feito apenas um sorteio por bloco – nas demais rodadas haverá liberdade de escolher qual candidato deve responder. Outra novidade é que os jornalistas participantes – Maria Lydia, pela Gazeta, um colega pelo Terra Magazine e outro pelo Estado – terão direito a réplica.’



TELEVISÃO
Cristina Padiglione


Família em crise


‘Em vias de estrear no cinema e ser rifada na TV, A Grande Família chega à sua 200ª edição nesta quinta-feira. Baseada nos originais de Oduvaldo Vianna Filho, a comédia de costumes pode sair de cena em 2007, atendendo a reivindicações de parte do elenco. A direção da Globo, no entanto, é contra: ressuscitado em 2001, o programa continua a bombar no ibope e reúne, como raras idéias ao longo da história da TV, espectadores de todos os naipes, classes sociais e etárias.


Fechando seu 2º ciclo agora ou não, o fato é que a etapa despolitizada da Grande Família já dura cinco anos e soma mais episódios do que a safra que fez dela um título de vanguarda entre 1972 e 75. Quando retomou o programa, a Globo até adotou os originais de Vianinha como base, mas mesmo aqueles foram esvaziados do teor engajado e logo o baú se esgotou. Em 75, a emissora só tirou o programa do ar em função da morte do dramaturgo.


A edição de número 200 será brindada com a chegada de Dona Beiçola. Não é personagem nova. É a Nenê, da adorável Marieta Severo, que assume a pastelaria de Beiçola (Marcos Oliveira), preso após se vestir de mulher para tentar receber a pensão da mãe, morta.


entre-linhas


A TV sob Controle é o novo livro do professor Laurindo Lalo Leal Filho, fiel vigilante da nossa programação. Da Summus Editorial, a obra reúne vários artigos de Lalo, incluindo aquele intitulado De Bonner para Homer, publicado originalmente pela revista Carta Capital em dezembro passado, sobre a relação entre o apresentador e editor do Jornal Nacional e seus telespectadores.


A Cultura exibe entrevistas com os presidenciáveis até sexta-feira, nos programas De Olho no Voto, às 20 h, e Opinião Nacional, à 0h40. O entrevistado de hoje é o candidato Cristovam Buarque, do PDT.


Clodovil perdeu mais um round da batalha judicial que move contra a RedeTV! na Justiça. O apresentador processou sua ex-emissora pedindo que a Justiça impeça programas da rede de mencionar o seu nome ou exibir sua imagem. Ele alega que sua imagem está sendo prejudicada pelo colega Ronaldo Ésper, que vive lhe dando ‘alfinetadas’ no ar. O pedido foi negado.


Além de cobrar uma pequena fortuna para dar palestras em empresas, o técnico campeão de vôlei Bernardinho é agora o queridinho do mercado anunciante. Pelo menos três grandes empresas querem seu passe para campanhas publicitárias neste semestre.


Dois anos após ‘surtar’ por conta de falhas técnicas durante sua apresentação com David Byrne no VMB, Caetano Veloso volta a se apresentar no palco da premiação da MTV este ano.


O amor está no ar…


Logo que chega da África, Diogo (Marcos Paulo) corre para os braços de Helena (Regina Duarte). A cena começa no capítulo de Páginas da Vida de amanhã e só deve acabar na quinta-feira. Faz jus ao longo jejum do casal.’


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Folha de S. Paulo


Segunda-feira, 12 de setembro de 2006


ELEIÇÕES 2006
Thiago Reis e Eduardo de Oliveira


Diretórios do PT contradizem a versão do Planalto sobre cartilhas


‘Os diretórios municipais do PT de oito capitais brasileiras afirmaram não ter recebido encartes e revistas que o governo federal produziu exaltando seus feitos no ano de 2004 e criticando a gestão anterior.


Uma auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) apontou que não havia comprovantes de que 2 milhões dos 5 milhões de folhetos tinham sido confeccionados e distribuídos. O custo total do material foi de R$ 11 milhões.


Segundo a última edição da revista ‘Veja’, o governo afirma que o material não foi encaminhado à Secom -que o encomendou-, mas aos diretórios municipais do PT, para que o órgão não precisasse distribuí-lo e poupasse dinheiro público.


Os diretórios negam. ‘O que chega é material de campanha do Lula; do governo, nunca veio nada, não’, disse Kleber Frizzera, presidente do diretório de Vitória. Em Florianópolis, Fortaleza, Salvador, Manaus, Curitiba, Belo Horizonte e Teresina os diretórios também disseram não ter recebido o material.


O presidente do PT da cidade de São Paulo, Paulo Fiorillo, disse, no entanto, que o material foi recebido, mas que não pode precisar a quantidade.


A Folha entrou em contato com alguns diretórios estaduais. O do Maranhão disse ter recebido os folhetos. Daniel Lopes, responsável por correspondências no PT-MA, disse que o diretório não tem estrutura para distribuí-los.


No Rio Grande do Sul, o diretório disse que fez um pedido e o governo enviou cerca de 15 exemplares, ‘apenas para consumo interno’. Em Santa Catarina, o diretório informou que havia algumas cartilhas na sede, mas trazidas por lideranças que visitaram Brasília. Em Mato Grosso do Sul, o presidente Mariano Cabreira disse não ter recebido o material. ‘Se tivessem me mandado, teria distribuído.’


O presidente do PT, Ricardo Berzoini, disse, por meio da assessoria do partido, que caberá ao Planalto fornecer informações sobre o volume de cartilhas distribuídas ao PT.


Ao comentar a investigação do TCU, o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) disse que, se algum membro do governo tiver responsabilidade, terá de responder por isso.


Colaboraram a Reportagem Local e a Sucursal de Brasília’


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Tasso sugere impeachment do presidente


‘O presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), voltou a sugerir o impeachment do presidente Lula após a denúncia publicada no fim de semana na revista ‘Veja’ sobre cartilhas feitas pelo governo federal supostamente distribuídas pelo PT. ‘Se mais esta irregularidade ficar comprovada, é caso de impeachment’, disse. O texto diz que 2 milhões de folhetos sobre realizações de Lula produzidos com recursos públicos foram entregues ao PT para distribuição. O comitê de campanha de Lula não quis se pronunciar. As assessorias do PT e da Presidência disseram que publicarão nota.’


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Afirma delegado


‘Na manchete do SBT, ‘Mistério no assassinato do comandante do massacre do Carandiru… A namorada depõe e a polícia desconfia de crime passional’. Antes, ao vivo pela CBN, o advogado do coronel, também candidato à reeleição, chegava perto, mas se negava a dizer que foi a namorada. Por fim, na manchete do Terra, volta a expressão ‘afirma delegado’. No caso, ‘Coronel e namorada brigaram, afirma delegado’.


É por coisas assim que o blog de Xico Sá postou, sob o título ‘111 razões e um segredo’, que ‘a morte é um enigma que vai demorar a ser decifrado em SP’.


Em meio às notícias do rádio, ontem, surge uma voz: _ Represento o cidadão de bem, inconformado com o poder das forças criminosas que dominam SP… Sempre defendi a sociedade, combatendo o crime nas ruas e nos presídios. Coronel Ubiratan, 14.111.


E entra o locutor do comercial, ‘PTB 14, com Serra governador: só muda a história quem tem história’.


FHC, GENRO E O DRAMA


Paulo Markun e outros lançaram ontem um site com colaboradores, Jornal de Debates, no iG.


Começou com FHC dizendo que ‘a hora passou’ para a concertação de Tarso Genro _a quem o tucano acusa de ‘desonestidade intelectual’ por uma suposta distorção de suas palavras, quando pediu um Carlos Lacerda em ‘comentário sobre a necessidade de dramatização das mensagens políticas’.


Aparentemente sem saber da pecha de desonestidade intelectual, o texto de Genro entrou a seguir insistindo na concertação entre governo e oposição, por ‘reformas’.


LARRY VS. ANNIE


Larry Rohter, pelo ‘New York Times’, e Annie Gasner, pelo ‘Le Monde’, fizeram relatos muito diversos sobre o encontro do G20, no Rio.


Para o primeiro, a cobrança de cortes nos subsídios dos EUA encontrou a resposta de que já se fizeram ‘cortes muito dramáticos’. Quanto às críticas à sujeição do debate à agenda eleitoral americana, ‘o próprio Brasil tem uma eleição em três semanas’.


Já a segunda se concentrou no fortalecimento do G20, grupo de países em desenvolvimento cujos ‘principais atores’ são o Brasil e a Índia _e que cobrou, com críticas aos EUA, a volta à negociação EIXO DO MAL


O Brasil, ao lado de Índia e China, foi parar em plena campanha eleitoral para o Congresso dos EUA, a mesma que ameaça a rodada Doha. Segundo o Washington Wire, blog do jornal ‘Wall Street Journal’, comerciais bancados por empresas e sindicatos da indústria do aço e outras anuncia a ‘busca’ por candidatos que ‘queiram lutar pelos trabalhadores americanos e reforçar leis de comércio’.


Os três países são acusados, nas inserções que vêm sendo veiculadas por televisão em oito Estados, em meio à campanha para renovar Senado e Câmara, de estarem ‘roubando empregos americanos’.


TABU O blog de Sérgio Dávila e textos do ‘New York Times’ de Frank Rich à ‘Esquire’ de Tom Junod celebraram as cenas do 11/9, inclusive ‘a foto mais famosa que ninguém viu’, no dizer de seu autor. É o ‘mergulho para a morte’, que chegou a ser veiculado mas, diz Rich, virou ‘tabu’ e sumiu


ASSISTINDO Outra foto que os três elegem, a partir do livro ‘Watching the World Change’, é a dos vários jovens que, como se descansassem, através do rio, acompanham a catástrofe de NY.’


TELEVISÃO
Laura Mattos


BBC abre ‘filial’ no Brasil e quer se associar a TVs


‘A britânica BBC, uma das principais redes de comunicação do mundo, inaugura hoje uma sucursal em São Paulo, que será sua ‘ponte’ com o Brasil e a América Latina.


O objetivo é ampliar a cobertura jornalística na região para o mercado internacional, com reportagens em inglês, além de produzir conteúdo em português para rádios brasileiras, TV e internet. Segundo Américo Martins, diretor da BBC Brasil, com o escritório local a rede espera fechar mais parcerias com emissoras nacionais. Hoje, boletins noticiosos da BBC são veiculados na CBN, Eldorado, rádio Globo e na TV Bandeirantes. ‘Nossa intenção é também buscar uma parceria mais profunda com um canal de televisão para criar a TV BBC Brasil.’


O país antes contava com dois correspondentes, um brasileiro e um inglês. Agora serão oito jornalistas brasileiros, além da estrutura da sede, que funcionará no Centro Brasileiro Britânico. Toda a equipe trabalhava em Londres, no serviço brasileiro da BBC, a BBC Brasil. Dois terços dos profissionais permaneceram na Inglaterra e um terço se mudou para SP.


O foco dos boletins da BBC Brasil era a cobertura internacional com um olhar brasileiro. Segundo Martins, esse objetivo permanece, mas será ampliado. ‘Nossa intenção é cobrir o Brasil de forma diferenciada. Não queremos competir com a mídia nacional nem ficar preso ao factual, mas produzir grandes reportagens sobre os principais temas do país, como as eleições, por exemplo’, afirma Martins.


Ele nega que a mudança dos jornalistas para o Brasil tenha como objetivo a contenção de custos. ‘No final, vamos empatar nos gastos. A BBC sempre trabalha com orçamento fixo. Logo, ampliações de um lado exigem cortes de outro.’


A BBC (British Broadcasting Corporation) é a maior rede pública britânica. A programação da Inglaterra é sustentada por uma taxa anual cobrada dos telespectadores. O serviço mundial em outras línguas -do qual faz parte a BBC Brasil- é custeado pelo Ministério de Relações Exteriores do país.


Com a inauguração da Redação em São Paulo, o Brasil passa a ter uma das maiores estruturas internacionais da rede britânica, que já conta com escritórios nos EUA, países da África, Moscou, Nova Déli e outros.’


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